Mostrar mensagens com a etiqueta Bacoradas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Bacoradas. Mostrar todas as mensagens

sábado, 11 de novembro de 2017

Foram umas em cima das outras!

Esta semana foi de mais!!

Primeiro foi a cena da interrupção dos velórios por agentes da PSP para levarem os corpos das vítimas da legionela para serem autopsiados. Não me apercebi ainda de qualquer pedido de desculpas formal às famílias destratadas.

Depois veio o presidente da República, na sua excessiva necessidade de se fazer notar, elogiar a ação social da mulher do anterior presidente, elevando-a à categoria de “madrinha” de todos os portugueses.

A seguir realizam o jantar de encerramento de um evento de índole económico-social e promocional no Panteão Nacional. (Parece que, na fúria de fazerem dinheiro, os governantes anteriores despacharam no sentido de se poderem alugar monumentos nacionais para realizar festividades…)

E, por último (mas provavelmente não em último!) o semanário Expresso – que já foi um jornal de referência, mas que, de há uns tempos para cá, se tem comportado como se de um tablóide do tipo Correio da Manhã se tratasse – abre a sua primeira página com este glorioso título:

«Orçamento de Estado – Costa dá €1200 milhões a PCP e Bloco»



Estarão todos a ficar afetados pelo clima, ou sou eu que estou a ver mal?




domingo, 22 de outubro de 2017

Quem nos protegerá dos moralistas?

Sei que este caso está já estafado de tanto andar pelas chamadas redes sociais, mas, perante a vileza e a sordidez das deliberações dos “juízes” deste nosso país, a minha revolta é tão grande que dificilmente me consigo calar!

A ocorrência remonta a Novembro de 2014, quando um homem solteiro de Marco de Canaveses se envolveu com numa relação extraconjugal com uma mulher de Felgueiras. Quando, ao fim de dois meses, a relação acabou o amante passou a perseguir a mulher, visitando-a no local de trabalho e com envio de mensagens.

A história ganha novos contornos quando, em 2015, o assédio do amante se tornou incontrolável, ao ponto de sequestrar a mulher, arrastá-la até ao local de trabalho do marido convidando-o para um almoço. A mulher acabou agredida pelo marido, com recurso a uma moca com pregos.

O caso foi julgado pelo Tribunal de Felgueiras, que aplicou multas monetárias e penas suspensas com a duração de um ano e três meses e de um ano, para o marido e o amante, respetivamente. O amante pagou também um valor superior a 3500 euros pelos crimes de perturbação da vida privada, injúrias, sequestro e ofensas à integridade física.

Depois de apelar para a Relação do Porto, a mulher viu reforçadas as “penas” aplicadas pelo Tribunal de Felgueiras, tendo-se ainda exposto à maior humilhação que se possa imaginar! (Nem Hawthorne foi tão duro com a mulher adúltera no seu clássico romance “The Scarlet Letter”!)

Então o Tribunal da Relação mimou-a com frases de um moralismo abjeto (e haverá moralismos que não sejam abjetos?) clerical, ruralista, saloio e salazarento – frases como estas:

"O adultério da mulher é um gravíssimo atentado à honra e dignidade do homem". "Sociedades existem em que a mulher adúltera é alvo de lapidação até à morte". "Na Bíblia, podemos ler que a mulher adúltera deve ser punida com a morte".

O Tribunal da Relação do Porto lembra também que "ainda não há muito tempo que a lei penal (Código Penal de 1886, artigo 372º) punia com uma pena pouco mais que simbólica o homem que, achando sua mulher em adultério, nesse ato a matasse".


Sim, senhores! São estes os juízes que temos para nos protegerem de quem perpetrar crimes contra nós: cheios de preconceitos, de moralismos de antanho, com uma educação apreendida no catecismo, lançando mão de provérbios e de adágio por falta de uma cultura elevada e séria e formatados pelo ideário «Deus, Pátria e Família».


Mau de mais!!




quarta-feira, 25 de março de 2015

Os cofres cheios



Muito se tem dito e escrito acerca desta (e de outras) bacorada(s) que a ministra (esta sim) sinistra lançou boca fora para os jotinhas do partido, mas ninguém de uma forma (quase) literária como só BB sabe fazê-lo! A crónica chama-se «O Insulto» e vale a pena lê-la.

É sempre um prazer lê-lo! Só lamento que tenha de ser naquele jornaleco de baixo nível.

«Num conclave do PSD, Passos Coelho apareceu na defesa da ministra Maria Luís, a qual, dias antes, trémula de orgulho, afirmara, à puridade, que o Governo tinha os cofres cheios de dinheiro.

E Passos, muito feliz, acrescentou: ao contrário do que sucedia com o Governo anterior. Como o têm dito economistas de todas as cores, a verdade não é esta, e a teoria da bancarrota só faz sentido para quem é mentiroso, e usa o imbróglio como lança para alcançar ou permanecer no mando.

Infelizmente, este Governo, com as práticas demonstradas ao longo de quatro anos pavorosos, repletos de escândalos, de confrontos com a própria noção de república, tem sido, é, o maior aborto democrático e o mais grave insulto a todos nós. (...)

Talvez estejamos no turbilhão de uma profunda mudança, cujas conveniências escapam ao modelo de humanismo no qual, mal ou bem, temos vivido.

Inclino-me a admitir o facto. Mas também não conjecturo um grupo de serventuários tão inepto e iletrado como este a servir essa transformação.

Se o faz, desobedecendo ou ignorando as leis da convivência social e da cordialidade mais rudimentares, dá como resultado a frase execranda de Maria Luís e o apoio despudorado de Pedro Passos Coelho.

Portugal estrebucha na miséria, com fome, sem esperança e sem norte, e aqueles dois bolçam em nós o critério do cofre cheio, como no tempo do Salazar.

Com, entre outras, uma diferença: o Salazar era um conhecedor da língua, por frequentador diurno e nocturno do Padre Vieira, e aqueles que tais nem sabem quem este foi.

A pátria está dividida, mas o desvio de vida e de consciência acabará, talvez mais cedo do que se pensa, e o episódio Passos Coelho e os seus, não serão mais do que isso mesmo: um episódio. Nefasto, bem entendido, mas episódio, circunscrito a um tempo em que a mentira vicejou."

(Baptista-Bastos, in CM, 25/03/2015)

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Praxes

Hoje estou particularmente feliz. E aliviada. O meu neto mais pequeno deixou a creche e vai entrar no Jardim-de infância público – a escola dos grandes como ele diz.

Ora o meu grande alívio vem do facto de ter ficado a saber que o ministério da Educação lançou hoje uma campanha contra as praxes violentas e abusivas que visa alertar os alunos para o facto de a praxe ser totalmente voluntária e que vai distribuir folhetos a dizer “Não és obrigado a ser praxado!” e “Diz não às praxes agressivas e violentas!” e até criou um e-mail para se poderem denunciar atos violentos e coercivos.

É que uma criança de três anos não é um aluno do ensino superior! Não sabe como defender-se dos “praxadores” nem tem a autonomia, o discernimento ou a sagacidade para perceber dentro da sua cabecinha virgem que de facto não tem de se submeter a esses atos sem qualquer sentido.

E eu, que sou tão crítica da atuação deste ministério, com esta prova de profunda preocupação e cuidado com os nossos mais pequenos, não posso senão congratular-me com esta extraordinária iniciativa!




terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Bacoradas

O respeitável jornal diário DN brindou-nos, na passada sexta-feira, com mais uma «luminária» na rubrica «O Convidado» que pretendeu «iluminar-nos» com as suas doutas opiniões sobre a Educação no nosso país. Diz-se que não há país onde haja tantos “treinadores de bancada” referindo-se ao futebol. Pois eu atrevo-me a afirmar que todas as pessoas sem exceção neste país sabem tudo acerca da Educação. É o caso do convidado do DN da passada sexta-feira, o senhor Guilherme Valente, com o subtítulo de «editor da Gradiva».

Ora esse ilustre senhor, nado e criado em Leiria, esta também ilustre terra de direita, escreveu um livro (abjecto, diga-se) que tem o também abjecto título de «Os Anos Devastadores do Eduquês» que está muito para além da bibliazinha de bolso que o ministro (C)rato escreveu em 2005 e na qual dava a conhecer, com alguns anos de avanço, as bases da sua futura estilhaçante governação em termos de Educação.

Pois aquando do lançamento desse seu livro em 2012, o insigne leiriense foi convidado pela Livraria Arquivo para vir apresenta-lo na sua terra natal e teve honras de grande entrevista (que pode ser lida aqui) no Jornal de Leiria (que, aliás, pertence à mesma família da referida Livraria) na qual explanou, sem qualquer rebuço, toda a sua teoria – e o seu ódio – sobre os males da Educação desde a Revolução e de como era bom o ensino antes da mesma.

No texto que escreveu para o DN, «Os anos devastadores de eduquês – outra prova», o senhor Valente foi ainda além do que registou no seu  bisonho livrinho e do que disse na dita entrevista. Baseando-se num qualquer estudo da Universidade Católica e do Instituto Luso-Ilírio para o Desenvolvimento Humano, que, segundo este senhor, concluiu que «os portugueses com mais habilitações e mais rendimentos são os que dão menos importância à solidariedade e aos valores democráticos» [quanto a mim, na base desse estudo devem ter estado entrevistas aos boys do PSD e do CDS…] o senhor afirma, cheio de razão, que «quanto mais tempo na escola que temos tido, pior.» E continua: «A solidariedade, o seu sentimento e necessidade, a felicidade, seguramente, só podem assentar nos grandes valores e nas manifestações mais elevadas da cultura, do conhecimento, da religião, do altruísmo, da generosidade humanos. Valores, conhecimento e cultura que, pelo contrário, foram desvalorizados, durante todos estes anos, por esta escola, dita moderna, mas pós-moderna, das “ciências” da educação.» E vai acrescentando o omnisciente senhor: «Essa ideologia e essa prática “educativa” roubaram as crianças, deixaram que perdessem os valores tradicionais que transportavam, e que fossem substituídos por uma espécie de lei da selva, que chegou até, de algum modo, a ser valorizada.»

Se quiserem e tiverem paciência para ler a série de alarvidades que o senhor Valente lançou ao papel (é mesmo preciso ser muito valente para dizer tantas bacoradas…) podem ler aqui.

Claro que estes tristes textos mereciam uma reflexão e uma resposta tão completa que não cabem no espaço exíguo de uma entrada de blog, mas não consigo não deixar um ou dois apontamentos que me ocorrem de momento:

  1. O senhor Valente, como infelizmente muita gente nesta terra, confunde solidariedade com caridade(zinha);
  2.  O senhor Valente, que tanto desdenha das “ciências” (aspas dele, claro!) da educação, e na sanha de aliar esta  “torpe educação” que se tem feito na chamada escola pública nos últimos anos aos governos da responsabilidade socialista, até parece que se esquece – ou ignora, que é o mais certo – que a génese da mesma remonta aos (bons) tempos da governação do (excelente) ministro Roberto Carneiro que, para proceder à reforma da Educação que realizou, encomendou atempadamente estudos de grande qualidade aos competentíssimos professores da Universidade do Minho e que ficaram registados nos magníficos Documentos Preparatórios que o ME publicou em finais de 80;
  3. Por último, e respondendo à minha conhecida radicalidade, aqui afirmo que nunca mais comprarei livro editado pela Gradiva!


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

As 50 sombras de Cavaco



O senhor presidente - logo seguido pelo senhor Catroga dos «pentelhos» - deve ter aproveitado as férias de verão para ler a trilogia de «As 50 sombras de Grey». Vai daí, chega à Suécia - país com a tradição de grande liberalidade em termos de sexo! - e trata de chamar o pessoal de «masoquistas».

"Surpreende-me que em Portugal existam analistas e até políticos que digam que a dívida pública não é sustentável", afirmou o senhor presidente."Só há uma palavra para definir esta atitude: masoquismo", disse.

Ainda balbuciou mais umas quantas baboseiras (que podem ler aqui) que não cabem no âmbito deste texto.

O senhor Catroga - que decerto também leu a referida trilogia nas férias de verão - veio em defesa do senhor presidente afirmando que concorda com as suas palavras e que os «masoquistas» são típicos. (mais bacoradas destas aqui)

Ora perante tais afirmações proferidas por figuras tão eminentes como as referidas, não se estranhe que comecem a aparecer nos hipermercados de renome brinquedos como os que a seguir apresento talvez até com 50% de desconto em cartão...





 


(imagens da net)

Ai, ai!!

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Sexta feira 13





Para parafrasear o gato, não é ver um gato preto que dá azar; azar mesmo é cruzar com um humano ignorante!

Pois hoje tive o azar não de cruzar, mas de ouvir, logo de manhã, não com um mas com dois ignorantes do tamanho do Castelo a dizer um sem número de baboseiras Foi num daqueles fóruns da rádio em que é proposto um tema sobre o qual os ouvintes que assim o entenderem dão as suas opiniões.

Não sei qual era o tema mas também não interessa. O primeiro senhor em questão estava ali como propagandista do governo o que seria legítimo vivendo como vivemos em democracia (?) não fora estar a deitar pela boca fora uma quantidade enorme de disparates. Então dizia o dito senhor que o caso do BPN não abalou em nada a economia do país porque não implicou nada além fronteiras; foi um roubo, mas o dinheiro continuou a circular dentro do país pelo que não foi isso que pôs o país em baixo. E acrescentou: «Porque, Sr.ª D. Eduarda Maio, se eu lhe roubar a carteira, daí não vem qualquer mal para o país porque o dinheiro que eu lhe roubasse continuaria a circular por aí…»

Depois desta ainda largou mais umas pérolas que não consigo recordar de tão furiosa fiquei com aquela barbaridade! Ah! e ainda teve tempo de dizer que tinha feito o 2º ano de Sociologia… Mas deve ter sido na Universidade de Cacilhas como dizia o meu pai ironicamente  há muitos, muitos anos atrás!

Logo de seguida, tomou a palavra um outro «ilustre ignorante» que defendeu inexoravelmente o empobrecimento das famílias porque o nosso é e sempre foi um país pobre por isso para quê tantos carros, tantos telemóveis, tantos computadores? O que é preciso é produzir para exportarmos e mais nada. E claro que é preciso cortar ordenados e reformas aos portugueses em geral e não aos governantes que esses são uns mil e não é por aí que vem a despesa… Este não arrogou ter frequentado o ensino superior nem mesmo na Universidade de Cacilhas mas deve ser daqueles que apreciam aquele fado francamente fascizante que é Uma Casa Portuguesa, com certeza…

Ai que azar!

(Depois ainda ouvi um bocadinho do fórum dr António Barreto, mas isso é outra história.)


terça-feira, 14 de maio de 2013

Valha-nos Nossa Senhora de Fátima!

Que me desculpem! Eu até tenho a maior veneração pela Nossa Senhora de Fátima, mas não resisto a trazer para aqui esta imagem que colhi de um amigo do facebook a propósito da última bacorada reverberada pelo senhor presidente...

Estou quase em dizer que o Almirante e a sua "fina" esposa, Sra D. Gertrudes, poderão ser considerados umas estrelas face às atuais luminárias que habitam o palácio cor de rosa. 

De facto a nossa amiga São bate sempre na mesma tecla e tem razão: a responsabilidade é exclusiva de quem neles sempre votou. Mas hoje, ao ouvir o senhor presidente a dizer aquela frase "cheia de misticismo", o tom apalermado com que a disse e o sorriso de quarto minguante do tipo esgar que estampou na cara, fez-se-me luz! Um parolo! Um verdadeiro parolo. Por isso foi eleito e reeleito ao longo de quase trinta anos - este povo revê-se nele. É que não obstante o salto qualitativo que se deu nos país em termos de educação e de cultura nos últimos vinte/trinta anos, continuamos a ser uma país de... parolos.




domingo, 30 de dezembro de 2012

Concurso de bacoradas

O final dos anos traz sempre consigo os balanços e as revistas dos acontecimentos. Para não quebrar a tradição e porque a sorte nos presenteou com um grupo de governantes e respetivos assessores e adjuntos pródigos em reverberações notáveis, faço questão de relembrar aqui algumas das mais marcantes, deixando à consideração dos meus amigos habituais e de outros que por aqui passem de votarem naquela(s) que mais vos toc(ou)(aram). Para além das que aqui deixarei, podem sempre relembrar outras que me tenham escapado da memória.


Para além das queixas do senhor presidente da República sobre a sua sobrevivência com a parca reforma de dez mil euros mensais que aufere;
Para além do senhor primeiro-ministro que aconselhou os professores excedentários abandonarem a sua zona de conforto e procurarem emprego  e a procurarem emprego em Angola e no Brasil, mandando de seguida os jovens formados e qualificados emigrar; que considerou o desemprego uma oportunidade para se mudar de vida; que tratou de chamar aos portugueses (que, por acaso, até o elegeram) piegas.
Para além dos constantes lapsos do ministro Gaspar;
Para além das trapalhadas com a "licenciatura" do ministro Relvas,
Para além  das bacoradas do "coiso", digo, do desemprego, digo do ministro Álvaro;
Para além, para além para além de...
Tivemos a ministra da Agricultura bem preocupada com a seca afirmando:


 


Quem nos presenteou com algumas bacoradas assaz interessantes foi o dr António Borges, assessor de luxo do governo.








Outro senhor que, coitado, passa algumas necessidades na vida é o dr. Fernando Ulrich que afirmou:



Sem esquecer as caridosas afirmações da senhora Isabel Jonet sobre termos de aprender a viver mais pobres porque vivemos acima das nossas possibilidades e outras bacoradas moralistas sobre a vida familiar dos outros - leia-se dos probrezinhos.

Podem ainda votar na bacorada de última hora expressa pelo senhor secretário de estado da saúde que apela aos portugueses para evitarem ficar doentes a fim de utilizarem menos os serviços de saúde para se poder garantir a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde.

Votem por favor! A variedade é muita e não se esgota aqui!

domingo, 30 de setembro de 2012

O empertigadinho

Eu não queria vir aqui “bater mais no ceguinho”, mas não me contenho! Especialmente porque já tudo foi dito e escrito nas redes sociais, nos telejornais, pelos comentadores das várias televisões sobre o caso.


Aquele empertigado, arrogante, impertinente (e todos os restantes adjetivos com que o apodaram, até bêbado) do senhor António Borges, o vendilhão do templo, o coveiro do país, que no tempo em que a senhora Ferreira Leite foi dirigente do PSD muitos apontavam como um excelente candidato para se lhe seguir – credo! como somos facilmente influenciados e enganados! – mandou mais uma das suas intrépidas bacoradas

Depois de ter dito que os portugueses ganhavam muito e que os salários tinham de ser reduzidos, depois de ter mandado o palpite de que a RTP1 deveria  ser vendida e a 2 deveria fechar, vem agora no seu tom gelado de robot e com o seu ar de morto-vivo dizer aos empresários portugueses que eles são uns verdadeiros “ignorantes” e “que não passavam no 1º ano da sua faculdade”. O presidente da associação dos empresários respondeu-lhe à letra afirmando e muito bem que o senhor também não reunia as competências necessárias para ser contratado por muitos dos empresários. 

Claro que descabido patrão do supermercado doce – e de certo modo também o papagaio falante do comentador dos domingos ao serão na TVI – já veio defender o senhor Borges e pôr-se do seu lado dizendo que ele foi apenas “infeliz” na sua forma de se exprimir porque quando pensamos nem sempre as palavras nos saem da melhor forma – decerto não passaria no 1º ano na minha faculdade por falta de facilidade de expressão! (digo eu) – e que o presidente da CIP não devia ter falado como falou porque se trata de um homem com um currículo daqueles que até já foi reitor da faculdade! (Que parolos somos!)

Mas a propósito desta nova polémica duas observações me vieram à mente: primeiro, alguém deveria perguntar ao senhor Borges se Passos Coelho teria hipótese de passar no 1º ano lá da faculdade dele, já para não falar no doutor ministro Relvas! Segundo, não sei porquê, mas ao ver a sua imagem cadavérica, branca e inexpressiva e a sua forma atónica de se movimentar, veio-me à ideia a canção “A Morte saiu à rua” de José Afonso.





domingo, 23 de setembro de 2012

E a formiguinha bossa-nova?

Este é certamente o governo que mais bacoradas tem largado por aí. Especialmente contra o povo. Hoje foi a vez do moralista tipo-salazar (não o são todos eles?) ministro Miguel Macedo afirmar em Vouzela onde foi inaugurar um novo edifício para os bombeiros - enquanto pôde antes de fugir com medo dos manifestantes que gritavam contra o governo mesmo antes de descerrar a lápide - que «Portugal não pode ser um país onde há muitas cigarras e poucas formigas», uma fábula que disse ser para «os momentos difíceis».

E eu que detesto moralismos e por isso pouco gosto de provérbios e de fábulas (nas fábulas, enfim, ainda acho graça ao facto de os animais falarem) porque me lembro sempre aquelas redacções (com dois c naquele tempo) que fazíamos diariamente na 4ª classe sobre fábulas ou frases didáticas em que tínhamos de, no final, tirar a conclusão moral (se calhar o senhor ministro também teve de fazer essas redacções e por isso é que... ) - e, dizia eu, eu que detesto moralismos, quando ouvi a frase das poucas formigas que há em Portugal, lembrei-me imediatamente - com muita ironia, claro! - da Formiguinha Bossa-nova da Amália , com aqueles versinhos simples do nosso muito querido O'Neil e que tanto devem agradar ao ministro Macedo...

Ora oiçam!



E agora os versos:

Minuciosa formiga
não tem que se lhe diga:
leva a sua palhinha
asinha, asinha.

Assim devera eu ser
e não esta cigarra
que se põe a cantar
e me deita a perder.

Assim devera eu ser:
de patinhas no chão,
formiguinha ao trabalho
e ao tostão.

Assim devera eu ser
se não fora
não querer