Que vivam todas as Repúblicas que possam trazer-nos de volta a coragem necessária para nos livrarmos de vez de todos os Condes Andeiro, todas as Duquesas de Mântua, todos os Migueis de Vasconcelos que estão de volta para nos infernizarem a vida e de todos os embusteiros que nos ameaçam, chantageiam e mentem em cada discurso, em cada comunicação!
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sábado, 5 de outubro de 2013
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
O 5 de Outubro em Leiria
(Representação da Implantação da República no Salão Nobre
da Câmara Municipal de Leiria - Jun/2010)
«Se a notícia chegou por telegrama ainda nesse dia 5, não seria de estranhar, mas nada na cidade o indicou. Contudo, no dia seguinte todos se mexeram sem dificuldades aparentes na distribuição dos novos cargos, como se a surpresa não fosse grande.
A confirmação veio durante a noite, com a chegada em automóvel de um casal de Ourém e foi na manhã do dia 6 que o alcobacense José Eduardo Raposo de Magalhães recebeu a nomeação por telegrama às 11.45. neste da, muita gente saiu à rua. Uns com grande entusiasmo, outros por curiosidade e expectativa, ou até pelo receio de serem apontados a dedo. Curiosamente, foi o próprio presidente da Câmara monárquico, Correia Mateus, que fez a proclamação local da República, ás 16 horas a partir da janela do edifício camarário, entregando de seguida as chaves do edifício ao republicano Gaudêncio Pires de Campos.
Logo no dia 7, já após a tomada de posse do novo governador civil, Raposo de Magalhães, assumia também funções a nova Comissão Administrativa Municipal, que seria presidida pelo venerável da Loja Maçónica Gomes Freire, Inácio Veríssimo de Azevedo, tal como para a Junta de Paróquia seria destacado o “histórico” comerciante democrático José Carlos Afonso. Estas nomeações, óbvias, teriam, no entanto, sido precedidas de uma calculada e preventiva proposta do presidente da Câmara cessante, Correia Mateus, também ele, afinal, iniciado maçon.
Os meses de Outubro e Novembro foram de preparação no reposicionamento das elites. A partir deste último mês, com a sucessão de eleições nas diversas associações profissionais (Comercial e dos Operários de Leiria) e mesmo recreativas (Assembleia e Grémio), acenderam uns, reciclaram-se outros, sendo ainda substituídos o administrador do concelho e os regedores. (...)
O estatuto de governador civil e o seu impacto público na I República eram claramente desvalorizadas em comparação com o regime monárquico onde a representação do Governo Central ganhava uma maior projecção, levando geralmente a um nítido eco por parte da imprensa, sobretudo quando se dedicava às causas locais.
Um bom exemplo disso mesmo foi o que tivemos em 1907 com a criação da Liga dos Interesses de Leira, sob o patrocínio do governador civil José Jardim que reuniu na mesma assembleia todo o escol monárquico e republicano, apelando tanto ao bom senso da Câmara regeneradora como do Governo de João Franco para diversas questões infra-estruturais do concelho.
Nada disso viria a passar-se após 1910. (...)
Com o conforto de um relacionamento muito chegado entre os líderes locais e o Directório do partido e mesmo com o novo Governo, os republicanos de Leiria pareciam convencidos que iriam inverter o tradicional conservadorismo da região. Não só Bernardino Machado era um amigo, como João Soares e outros que viviam em Lisboa frequentavam o círculo restrito da cúpula partidária, o que se confirmaria pelos cargos que viriam a exercer. Também mais tarde, as relações de amizade entre o menos moderado Tito Larcher com Júlio Dantas trariam para Leiria alguns equipamentos culturais. (...)»
In “Leiria Roteiros Republicanos” Acácio de Sousa
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domingo, 19 de junho de 2011
A nossa Bandeira
Faz hoje cem anos que, em sessão de câmara, a Assembleia Constituinte confirmou a legalização da bandeira nacional, pelo decreto n.º 141. Não foi no entanto, nada pacífica a escolha da bandeira depois da implantação da República em 1910.
No dia 5 de Outubro, ao ser proclamada a República, na Câmara de Lisboa apareceu uma bandeira verde e vermelha como as que tinham já sido desfraldadas nos centros republicanos de muitas cidades e vilas do país. Assim acontecera durante a revolução de 31 de Janeiro de 1891 na Câmara do Porto. Tratava-se do modelo adoptado pela Carbonária que, além das cores verde e vermelho, incluía uma estrela de cinco pontas e a esfera armilar.
Segundo Isabel Lousada, professora e investigadora da universidade Nova de Lisboa, José de Castro – presidente da Comissão de Resistência e grão-mestre adjunto da Maçonaria em substituição do grão-mestre Magalhães de Lima, exilado em Paris – solicitara, com o maior sigilo, a Adelaide Cabete e Carolina Ângelo – ambas da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e da Maçonaria Feminina – a confecção de bandeiras verdes e vermelhas a serem hasteadas aquando da revolução que viria a extinguir a Monarquia em Portugal.
Em 15 de Outubro de 1910, o governo provisório nomeou uma comissão composta por Columbano Bordalo Pinheiro, João Chagas, Abel Botelho e mais dois oficiais do Exército e da Marinha para idealizarem a bandeira nacional. Em 29 do mesmo mês foi apresentada a primeira versão da bandeira concebida por Columbano. Como sempre acontece depois das revoluções que, passe o exagero, “não deixam pedra sobre pedra” ninguém se entende daí desencadear-se, em torno da escolha da bandeira, uma polémica que dividiu políticos, escritores, poetas e artistas.
A Assembleia Nacional Constituinte, eleita em 28 de Maio de 1911, estabeleceu no que toca à escolha da bandeira a seguinte resolução: “as bandeiras nacionais serão bipartidas verticalmente verde-escuro e vermelho ficando o verde do lado da tralha. Ao centro, e sobreposto à união das duas cores, o escudo das armas nacionais orlado de branco sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivado em negro. A divisória entre as duas cores será feita de modo que fiquem dois quintos do comprimento total ocupados pelo verde. O emblema central ocupará metade da altura da tralha.”
Cumpriram-se as cores do projecto de Columbano. No relatório da comissão nomeada pelo governo provisório, Abel Botelho interpretou o vermelho como “cor combativa e quente é a cor da conquista e do riso; uma cor cantante e alegre lembra o sangue e incita à vitória” enquanto o verde aparece como “a cor da esperança e do relâmpago significa uma mudança representativa na vida do País.”
(Texto escrito de acordo com um texto de António Valdemar jornalista e investigador)
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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
31 de Janeiro: a República no Porto

“Faz hoje 120 anos que a cidade do Porto foi palco da primeira revolta republicana em Portugal. Em plena ressaca do Ultimato Inglês de 1890, o Partido Republicano Português reuniu o seu congresso na Invicta, a 1 de Janeiro de 1891. Num clima de patriotismo exacerbado pela demonstração de força contra as pretensões portuguesas em África e de contestação da monarquia, as proclamações dos chefes republicanos encontraram eco em activistas portuenses – que acabaram por ultrapassar as intenções dos líderes. Na madrugada de 31 de Janeiro, um grupo de sargentos Caçadores 9 conduziu o batalhão à actual Praça da República, então Campo de Santo Ovídeo (onde setenta anos antes começara a revolução liberal de 1820), junto ao quartel de Infantaria 18, reforçados por outros militares comandados pelo alferes Malheiro e o tenente Coelho. Não conseguindo fazer sair a infantaria 18, os revoltosos desceram à Praça de D. Pedro (actual Praça da Liberdade) e aí aclamaram Alves da Veiga, que proclamou a República nos Paços do Concelho, sendo hasteada uma bandeira verde e vermelha.
De seguida, militares e civis subiram a Rua de Santo António (hoje Rua 31 de Janeiro) para tomarem a estação dos correios – mas foram dispersados pelo fogo da Guarda Municipal. Cerca de três centenas de revoltosos entrincheiraram-se na câmara municipal, cercados por tropas fieis ao governo. Às dez da manhã renderam-se os últimos resistentes.
O “31 de Janeiro” saldou-se por 12 mortos e quarenta feridos. Os insurrectos capturados foram julgados em navios ao largo de Matosinhos. Perto de 250 foram condenados a penas de degredo em África mas, dois anos depois, eram quase todos amnistiados. A República esperou ainda mais duas décadas.” J.F.
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terça-feira, 5 de outubro de 2010
O 1º Centenário da República
Comemora-se hoje o 1º centenário da República Portuguesa. Há exactamente cem anos, em Lisboa, dirigentes do Partido Republicano Português dirigiram-se aos Paços do Conselho, de cuja varanda, José Relvas, acompanhado de Eusébio Leão e de Inocêncio Camacho, proclamou a República: "Unidos todos numa mesma aspiração ideal, o Povo, o Exército, e a Armada, acabou de, em Portugal, proclamar a República."
A televisão pública está, desde manhã, a acompanhar as celebrações que se realizam em Lisboa, precisamente na Praça do Município, onde montaram um estúdio aberto, onde contaram com a presença e os conhecimentos de historiadores e sociólogos e de onde foram entrevistando as individualidades que iam chegando. Tudo bem até aqui.
o ambiente que se vivia e que as repórteres emprestavam à emissão era vivo, dinâmico, alegre. Só que, e isto já se constata há alguns dias nas televisões relativamente ao centenário da República, o discurso utilizado foi sempre no sentido de levar as pessoas a comparar, pela negativa, claro!, a situação que se vivia em Portugal há cem anos com a que se vive actualmente. Perguntas "inocentes" como: "Acha que se os Republicanos de há cem anos pudessem estar aqui agora, ficariam felizes com o que se tem feito?" ou "O que fizémos com este País em cem anos?" ou "Parece-lhe que a situação que se vivia há cem anos é comparável à que se vive hoje?" parecem querer pôr na boca dos entrevistados o lamento, a crítica, a severidade para com a nossa vida actual!
Que pretende a nossa comunicação social? Mostrar que vivemos exactaamente como há cem anos? Que nada se fez em temos de educação e cultura, de saúde, de bem-estar das pessoas, de abertura social e política, etc., etc., etc.? Deprimir ainda mais um povo já de si cultural e socialmente deprimido? Cavar ainda mais fundo a crise social e política? Ou fazer o papel que nos cabe sempre tão bem de estarmos sempre na oposição a tudo o que se faça ou não faça?
Triste este noso traço psicológico pelo qual queremos mostrar-nos sempre mais "à frente" pela crítica de tudo o que acontece! Triste este traço psicológico que nos põe sempre para baixo, em vez de nos esforçarmos por mantermos a cabeça fora das ondas! Triste este traço psicológico que nos torna "ingovernáveis" não por mais nada se não por conformismo, inépcia, ignorância, futilidade, parolismo!
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segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Revolução da Rotunda
A 2 de Outubro, os republicanos marcam a revolução para a 1ª hora do dia 4, contando com a participação dos militares e dos civis da Carbonária.
Na reunião preparatória, ficou deliberado que os primeiros locais a atacar pela força das armas seriam: o Palácio das Necessidades, onde se encontrava o rei, D. Manuel II, que devia ser preso, e o Quartel da Guarda Militar no Largo do Carmo. Enquanto isso, os oficiais republicanos ocupariam os diversos quartéis de Lisboa, após o que se dirigiriam aos locais acima indicados. Cabia em missão ao Vice-almirante Cândido dos Reis liderar a revolta na Marinha, ocupando os navios de guerra atracados no Tejo, assumir o seu comando e deles bombardear as posições governamentais.
Mas os intentos republicanos não foram integralmente alcançados, dado que alguns quartéis não aderiram às imposições do movimento revolucionário, acatando as ordens dos oficiais monárquicos, pelo que nem o Palácio das Necessidades, nem o Quartel-General, nem o do Carmo, foram ocupados.
Em face do aparente fracasso do golpe militar, o almirante Cândido dos Reis, antevendo o desaire da revolta, suicidou-se na madrugada do dia 4, enquanto os restantes revoltosos, comandados pelo comissário naval Machado Santos, membro da Carbonária e acompanhado por tantos outros carbonários, sargentos, soldados e centenas de civis, decidiram barricar-se na Rotunda, onde aguardaram por reforços que não apareceram. Sabiam, porém, que numerosos grupos de republicanos e carbonários, espalhados pela cidade, os apoiariam com armas e alimentos.
Na manhã do dia 4 encontravam-se na Rotunda cerca de 200 homens, número que num curto espaço ascendeu aos 1500. Os republicanos barricados na Rotunda conseguiram resistir aos fracos ataques monárquicos, com especial destaque para o que foi liderado por Paiva Couceiro.
(Revolta da Rotunda)
(A heroina Amélia Santos que partcipou
na Revolta da Rotunda)
(O estandarte da Revolução)
(Postais da publicação "Os Postais da Primeira República" de António Ventura)
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segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Dia Mundial do Turismo

Trata-se de um roteiro urbano com 20 etapas com toponímia republicana, partindo da Rua Gomes Freire e terminando no Largo da República, o largo da Câmara Municipal que, curiosamente, foi estreada pelos Republicanos a 7 de Outubro de 1910, apesar de ter sido mandada construir ao quase leiriense Arq. Korrodi ainda no tempo da Monarquia..
A apresentação do circuito esteve a cargo do Dr. Acácio de Sousa, embora tivesse havido intervenções do Presidente da Região de Turismo e do Vice-presidente da Câmara Municipal. Mas as presenças mais interessantes foram as de três cidadãos que, de igual modo, intervieram neste evento e que foram a jovem República, o bem conhecido Zé Povinho e um eminente republicano cujo nome desconheço. O Zé Povinho queixou-se amargamente de ser sempre explorado em todas as situações e por todos os governos e não se eximiu de fazer publicamente o elucidativo Toma que lhe é habitual!
(Presidente da R. Turismo a usar da palavra;
o vice-presidente da CML à esquerda e
o Dr. Acácio de Sousa à direita)
(Os três cidadãos republicanos presentes)
Este roteiro cultural estará disponível no sítio do Turismo de Leiria/Fátima cujo endereço é:
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