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domingo, 30 de janeiro de 2011

47 anos depois


Vejam como eles se apresentaram em 25 de Janeiro de 1964. Com piano e saxofone e tudo! Foi lá na Sociedade União Sintrense, mesmo ali no sopé da Serra verdejante, fria, húmida, bela. Deram-se o pomposo nome de Diamantes Negros - vá-se lá saber porquê... Eram tão novinhos! Tocaram Quand viens la fin de l'étè, Shadows, Cliff e Beatles, claro! Com muitas hesitações, mas com muito entusiasmo.



 (gostámos...)


(foto para as fãs...)



(e esta, que bem enquadrada!)


(num Baile das Camélias, no tempo do yé-yé...)



(depois, num instante, passaram 40 anos)

E ontem, lá voltaram à Sociedade. À mesma que os acolheu há 47 anos. Com muita gente a assistir e a acompanhar e a fruir. Só que tocaram melhor. Muito melhor! Aliás, foi uma verdadeira surpresa - tocaram  muito bem! Estavam mesmo imparáveis! E com incursões pela música mais actual, mais hard...

(O apresentador foi o mesmo de há 47 anos atrás)




(Os artistas eram os mesmo e tocaram com vivacidade e vigor-
qual idade, qual quê?)



(Foi uma noite de sucesso e tiveram direito a chuva de papelinhos...)


sábado, 15 de janeiro de 2011

Camélias



Gosto muito de camélias. Só vi camélias quando fui para Sintra, tinha dez anos. E lá havia muitas cameleiras (ou japoneiras, como se dizia à época) brancas, cor-de-rosa, encarnadas, pintalgadas, simples, dobradas - todas lindas.




Quando vim viver para Leiria, trouxe uma cameleira que plantei no meu micro-jardim e que tantas recordações me traz. Do tradicional Baile das Camélias que tinha lugar na Sociedade União Sintrense, lá mesmo perto da minha casa, todos os anos no dia 19 de Março. A Sociedade tinha (e tem) quase a dimensão dos cinemas tradicionais e, para esse evento,  as suas paredes eram completamente forradas com camélias para receber as centenas de pessoas que se apinhavam para dançar e para ouvir os artistas convidados. Lembro-me de uma dessas noites das camélias nos idos de 60 em que foi convidado o Tony de Matos. Ora eu nunca gostei nada de fado e, adolescente vivaça como era em época de Shadows, de Rolling Stones e de Beatles, não tinha paciência nenhuma para estar a ouvir os fadunchos do Tony de Matos ou de outros qualquer. Por isso, tratei de arregimentar um grupinho de amigos e lá nos pusemos, junto ao palco, a imitar e a gozar  o fadista. Imaginam a vergonha que passámos quando o director da Sociedade, o Sr. Magalhães, nos veio dizer que se não nos calássemos nos punha na rua... Nós queríamos era ouvir os Diamantes e o resto era conversa...

(Os Diamantes Negros, Baile das Camélias, 1966)


As camélias são muito delicadas e duram muito pouco tempo na árvore, caindo dois ou três dias depois de florirem.




O chão cobre-se de camélias o que sempre me traz à lembrança a festa de fim de ano do colégio da Parede onde fiz a 4ª classe e que teve lugar ainda nas antigas instalações do Casino do Estoril (1958). Nessa festa eu fazia o papel de uma velha avó que fazia 82 anos e recebia a visita dos seus imensos netos que, à medida que chegavam, presenteavam a avó com uma música ou dança das várias regiões de Portugal. Havia uns netos que recriavam a velha modinha brasileira "Jardineira" que ainda trauteio enquanto apanho as camélias caídas...