sábado, 30 de abril de 2011

O casamento real


Para quem não pôde (ou não quis, como foi o meu caso...) assistir às transmissões do casamento real da década, ou do século, ou do milénio, como gritavam as televisões, fica aqui a melhor das reportagens. pelo menos eu acho!

É que não há pachorra para histórias de príncipes e de princesas que (já não) são como os das nossas histórias de infância. Fazem parte do nosso imaginário como pessoas e como povos e daí o deslumbramento perante tais acontecimentos. Só que já não se coadunam com o avanço social, cultural e histórico dos povos. Acho que já não se deviam usar. Mas sempre servem para fazer girar a comunicação social, correr rios de tinta e quilómetros de imagens e vender revistas e vestidos e chapéus e sonhos cor de rosa. Que sempre nos fazem apagar por algumas horas as nossas tristezas. Agora que são uma seca, ai lá isso são!



sexta-feira, 29 de abril de 2011

Dia Mundial da Dança



Nos meus tempos de adolescente tive uma enorme paixão pelo ballet clássico. Acho que todas as meninas passam por essa fase, pela delicadeza dos movimentos, pelo poético a que aspira, pelo romantismo que evoca. Para mim, pessoalmente ainda havia que contar com a força prodigiosa dos Tchaikovski(s), dos Mozart(s), dos Chopin(s), dos Schubert(s) que eu não me cansava de ouvir e de imaginar coreografias.

Eu sabia perfeitamente que não poderia ser bailarina – embora tivesse gostado muito – porque não havia possibilidades e porque estava “traçada” há muito para ser professora. Mas tanto falei nisso que quase obriguei a nossa professora de Ginástica, a Sr.ª D Georgina, (naquela época os professores eram de Ginástica, não eram de Educação Física) a abrir uma classe de dança lá no colégio (Externato Académico de Sintra, de ensino misto, graças ao Senhor...) e a minha mãe a pagar mais 35$00 todos os meses, a somar aos pesados 180$00 que já pagava de mensalidade para me inscrever da dita aula.

Naturalmente, como era costume nos colégios, fez-se a habitual festa de final de ano lectivo e eu (pseudo)dancei dois número de dança clássica. Giro, giro foi ter-me apresentado de vestido curtinho (que a minha mãe foi alugar ao Parque Mayer propositadamente para o importante evento) perante os alunos, especialmente os mais velhos (vejam o escândalo! É que isto foi em 1962!) e a nossa professora de Português, a Sr.ª D. Celeste, que tinha a alcunha de Libitina por ser tão ríspida e tão exigente (tudo o que sei de Língua Portuguesa aprendi com ela, diga-se, e foi muito!) ter levado todo o tempo a dizer-me lá da primeira fila onde se sentavam os professores: “Puxa o fato atrás para baixo!”

Foi dos momentos áureos da minha adolescência lá no colégio! Vieram as minhas tias de Lisboa e os meus tios de Minde para assistirem ao espectáculo, imaginem! Só uma nota contra: o meu “querido” à última hora não pôde estar! Que decepção! Acho que até chorei...



(Da esquerda para a direita: a Drª Irene, Directora do Colégio, a Sr.ª  D. Celeste, professora de Português
e o Sr. Costa, marido da Directora, que nos passava os ralhetes...
A  apresentação do espectáculo estava sempre a cargo de um dos alunos mais velhos)


(o meu primeiro número)


(o meu segundo número)


(Um aspecto da assistência, no ginásio do Colégio, onde se vêem os meus tios))

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Travessa da Alegria





Depois de uma notícia que me deixou bastante triste, pus-me a (des)arrumar fotografias e encontrei, por ironia, esta tirada numa Travessa da Alegria. E, para fazermos jus ao nome da travessa, as minhas filhas e eu pusémo-nos a fazer palhaçadas e rir às gargalhadas. Muito alegres!

Alguém sabe, por acaso, onde ficará esta Travessa da Alegria? Só posso dizer que é uma fotografia de 1990...


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Alentejo


Está assim o meu/nosso Alentejo. Vestido de roxo e vermelho, as suas cores de Primavera. Lindo!


(em riscas de cores esborratadas)




(as azinheiras e os pinheiros mansos)

 
(e frondosas árvores que orlam a estrada)




Indisciplina



Tendo em conta o carácter multidimensional desta problemática, o Centro de Formação LeiriMar convida-o(a) a participar nas I Jornadas Pedagógicas a decorrer na Escola Secundária Engenheiro Acácio Calazans Duarte, no dia 4 de Maio de 2011 (ver programa anexo).

As inscrições poderão ser feitas através de correio electrónico para o endereço calazans.jpedagogicas@gmail.com; , até ao dia 29 de Abril de 2011 (sexta feira).


 

terça-feira, 26 de abril de 2011

Ainda o 25 de Abril






É muito importante que as crianças e os jovens tomem conhecimento da nossa História recente, especialmente no que respeita a movimentos como a Implantação da República e a Revolução de Abril. Sobre esta última, devo referir os livros de José Jorge Letria e este livro digital da autoria de Manuel António Pina cujo link deixo aqui para leitura porque está muito bom e destina-se aos jovens... de todas as idades.

Ora espreitem:



segunda-feira, 25 de abril de 2011

E foi assim que tudo começou...



25-Abril (quinta). Às sete da manhã, um amigo telefona-me: «Ouça a rádio.» Ouço sem entender: rebentou a Revolução. A Revolução? Que Revolução? Por fim lá vou compreendendo. Toda manhã a rádio nos vai esclarecendo com notícias. Passámos o dia à escuta. Será possível?


26-Abril (sexta). Vitória. Embrulha-se-me o pensar. Não sei o que dizer. Uma emoção violentíssima. Como é possível? Quase cinquenta anos de fascismo, a vida inteira deformada pelo medo. A Polícia. A Censura. Vai acabar a guerra. Vai acabar a PIDE. Tudo isto é fantástico. Vou serenar para reflectir. Tudo isto é excessivo para a minha capacidade de pensar e de sentir.


10-Maio (sexta). Seria útil dar o balanço de quinze dias de revolução. Mas tudo se mantém ainda confuso. No entanto, alguma coisa se vai esclarecendo: de um lado, a ideia de que a revolução é para o interesse de cada um de nós, singularizado no esquecimento dos outros; do outro lado, a visível manifestação a todos os níveis, de núcleos comunistas. Seria uma revolução PC? Greves. Já começaram. Que não se propaguem em epidemia e gerem o caos. Para onde vamos? Por sobre tudo, uma certeza: os militares continuam de armas aperradas.

*

Hoje no liceu correu um manifesto dos meninos. Curioso: o professor foi (um)a vítima do fascismo. Mas é sobre ele que incide a exacerbação dos moços. No fundo, o seu programa inconfessável é simples: não estudar, passar o ano e ter o professor às ordens como têm em casa as sopeiras. Exigir dos professores boas notas, muito saber, como à criada exigem que lhes traga o café ou o penico. E é isto. Com fascismo ou sem ele, o professor continua o ser escravo que sempre foi.

(... ...)

22-Maio (quarta). Quase como que por obrigação – escrevo. Na realidade, só há tempo para ler os jornais, ouvir as notícias da Rádio e da TV. Viver passivamente, aberto ao que vai acontecendo, sem a energia ou capacidade para nos sobrepormos a isso e reflectirmos. Em todo o caso, a excitação vai acalmando. Como nunca, é hoje possível condicionar a opinião pública através sobretudo da TV. Assim se vai estabelecendo aí ou daí um equilíbrio entre a reivindicação desenfreada e estúpida e a reflexão sobre a precária economia nacional. Todo o futuro da revolução depende desse equilíbrio. Mas pergunto-me até onde as massas o aceitarão. De momento o PC age favoravelmente sobre os trabalhadores, frisando-lhes que as reivindicações desordenadas favorecem o caos e a reacção. Entretanto os extremistas replicam que a moderação (condicionamento de greves, de reivindicações, etc.) é que favorece a reacção, o capitalismo e aí o «reformismo» do mesmo PC. Mas para já, o grave problema da guerra colonial. Os brancos de Moçambique (duzentos mil contra oito milhões de negros) agitam-se sob a influência do exemplo racista da Rodésia e África do Sul. Muitos deles (e de Angola) regressam à Metrópole. Que trazem eles, além das necessidades de instalação? (... ...)

(Vergílio Ferreira, in Conta-Corrente 1, pág. 187-188)

Também eu fui avisada por telefone antes das sete da manhã pela nossa assistente de estágio de Inglês (a minha querida e saudosa O. F.) que não fosse para Lisboa porque havia uma revolução. Estava, à época,  a fazer estágio na Escola Preparatória de Paula Vicente, no Restelo, vivendo ainda em Sintra. Nesse dia não saí de casa, também agarrada à telefonia e ao telefone que o meu jovem marido estava na tropa na Figueira da Foz. No dia seguinte, já fui à escola e demos aulas. Mas vivia-se um ambiente tão estranho! Parecia deslocarmo-nos sobre nuvens, depois de lançados no ar sem para-quedas. Tal não foi a surpresa. Foi tal e qual Vergílio Ferreira tão simplesmente escreveu nas suas entradas dos dias 25 e 26: uma surpresa, Uma emoção violentíssima, sem sabermos o que fazer nem o que pensar. Aqueles primeiros dias foram um verdadeiro estremeção nas nossas vidas. Quase físico. Depois da "vida inteira deformada pelo medo".  E é isso que os nossos jovens não sabem o que é (e ainda bem!) e dizem-se "à rasca"... No dia 27, sábado, fomos para Lisboa, de olhos bem arregalados, respirar o novo ar e ver como as faces das pessoas se coloriam em sorrisos. E, de tarde, fomos ao Tivoli ver "A Golpada". Terá sido premonitório?....
 
E os meus queridos leitores, querem lembrar aqui como passaram aquele dia de todos os prodígios?
 

domingo, 24 de abril de 2011

Boa Páscoa!





Outros blogs apresentam belíssimas imagens de lindos ovinhos de chocolate, coelhinhos e patinhos embrulhados em  pratas e fitinhas, doces amêndoas coloridas que nos fazem crescer água na boca.

Para variar, escolhi a receita do folar transmontano que a minha mãe - que era de São João da Pequeira, lá longe no Douro já bem encostado a Trás-os-Montes - fazia pela Páscoa para delícia de todos nós cá em casa. Eu nunca me atrevi a  fazê-lo talvez por preguiça já que puxa bem pelos braços, talvez por receio da comparação...

Trata-se de uma receita muito antiga que eu copiei tal qual consta no original.


Folar de Páscoa
(tradicional de Trás-os-Montes)


5 pães em massa (crua; encomenda-se ao padeiro)
9 ovos
100 g. de banha de porco
100 g. de manteiga
1 dl de azeite
Várias carnes (frango, vitela, paio, chouriço, presunto, fritada de porco, coelho, etc.)


Cozem-se, assam-se, fritam-se ou estufam-se as carnes e tiram-se-lhes os ossos.
Colocam-se num alguidar os cinco pães em massa e amassam-se com a banha, a manteiga e o azeite. Juntam-se depois os ovos, um a um, batendo muito bem com as mãos. Quando a massa faz bolhas grandes, está pronta.

Tem-se uma forma grande de alumínio bem untada com manteiga. Coloca-se no fundo uma camada de massa; em seguida uma camada de carnes sortidas, outra de massa, outra de carnes e, por fim outra de massa.

Vai para o forno até a massa estar bem cozida e loira por cima. Se o folar for grande, coze melhor em fogão de lenha.

Esta receita dá bem para doze pessoas. Come-se ao almoço do dia de Páscoa. Está claro, é preciso fazê-lo de véspera.

Março de 1953

sábado, 23 de abril de 2011

No Dia Internacional do Livro






"Em matéria de leitura, nós, os «leitores», temos todos os direitos, a começar pelos que recusamos aos jovens que pretendemos iniciar na leitura.

1) O direito de não ler.
2) O direito de saltar páginas.
3) O direito de não acabar um livro.
4) O direito de reler.
5) O direito de ler não importa o quê.
6) O direito de amar os «heróis» dos romances.
7) O direito de ler não importa onde.
8) O direito de saltar de livro em livro.
9) O direito de ler em voz alta.
10) O direito de não falar do que se leu."

São estes os direitos inalienáveis do leitor definidos por Daniel  Pennac na sua obra "Como um Romance" e que deixo aqui no Dia Internacional do Livro para os (re) lembrar aos meus eventuais leitores.


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Dia da Terra






EARTH SONG por  MICHAEL JACKSON
O vídeo é do single de maior sucesso de Michael Jackson no Reino Unido, que não foi nem "Billie Jean", nem "Beat it", e sim a ecológica "Earth Song", de 1996. A letra fala de desmatamento, sobrepesca e poluição, e, por um pequeno detalhe, talvez você nunca terá a oportunidade de assistir na televisão.

"Earth Song" nunca foi lançada como single nos Estados Unidos, historicamente o maior poluidor do planeta. Por isso a maioria de nós nunca teve acesso ao clip.

Vejam, então, o que os americanos nunca mostraram de Michael Jackson.

Filmado em África, Amazónia, Croácia e New York.

Vale mesmo a pena ver!


http://sorisomail.com/email/12091/clip-censurado-nos-eua--mickael-jackson-.html

quinta-feira, 21 de abril de 2011

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Força Portugal!

Passeando por terras do Sul ainda encontramos quem tenha sentido de humor e quem consiga transmitir algum ânimo que bem contrasta com o desencorajamento que nos pretendem transmitir os meios de comunicação social.





terça-feira, 19 de abril de 2011

Perdigão perdeu a pena...






«Perdigão perdeu a pena»
Era falso o seu voar.
Levou muitos à arena
Para o verem pavonear.


«Perdigão perdeu a pena»
Por tanto assim correr.
À procura da capoeira
De outro milho pra comer.


Logo ficou depenado
Ainda mal era de dia.
Que tinha as penas desapegadas
Isso é que ninguém sabia!


«Perdigão perdeu a pena»
Na corrida para o poleiro
E também, ave exótica,
Despiu a “pele de cordeiro”


Vejam lá que o passarão
Iludiu com o nome Nobre.
Perdigão não é cordeiro:
Outra pele agora o cobre…!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Flores da minha rua



Amanhã vamos de férias - como se não estivéssemos sempre de férias desde há um ano! São assim umas férias das férias. Para a praia. Desta vez para o Alvor. E vamos levar a Elisa, pela primeira vez sem os pais. Vai ser uma aventura!

E, entretanto, deixo-vos aqui uma explosão de flores. Das flores da minha rua. É que eu até moro numa rua que se chama do Jardim!



 









 





(e esta é a primeira hortense do jardim)


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Nuestros hermanos...


O primeiro ministro Zapatero afirmou hoje na China que a situação de Portugal não tem nada a ver com a da Espanha. Que, aliás, a única coisa que os dois países têm em comum é mesmo a fronteira.

E eu que, apesar da minha avó espanhola que adorava, sempre fui um bom bocado anti-espanhois, tenho de concordar com ele. A única coisa que temos em comum é mesmo a fronteira. E já assim é desde o tempo do D. Afonso Henriques. Já para não falar do D. João I. E do D. João IV.

A propósito, até deixo aqui um vídeo muito interessante sobre o nosso valente primeiro rei, realizado em Londres por Pedro Lino a quem foi encomendado pela Câmara Municipal de Guimarães.

E já agora, não me venham com a ideia da Ibéria. E que me desculpe o Saramago.






quarta-feira, 13 de abril de 2011

Dia de calor





Dia de calor
abrasador,
em que o corpo
se abandona
à lassidão
e absorto
o pensamento
se embriaga
de paixão.

Dia de calor
abrasador –
- beladona
que propaga
num momento
um desejo
insensato
de sem pejo
te envolver
com prazer
e beijar
tuas feições
de gaiato.

Dia de calor
abrasador
e a tontura
de te ter
cá comigo
para ser
tua frescura,
para estar
só contigo
e te amar
pura, pura...



terça-feira, 12 de abril de 2011

A Família FMI





Não há quem não se lembre desta família medonha que apareceu nos cinemas lá para os idos dos anos 90.
Se os comentadores políticos, os jornalistas e os locutores dos Telejornais que nos buzinam constantemente aos ouvidos os horrores a que o FMI nos vai submeter, tivessem de desenhar a "Família FMI", talvez fizessem um retrato parecido com este ou talvez até outro pior.

E já agora, lembram-se da personagem que se chamava "It" e que se apresentava assim?



Que político da actualiadade nacional é que vos sugere, assim resguardadinho, metido no seu canto, sem falar, nem tomar quaisquer atitudes?


segunda-feira, 11 de abril de 2011

Que diferença!



(Avó e neto)

Fim de semana de quase Verão. Fim de semana de ficar com o neto de dois anos para os pais poderem ir respirar um pouco.

Dá a papa
Dá a sopa: “Come a sopa, Zé!”
Põe a fazer xixi: “Zé, tens xixi?”
Agora vamos dormir um bocadinho: “Põe-te a dormir, Zé! Queres que eu chame o lobo mau, Zé?”
Dar o banho: “Foi para os olhos! Dói!”

E uma pessoa já completamente desabituada destas rotinas. Escada acima, escada abaixo. “Quero o Faísca!” “Um beijo ao avô!” “Agora um abraço!” “Quer leitinho...”

Sábado à tarde. Passeio até à praia. Vamos buscar a prima, que com os dois até é mais giro.






 
Ui, brincar na areia pela primeira vez este ano! E o avô...
Descalça os sapatos
Tira as meias
Arregaça as calças
Pezinhos na água...




E depois ... toda a noite a tossir.
É que sermos avós não é o mesmo que sermos pais...

 

domingo, 10 de abril de 2011

E ainda há quem durma descansado!


O país como está, com a dívida externa (e interna...) a subir, com o rating em baixo, com a crise finaceira e política, com o FMI a chegar a Badajoz...

... e ainda há quem durma assim descansado!





sexta-feira, 8 de abril de 2011

Prendas

Prendas e mimos de alguns amigos muito queridos!

Flores








Versos da minha queridíssima amiga GN

Aprecio comida, o que não é de todo de estranhar, por motivos óbvios

O pedaço mais saboroso
o ingrediente mais sofisticado
o acepipe mais suculento…
aquele que me instiga à salivação
apenas o debico nos entrementes
para no final o saborear requintadamente em volúpia alongada

Não virá a propósito tal ladainha, mas apetece-me que assim seja

Durante o dia de hoje e mesmo antes
para que a memória perseverasse
centrei o meu cuidado
não num calor e cor apetecível de natas chocolate e confeitaria bastante
mas um seu equivalente que adiei para degustar ao fim do dia

A satisfação de te celebrar
prolongando esse gozo, não em garfadas deleitosas
porventura, umas quantas palavras que eu gostaria ter o condão
de harmonizar de molde
a expressar o inexprimível
já que a filologia me não assiste

Não passo do prefácio
do antipasto, dos prolegómenos
enfeites e desfeitos
com efeito, tão intricado intento

Tento artimanhas para guarnecer
ornamentos para disfarçar a inépcia
provocar um primeiro impulso de espanto
……

ciente que o equívoco não te embaraça
persisto na desfaçatez
do disfarce
hoje que é festa
e apetece parodiar

Bem-hajas
a tua vida e os teus
a sanidade, a galhofa o desatino
a história, a mordacidade, a opinião, o alerta
a audácia, a lisura, o desprendimento
o desafio e o desfastio
parabéns!


E da minha aluna Canadiana que está a aprender português, as mais doces das palavras ...




Não há como agradecer receber mimos destes e doutros que não dá para publicar aqui!





Convites





Cumplicidades

poesia & música em piano e acordeão


Ter tempo, viver a contratempo, fruir a Poesia dos tempos…

20 poetas, deste e de outros tempos, apresentam-se ao som de temas originais, jazz, clássicos e temas da world music.

Uma narrativa feita de intertextualidades em que a pertinência das temáticas não deixará o público indiferente.


Reymundo - concepção, direcção artística, piano e acordeão
Maria Figueiredo - selecção e apresentação de textos

Local:

Leiria – TE-ATO – sala Jaime Salazar Sampaio
(Rua Pedro Nunes 15 (transversal Arquivo Distrital/Terreiro/Leiria)

13 Abril – 21.30 h

Duração: 1.10 m
Público-alvo: maiores de 6


http://dialogosdialogos.blogspot.com/ 


E ainda...

 


quinta-feira, 7 de abril de 2011

Balanço



«Contei meus anos
e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente
do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas
percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis,
para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias
que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas,
que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo
majestoso cargo de secretário geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa...

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços,
não se encanta com triunfos,
não se considera eleita antes da hora,
não foge de sua mortalidade.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial (...)»

Mário de Andrade


quarta-feira, 6 de abril de 2011

Dia de anos


Pois é. Hoje é o meu dia de anos. Muitos anos. Já ultrapassei os anos de vida do meu pai, da minha mãe, do meu irmão. No fundo, bem lá no fundo, tinha algum receio que isso não acontecesse. Morrem novas as pessoas na minha família. Excepto a minha avó que me recebeu nos braços quando nasci, que me criou, que ainda me ajudou a criar as minhas filhas em pequeninas, que viveu os seus últimos anos em minha casa e que, depois de sobreviver muitos anos a três maridos (...!...) morreu já tinha 91 anos. Mas ela era espanhola e, se calhar, isso explica tudo!

Vejam-na numa fotografia que já tem 63 anos:





terça-feira, 5 de abril de 2011

Afinal em que ficamos?!

Conferências



A ADLEI não pára! Aqui estão mais iniciativas interessantes para quem quiser e puder. Estejam atentos!





Mas ainda há mais:

ADLEI e a Livraria Arquivo (com o apoio da Fundação Francisco Manuel dos Santos), têm o prazer de o/a convidar para o Ciclo de Conferências «O País e a Região: Que Futuro», destinado a debater desafios do país que também são da região.



- «Mudar a Escola» (David Justino/Anabela Graça) - 14/Abril - 21h - Livraria Arquivo


- «Economia: Crescimento vs. Desenvolvimento» (Luciano Amaral/José Amado da Silva) - 27/Abril - 21h - Livraria Arquivo


- «Pensar o País» (António Barreto/Henrique Neto) - 11/Maio - 21h - Livraria Arquivo


Entrada livre.
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