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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Os relvados ingleses

(St James's Park)
Ando a dizer isto há anos em relação ao estado e à evolução da educação no nosso país. Da educação e não só. Quem quer à viva força comparar o estado social, cultural, educacional do nosso país com o dos países ditos civilizados, especialmente com os do norte da Europa, com o único objetivo de nos achincalhar e aos governos que se têm seguido alternadamente desde a instauração da democracia, só mostra que, de facto, não deve muito è inteligência ou que não tem feito as leituras que devia. É que, quando saímos ainda não há quarenta anos do estado de letargia, de submissão, de medo e de ignorância para começarmos a dar os primeiros passos na vida democrática, tateando, tropeçando, esses outros países já nos levavam pelo menos cem anos de avanço. A todos os níveis.

Esta é uma daquelas evidências que saltam à vista, nem é preciso ser muito esperto. Só que nós gostamos mesmo é de dizer mal de nós próprios e do país e pronto! (Bem razão tem o Sérgio Godinho em cantar: “Só neste país, só neste país é que se diz só neste país!”)

Agora pensem como fiquei realizada ao ler uma metáfora tão simples como esta com que um dos meus cronistas preferidos, o Ferreira Fernandes do DN, terminou a sua crónica de ontem sobre a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres e que diz assim: «Já a Rainha Isabel aceitar entrar, ela própria, num diálogo – “Boa-noite, Mr Bond!” – deixar a sugestão de que se atira de para-quedas com Daniel “Bond” Craig para o Estádio Olímpico e aparecer na tribuna em tempo real, com o mesmo vestido e a cara de enfado habitual, só se explica pela mesma razão do brilho dos relvados ingleses. Basta cortar e regar. Só? Sim, isso e fazê-lo durante umas centenas de anos.» 

É isso que eu ando a dizer há anos em relação ao nosso dito "atraso estrutural", mas nunca com esta simplicidade: é que não basta “cortar e regar os relvados” para eles terem aquele brilho. É preciso, mesmo, fazê-lo há umas centenas de anos. 


(St James's Park)

sábado, 28 de julho de 2012

Os Jogos Olímpicos



Pertenço àquela minoria que não liga muito, para não dizer nada, aos Jogos Olímpicos. Como não ligo a outras competições sejam mundiais, europeias ou nacionais. Sou assim, que se há-de fazer? Nunca gostei de jogos, nem de desporto, suponho que porque não entendo nem aceito a competição. 

Esta minha estranha forma de ser no que toca a estas coisas do desporto e dos jogos torna-se ainda mais estapafúrdia se disser que o meu núcleo familiar – marido e filhas – bem como toda a minha família próxima – mas nunca o meu pai – foi sempre e desde sempre praticante e defensora das mais variadas atividades desportivas, que eu não nego, naturalmente!

Para mim, programas intermináveis à procura de um “eleito”, seja individual, seja por equipas são sempre uma enorme “seca”. Que é o caso dos mundiais ou europeus de futebol – bah! – ou seja de que modalidade for! E isto inclui campeonatos de dança, de música, já para não falar dos impossíveis programas tipo ídolos – portugueses ou não! 

Por isso também nunca me entusiasmei demasiado com os emblemáticos, mediáticos e porque não dizer mesmo ostensivos, excessivos, exibicionistas espetáculos de abertura dos Jogos Olímpicos. Lembro-me vagamente da sessão de abertura dos jogos de Moscovo em 1980 que pôs o público nas bancadas a representar o ursinho Misha a deitar uma lágrima, o que à época foi uma coisa maravilhosa e da dos Jogos de Los Angeles em 1984 por ter tido como pano de fundo a história da maravilhosa música americana anos 30/40/50 que eu adoro (e o feito quase épico do nosso Carlos Lopes) e pouco mais.




Os últimos, que se realizaram em Pequim, em nada me atraíram, aliás como outros realizados em países orientais – que me desculpe o amigo Cambeta – com toda aquela perfeição conseguida sabe-se lá a que custo! As atuais culturas orientais, atuais, repito, parece quererem provar ao ocidente a sua superioridade e tentam fazê-lo e fazem-no a todo o custo pretendendo atingir a perfeição, pretendendo encantar-nos com o espetáculo dessa perfeição que eles inventaram.

Daí ter, de facto, gostado da sessão de abertura a que assistimos ontem. Sou suspeita, muito suspeita mesmo, dado o gosto que mantenho desde sempre pela cultura inglesa, pela sua história, pela sua poesia, pela sua música, mas especialmente pela sua força, traço visceral de um povo. São arrogantes? São, sim senhor! São “conceited”? São, sim senhor! Pensam-se acima e diferentes de todos os outros? Pensam-se, sim senhor! Mas são capazes de se superar de houver necessidade disso. Só pela força do trabalho, do muito trabalho conseguiram largar os campos e vir para as cidades fazendo uma revolução industrial como nenhum outro país antes fizera, não deixando de lado a revolução agrícola, a revolução social, a revolução cultural. E foi essa força que eles tiram sempre dos seus músculos e dos seus cérebros, sempre suportada pelos seus mitos e pelos seus heróis que nunca abandonam que vimos ontem na sessão de abertura destes 30ºs Jogos da era moderna. A força com que batiam nos tambores foi a força com que no século XIX bateram o ferro e o transformaram em aço pelo fogo – sinais sempre presentes no espetáculo; mas uma força temperada pelo toque de classe e o bom gosto do seu humor, da sua literatura, da sua música, da sua história – que veneram.

O ponto forte do espetáculo – para mim, claro! – foi mesmo a breve, mas excelente e humorada representação da Rainha, finíssima e austera como sempre, acompanhada pelo seu grande protetor Mr Bond, o eterno agente britânico ao serviço de Sua Majestade e com licença para matar. E a seriedade e a finura esse quadro com que foi feito.

Inglaterra no seu melhor!

(Poderão, se assim o entenderem, ter uma outra perspetiva da sessão de abertura dos Jogos de Londres, quiçá bem mais estapafúrdia, aqui.)


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

London's burning





E, a propósito, lembrei-me daquela musiquinha - a nursery song - que se ensina às crianças e que diz assim:

London’s burning, London’s burning!
Fetch the engine, fetch the engine!
Fire, fire! Fire, fire!
Pour on water, pour on water!

E depois lembrei-me da canção dos The Clash (1979) que foi assim:




E, a seguir, lembrei-me desta canção de Sérgio Godinho (1997) que pode vir a ser assim:

Cuidado!
Atenção!
É proibido fazer lume
risco de explosão
Cuidado!
Atenção!
É proibido fazer lume
risco de explosão!





quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Reconhecimento



Há uns anos, catorze ou quinze, levei uma turma de alunos do 9º ano a Londres. Foram meus alunos de Inglês desde o 7º ao 9º ano, bons alunos, educados, amorosos, daquelas turmas (e eu tive algumas!) que nos ficam na memória. Aí no 8º ano começaram a meter-me na cabeça que os havia de levar a Londres. “Vocês são malucos! A Londres! É muito caro. E os vossos pais vão mesmo deixar-vos ir...” Havia alunos com possibilidades económicas mas outros nem tanto e irem uns e ficarem outros não entrava na minha cabeça, nem nas deles.

Começámos a trabalhar a ideia e a juntar dinheiro. No início do 9º ano reunimos com os encarregados de educação, fizemos rifas, pedimos patrocínios, vendemos bolos e gelados, fizemos quermesses e os pais a trabalharem alegremente ao nosso lado!

Acabámos por ir a Londres, em Maio, antes das Provas Globais, com 24 alunos – só ficaram dois em terra porque os pais não autorizaram a sua ida – e com uma “comitiva” de adultos professores que se a suas custas, naturalmente, se juntaram ao passeio.

Correu tudo muito bem. Nem queiram saber a trabalheira que foi andar cinco dias naquele metro louco de Londres a “empurrar” aquela gente toda para dentro e para fora. Mas foi muito bom. E eles adoraram.

Vem isto ao caso, porque, um dia destes, recebi uma mensagem pelo Facebook (estas modernices são um espanto!) a dizer que a Tatiana me convidava para fazer parte da “Mítica turma do 9º A”. Lembrei-me logo deles. E fui ver.

Aquela ex-aluna, que por acaso está a fazer um doutoramento, lembrou-se de “reunir” os colegas daquele 9º A sem deixar de fora a (velha) professora de Inglês e o Director de Turma (o meu querido amigo e colega “Wolf”...)

Fiquei encantada, comovida. Isto sim, é uma homenagem sentida ao nosso trabalho com os alunos, sermos reconhecidos por eles.

Da mesma forma que aconteceu, em Junho último, na minha última ida a Londres, quando, em plena Madame Tussaud, enquanto olhava a estátua de cera da minha querida Audrey Hepburn, oiço uma jovem senhora dizer no português mais correcto para o marido: “Olha, esta senhora foi a minha professora de Inglês!” Olhei e, naturalmente não a reconheci, mas ela, muito contente, continuava “Foi a minha melhor professora de Inglês! Foi ela que me levou a seguir tradução, etc. etc...”

Muito mais genuíno, mais sincero e de certo mais encantador do que aquelas cinco linhas que o Conselho Geral da (minha) escola me enviou, uns meses depois de me aposentar, ao fim de 36 anos de dedicação exclusiva e intensa àquela escola, a agradecer a colaboração...


domingo, 4 de julho de 2010

Porque hoje é Domingo


(St. James's Park)

Hoje é Domingo e está um calor incrível. Finalmente está bom para ir para a praia aqui na costa oeste onde as manhãs têm acordado húmidas e cheias de nevoeiro e em que o Sol faz a sua aparição breve lá para o meio-dia.

Somos um país de praias e cultivamos e bem essa tendência. Não temos a tradição de ir para o parque. Aí os ingleses são exímios e que belos parques eles mantêm no meio das cidades e por todo o lado e que bem os aproveitam em todos os momentos livres que têm, para ler, para descansar, conversar, descontrair,  admirar os esquilinhos aos saltos...

Deixo aqui algumas fotografias tiradas em parques de Londres.






(brincando nos relvados de Westminster Abbey depois da chuva)

(foto cedida pelo F. Mendes)

(foto cedida pelo F. Mendes)


(foto cedida pelo F. Mendes)


(Hyde Park)


terça-feira, 22 de junho de 2010

Elephant Parade


Ouvi hoje, no noticiário, que distribuíram vinte e tal pianos pelas ruas de Nova York para serem utilizados pelo público. São malucos, pensei. E se chove? E se os vandalizam? Mas deve ser muito giro.

Lembram-se aqui há há uns quatro ou cinco anos a exposição de vacas pintadas que houve em Lisboa? Foi a chamada Cow Parade. Fui para Lisboa passar um fim-de-semana só para as fotografar. Lindas! Decoradas com muita  imaginação. Hei-de mostrá-las aqui para recordarmos.

Também em Leiria se fez, há dois anos uma Apple Parade para celebrar a maçã de Alcobaça, lembram-se? Mas eu, sempre "encafuada" na escola, nem dei conta e, quando soube, já as maçãs tinham sido retiradas!

Agora em Londres estava patente uma Elephant Parade com elefantes decorados de que também fiz algumas fotografias  que vou passar aqui.

Em Green Park






Em Trafalgar Square:


Em Covent Garden:



E até na loja dos brinquedos, no Hamleys:



Aren't they just lovely?!