terça-feira, 27 de abril de 2010

A Rapariga do País de Abril

(outro poema de Abril)

Habito o sol dentro de ti
descubro a terra aprendo o mar
rio acima rio abaixo vou remando
por esse Tejo aberto no teu corpo.

E sou metade camponês metade marinheiro
apascento meus sonhos iço as velas
sobre o teu corpo que de certo modo
é um país marítimo com árvores no meio.

Tu és meu vinho. Tu és meu pão.
Guitarra e fruta. Melodia.
A mesma melodia destas noites
enlouquecidas pela brisa no País de Abril.

E eu procurava-te nas pontes da tristeza
cantava adivinhando-te cantava
quando o País de Abril se vestia de ti
e eu perguntava atónito quem eras.

Por ti cheguei ao longe aqui tão perto
e vi um chão puro: algarves de ternura.
Quando vieste tudo ficou certo
e achei achando-te o País de Abril.

Manuel Alegre


(in 30 Anos de Poesia
Publicações Dom Quixote)


(Rio Tejo)



1 comentário:

  1. Não conhecia este poema de Abril...
    É o Portugal que todos devemos visionar!
    É mesmo tudo isto...

    Abraço

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