Até parece que vou falar das novelas da TVI com as suas intermináveis temporadas. Mas não!
A oitava temporada é aqui no meu blog... Quer isto dizer que ando aqui há já oito anos a "moer-vos o juízo" e estou para continuar, com altos e baixos, sei lá até quando.
E, a propósito da "oitava", lembrei-me daquela anedota muito velha, do tempo dos discos pedidos na rádio . Era o programa «Quando o telefone toca» - quem se lembra? «Senhor Joaquim Pedro, posso dizer a frase? (era a frase publicitária)Posso pedir um disco?»
Ora um dia, telefonou para lá um senhor a pedir para tocarem o disco «oitava». Mas o Senhor Joaquim Pedro não conhecia esse disco e teimava: «será mesmo oitava? Não conheço! Pode cantar um bocadinho para eu ver se conheço?»
E aí, o ouvinte, tímido, cantou: «Oitava na peneira, oitava peneirando, oitava no namoro, oitava namorando»...
Para vos avivar a memória e para celebrar a entrada na minha oitava temporada, aqui fica este belo forró nordestino de Waldemar Henrique (anos 40 do século passado) pela voz do célebre Luiz Gonzaga.
Os noticiários não se cansam de nos mostrar o enchimento de grande parte das barragens que, ainda há um mês, estavam quase vazias.
Aquela ponte que reapareceu naquela barragem alentejana e que eu mostrei aqui, felizmente encontra-se de novo submersa.
E até o nosso «formoso Rio Lys» que seguia tão tristinho quase num fio de água, rebentou na nascente e vem serpenteando sinuoso e impante pelos campos das Cortes.
Ora vejam.
(As fotografias foram retiradas da página do facebook da minha ex colega Elisabete Pinheiro, a quem agradeço.)
(Nascente seca)
(Nascente mais recentemente)
E despeja-se assim no meio da cidade.
E depois disto tudo, como poderia eu não recordar aqui, uma vez mais, as belas «Águas de Março» nas vozes de Elis e Jobim?...
Dizem-me que teria sido no início da noite de domingo que poderíamos ter visto a Super Lua, a única deste ano. E que, ontem, o bom do nosso satélite continuaria a parecer maior do que de facto é. Não vi!
O Observatório Astronómico de Lisboa explica que a sensação de proximidade é uma mera ilusão de ótica.
A NASA (devem pensar que somos todos burros, ou que ainda vivemos no século XIX...) avisa que o acontecimento, apesar de invulgar, “não causa inundações,
terramotos, fogos, erupções vulcânicas, condições meteorológicas extremas ou
tsunamis”...
Mas que é bonito de se ver, lá isso é... E eu não vi!
Para aqueles que, distraídos como eu, não viram, fica aqui um luar como não há outro - o Luar do Sertão .(Catullo da Paixão Cearense, 1914)
Ontem, depois de um jantar de amigos, de onde saí algo acabrunhada - culpa minha por certo - lembrei uma canção dos inícios de 60, uma das minhas canções, cuja letra (e toada) nunca pude esquecer por tão verdadeira. De facto, "na vida tudo passa"....
Uma relíquia recebida por mail. *Bar da Carmela,
no Bexiga...*
Elis Regina era
recém chegada de Porto Alegre, nos anos sessenta. Canta com
Adoniran Barbosa,(1910-1982) numa mesa do bar, uma música que ele acabara de compor para
sua noiva IRACEMA que morrera atropelada em plena Avenida São João, uma semana
antes do seu casamento. Muita gente ignora que este samba nasceu do atropelamento da noiva de Adoniran.
E pela mesma dupla, quem não se lembra de «Tiro ao Álvaro», tema da novela Dona Xêpa?
E eu, que nem gosto nada de chuva, dava tudo por uma chuvinha daquelas fortes e certinhas que refrescasse o chão, amainasse o calor e apagasse os fogos.
Uma - entre outras, muitas - parceria que deu belos frutos. Este é um deles. A lindíssima canção «A Barca dos Amantes» com a música dolente de Milton Nascimento e a letra romântica do nosso Sérgio Godinho.
Hoje lembrei-me de vo-la deixar aqui na interpretação de um e de outro. Lindo mesmo é quando a cantam a par, mas não encontrei o vídeo.
É recorrente. Como tudo no ano afinal. Todos os anos vem o Carnaval e todos os anos me vêm à lembranças estas duas canções de Carnaval. As imortais, para mim. E todos os anos me apetece deixá-las aqui. Tenho falhado alguns anos, mas este ano elas voltam para alegrar - ou não - nesta toada não dolente e tão meiga que só os nossos irmãos brasileiros conseguem criar...
Se gostarem de as relembrar, aqui ficam. Nestas versões que a mim me encantam.
E aproveitem, que amanhã já é 4ª feira de cinzas...
Na verdade muita gente já fazia
samba nessa época. No entanto, os seus autores registavam as suas composições
como lundus ou tangos carnavalescos, já que o samba era marginalizado, estava
constantemente na mira da polícia e sujeito a ser extinto, conforme ocorreu com
o maxixe, pois ambos eram apontados como uma dança lasciva, adotada por gente
da ralé. Assim, Pelo Telefone foi o
primeiro samba que alcançou sucesso numa época em que imperavam as polcas,
valsas, tangos, modinhas, lundus e outros géneros.
O samba era praticado, em
modalidades folclóricas, em várias regiões do Brasil. A influência das tias
baianas no samba carioca foi importantíssimo, como no caso da lendária Tia
Ciata, cozinheira e curandeira, moradora da Praça Onze de Junho: a sua casa era
o ponto de encontro da comunidade baiana radicada no Rio.
Os versos de Pelo Telefone foram recolhidos na casa da Tia Ciata e registados
por Donga (música) e Mauro de Almeida (letra) como samba-carnavalesco na Secção
de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional em 27 de Novembro de 1916 e gravado
no mês seguinte na Casa Edson, ganhando projeção nos coretos carnavalescos.
Uma das minhas canções de sempre: «O Amor em Paz» na excelente voz do malogrado Agostinho dos Santos - apesar de ser da autoria de Vinicius e Jobim nos idos de 50/60.
Própria para quem "amou de mais" e depois pensa que não consegue "voltar a amar"... Muito bonito!
(Ouvi esta canção nesta versão centenas de vezes nos tempos da minha tonta adolescência...)
Na data do fechamento do ano mariano por cá, lembrei-me de trazer aqui a belíssima Avé Maria no Morro que eu tanto gostava de trautear lá nos idos, idos de 60.
Há outras versões brasileiras e não só ( por Andrea Boticelli, Pavarotti e até pelos Scorpions) mas esta é a da minha memória, além de que a voz de Dalva de Oliveira era linda!
Este é o nosso Brasil. O Brasil brasileiro. O Brasil do povo. Alegre e cheio de vida e de cor. O povo que, de uma forma ou de outra, viu as suas vidas algo melhoradas pelos governos que ontem terminaram. Brutalmente e da forma mais anti-democrática que se possa imaginar. Por meio não de um golpe, mas de uma golpada. Um ajuste de contas permitido por uma Justiça fraca e vendida que permite que uma
governante «limpa» seja afastada por outros muitos indiciados de crimes e com imensas
contas a prestar aos tribunais.
Agora é mesmo de Temer pelo
Brasil. Muito trágico. Muito assustador. Muito lamentável.
Daqui o nosso forte e caloroso abraço ao nosso Brasil brasileiro.