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quarta-feira, 1 de abril de 2020

E faz frio!

Primeiro de Abril, mas não é mentira...Chove e está muito frio. Neva na Serra. É uma massa de ar da Escandinávia - dizem. 

Da Guarda chegam-me imagens como estas:
















Bom para se estar confinado em casa como é de lei... O pior é a melancolia que daí vem. E faz um ano que para sempre partiu o companheiro de uma vida inteira. 

Da Balada de todos conhecida, retenho a última estrofe que me trai, que me conforta.


(...)


E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.

Augusto Gil


quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Adoráveis funcionários públicos!

De passeio pela cidade velha de Lagos - cidade de que muito gosto e onde já passei muitas férias de verão - fui desaguar à Praça do Infante, onde entrei na Igreja de Santa Maria, cujo interior não conhecia, passei por edifício antigo onde havia uma exposição de artigos artesanais e depois fui tirar fotografias ao edifício do Mercado de Escravos, sem a menor intenção de o ir visitar - apenas tirar umas fotografias como já tinha tirado aos monumentos por que passara. 

Saem da porta do museu três senhoras que "simpaticamente" quase me impedem de continuar a fotografar o edifício, dizendo ironicamente: «Já está na hora de fechar!» e quase me enxotam para fora do gradeamento. Apanhada de surpresa, limitei-me a dizer que estava apenas a fotografar. Uma outra das "simpáticas" senhoras diz, sem que nada lhe tenha perguntado: «Amanhã estamos cá à mesma hora!» Ao que eu, apenas por simpatia, respondi: «Amanhã já cá não estou.» E então veio o cúmulo da "simpatia" e da "delicadeza" da senhora: «Então o que andou a fazer todo o dia?» E fechou mesmo as grades cheia de "poder"...

Que fique aqui bem claro que eu própria fui funcionária pública durante 37 anos da minha vida e tenho tratado com funcionários públicos altamente diligentes e competentes, guias de museus, funcionários das finanças e outros. Mas tristemente ainda encontramos muitos da escola do antigamente quando os funcionários públicos (chefes de repartição, chefes de secretaria, funcionários das finanças, da segurança social, dos correios, etc, etc.) se sentiam cheios de poder (coitados...) e ainda mais cheios de vontade de o exercer...









(Esta última fotografia já foi tirada depois de as senhoras me fecharem as grades na cara...)




(Esta é a imagem do teto do alpendre gradeado que retirei da net)

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Pedaço de boa literatura!

Acabei de ler um excelente livro de uma autora portuguesa. E, como de costume, quando chego à última página de um bom romance, volto ás primeiras páginas para relembrar como começou a narrativa. 

Esta começou assim:

«O rio Douro não teve cantores. Teve-os os Mondego e o Tejo também. Mas, para além das cristas do Marão, em vez do alaúde e da guitarra havia o repique dos sinos ou o seu dobrar espaçado. Havia o tiro certeiro dos caçadores de perdiz, lá pelas bandas da Muxagata e do Cachão da Valeira. E o clarim das guerrilhas ouvia-se através da poeira de neve que cobria os barrancos de Sabroso. O rio Douro ficou banido da lírica portuguesa com a sua catadura feroz pouco própria para animar os gorjeios dos bernardins, que são sempre lamurientos e que à beira de água lavam os pés e os pecados. E, no entanto, trata-se de um rio majestoso como não há outro. Eu vi-o em Zamora e não o reconheci; diz-se que as suas margens eram carregadas de pinheiros e daí o seu nome dum que quer dizer madeira. Mas entra em Portugal à má cara. Enovela o caudal sobre penhascos, muge e ressopra como um touro com molhelha de couro preto a subir uma calçada. Não creio que os poetas o habitem; e, no entanto, Dante tê-lo-ia amado e preferido; como preferiu os estaleiros incandescentes de Veneza e os túmulos abertos das arenas de Arles, para descrever o inferno. Por cá, são brandas as liras; com o aguilhão da fome, às vezes saltam umas revoltas que vibram na Calíope alguma bordoada. Com o ferrão do amor, não se cometem senão delitos em forma de soneto ou de sextilhas. Epopeias são raras, as musas são mimosas e não ardentes.»








(imagens retiradas do Google)

Não sou nada destas coisas, mas serão capazes de descobrir quem escreveu este belo trecho?

quarta-feira, 19 de junho de 2019

A Fortaleza de Peniche

Então lá fomos com o objetivo de visitar o Museu da Resistência e da Liberdade que visou transformar a prisão dos dissidentes políticos do regime de Salazar em espaço museológico de Memória e de Liberdade.

(Também fomos com o propósito de comer uma bela de uma caldeirada, mas isso é outra história...)




(1935)

(Entrada do mar)



(Entrada principal)







(Memorial dos presos políticos)

(O chamado parlatório)





(O Parlatório por Júlio Pomar)

(Retrete)







(Vieira da Silva)




(O Fortim Redondo)

(...onde se encontravam três solitárias)




(História de uma fuga)





(A grande fuga de 1960)


(Uma parte da fortaleza está rodeada pelo mar)
(daqui)


(... e atiravam-se ao mar...)


(Ali por trás enxergam-se as celas ainda não visitáveis)


(Mas não faltava a capela...)


(... de Santa Bárbara)

(Monumento à Liberdade)




Foi uma visita intensa...

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Conhecem a Vila de Ançã?

Pois, se não conhecem, vale bem a pena passar por lá. Situa-se no concelho de Cantanhede (terra que acolheu o poeta Carlos Oliveira) e por lá nasceram o grande político e historiador Jaime Cortesão, médico e o escritor Augusto Abelaira.

Quem for a caminho de uma opípara refeição de leitão, pode bem passar por lá e deixar-se encantar pelas suas belezas naturais. Foi o que fizemos lá na "minha" escola sénior. E que bem acompanhados fomos por um jovem guia que nos falou e bem da história da vetusta vila e nos levou a visitar os pontos mais importantes.

Ficámos a saber que a vila de Ançã remonta ao tempo da ocupação romana com o nome de Anzana e que há um documento de 937 que refere ser um território reconquistado aos árabes pelos cristãos. Em 1371 o rei D. Fernando torna-a vila tendo-lhe sido outorgado foral apenas no reinado de D. Manuel I.

Mas é no século XVII que o Marquês de Cascais terá caído em desgraça junto da corte e vai acolher-se à terra de Ançã onde desenvolve o património arquitetónico construindo o seu palácio, o chamado Terreiro do Paço e a cobertura da sua bela nascente.

É muito conhecida pelas suas pedreiras de onde saiu a chamada pedra de Ançã para a construção de muitos monumentos portugueses.


Palácio do Marquês de Cascais

Terreiro do Paço e Pelourinho

O Brasão do Marquês

O Largo da vila

A Igreja matriz





Imagem de Nossa Senhora do Ó

O nosso jovem guia


A piscina natural no centro da vila

A nascente natural coberta por pedra de Ançã




A água da nascente corre pelo meio da vila









Aqui fomos recebidos com bolo de Ançã e água fresca da nascente

                           


O conhecido bolo de Ançã


No interior ainda havia estes achados arqueológicos



Ah! E também vimos maravilhas destas:














E uma janela manuelina perdida pelo meio das casas.





Depois de tudo isto e já muito atrasados, rápido rumo ao Hotel da Curia para o leitão. Eu cá comi bacalhau com broa, em vez...