ainda pouco se disse
um menino que sorriu
uma porta que se abrisse
um fruto que se expandiu
um capitão que seguiu
o que a história lhe predisse
e entre vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
um povo que levantava
sobre um rio de pobreza
a bandeira em que ondulava
a sua própria grandeza!
De tudo o que Abril abriu
Ainda pouco se disse
E só nos faltava agora
que este Abril não se cumprisse.
Só nos faltava que os cães
viessem ferrar o dente
na carne dos capitães
que se arriscaram na frente.
Na frente de todos nós
povo soberano e total
que ao mesmo tempo é a voz
e o braço de Portugal.
Ary dos Santos
in “As Portas que Abril Abriu” (1975)
Afinal os cães sempre apareceram! :-((
ResponderEliminarAbraço
E bem raivosos...
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