(Pinhal de Leiria)
Brinca a manhã feliz e descuidada,
como só a manhã pode brincar, nas curvas longas desta estrada
onde os ciganos passam a cantar.
Abril anda à solta nos pinhais
coroado de rosas e de cio,
e num salto brusco, sem deixar sinais,
rasga o céu azul num assobio.
Surge uma criança de olhos vegetais,
carregados de espanto e de alegria,
e atira pedras às curvas mais distantes
- onde a voz dos ciganos se perdia.
(Eugénio de Andrade)
Ciganos, os filhos do vento!
ResponderEliminarGosto muito de Eugénio de Andrade...
Abraço