quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Última atuação dos Beatles

30 de Janeiro de 1969.

Foi exatamente há 50 anos que o grupo formado por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr subiu, de surpresa, ao topo do prédio onde ficava a Apple Corps, empresa da própria banda que, entre outras coisas, era também estúdio de gravação e tocou pela última vez em público.

E depois de dizerem e repetirem  que não os deixássemos down... foram eles que nos deixaram mesmo down.....

Que saudades!




terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Adivinha

Hoje vai uma publicação ao estilo do meu/nosso querido amigo Rui da Fonte: saberão os meus amigos dizer-me aonde pertence esta bela foto antiga?

É bem fácil...




sábado, 26 de janeiro de 2019

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Aviltamento


Enquanto portuguesa, cidadã, professora de Português e grande apreciadora do poeta dos vilancetes cem glosados, das cantigas de filigrana, dos sonetos perfeitos e da grande, enorme, luminosa epopeia portuguesa, sinto-me dececionada (não com o presidente que esse nunca nem por um dia me criou ilusões), humilhada, aviltada pela escolha que o atual presidente fez para presidir à celebração do Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades. 

Camões deve estar "aos saltos na tumba"! E qual é o português, quais são as comunidades que se reveem em alguém que nunca deu provas em nenhum campo da ciência, da escrita ou do conhecimento em geral, alguém sem qualquer tipo daquela grandeza necessária para nos representar, num simples fazedor de palhaçadas de mau comediante (sem ofensa para os palhaços nem  para os comediantes de profissão, naturalmente!)?



Recolhendo as sempre bem escolhidas palavras do escritor Mário de Carvalho, transcrevo a sua opinião expressa na sua página de facebook, com a qual não podia concordar mais.

«Admitindo que o actual Presidente da República visse conveniência em nomear para o 10 de Junho, Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, uma personalidade de direita, não lhe faltariam, em alto nível, cientistas, médicos, professores, arquitectos, artistas, escritores dessa tendência... Assim evitaria o desprestígio do acto. O achincalho. O desconforto do popularucho.»

Tenho para mim que, numa febre de popularidade, Marcelo está a perder o auto controlo...


sábado, 19 de janeiro de 2019

Exposição de Eça e Os Maias na Gulbenkian

Ontem foi dia de "visita de estudo" com os alunos seniores. Foi tempo de visitar a exposição de «Eça e Os Maias - tudo o que tenho no saco» organizada pela Fundação Gulbenkian.

Mais uma exposição com a qualidade a que a Gulbenkian nos habituou: muito bonita, muito sóbria, muito bem fundamentada, muito ampla naquele espaço amplo e muito bem apresentada pela guia que nos recebeu e acompanhou. 

Nem só de «Os Maias» trata a exposição. A primeira sala dedica-se à «Vasta Máquina» de 1888 que foi o ano da publicação da obra em dois volumes. 

Em carta ao seu amigo Oliveira Martins, Eça dirá : 

«Os Maias saíram uma coisa extensa e sobrecarregada, em dois grossos volumes! Mas há episódios bastante toleráveis. Folheia-os, porque os dois tomos são volumosos de mais para ler. Recomendo-te o começo, as primeiras 100 páginas; certa ida a Sintra; as corridas; o desafio; a cena no jornal A Tarde; e sobretudo o sarau literário. Basta ler isso, e já não é pouco. Indico-te, para não andares a procurar através daquela imensa massa de prosa.» 





A segunda sala mostra o percurso de vida do autor antes de escrever a sua obra prima., nomeadamente as viagens pelo Oriente e que tanto influenciaram toda a sua obra.








Depois falam-nos da «guerra» que Eça e os seus amigos da Geração de 70 declararam ao Romantismo. 






Noutra sala,subordinado ao tema Norma e Desejo, grande destaque para «O Crime do Padre Amaro» com quadros da pintora Paula Rego.





Na Cela
Entre as Mulheres
E muitos outros aspetos do multifacetado e multi viajado escritor.


O dandismo



Os vencidos da vida





A crítica e a ironia

E alguns objetos pertencentes ao escritor.












Vale bem a pena visitar!

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

What now?

E agora, Mrs May, o que se segue?


segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

A Primeira Lua de Inverno





I
Repousa em redor a pequena vila.
Às luzes que cruzam a rua
Juntam-se lanternas de um fiacre.
Poluídos para alguns os frutos do dia,
Deixam o mercado agora ermo,
Sem uvas nem girassóis.
Ouve-se música através dos muros,
No jardim alguém tenta calar o apelo
De um amor recusado, ainda em chaga,
Mas na cascata a água precipita-se,
Fresca, num jorro rápido.



II
Acabou o Sol & o sino da tarde leva
Os deuses, um a um, a um passado provisórios,
Donde irão emergir para o grande cisma
Do Inverno, o primeiro sopro do qual
Já se ouve subir os píncaros da serra.
Para a deusa branca chegou o fim do seu enigma,
A sua ruína coroa agora as ruínas do castelo:
Aqui morrem os deuses & as borboletas.
Rejeitados olhando apenas,
Recíproco, um brilho no vazio.

M.S. Lourenço (1936 – 2009)



(E pensar eu que vivi ali tão perto do poeta M.S.Lourenço, decerto me cruzei com ele algumas vezes  ali nas escadinhas ou no Largo do Vitor onde ele vivia e... nunca o conheci...)




terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Hoje é o aniversário do Rei!

Elvis Presley nasceu em 8 de janeiro de 1935. Faria hoje 84 anos.

E eu, fiel aos meus hábito, deixo aqui mais um pequeno tributo ao Rei. 

Atendendo a que não posso - não devo - lembrar todos os anos o «Are you lonesome tonight?» que é a minha preferida de todas as que ele cantou - deixo uma bela canção de 1956 que também sempre me encantou - «Love me tender»

(Sou uma romântica, que se há de fazer?!...)



segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

O cúmulo do ridículo

Depois do humilhante beija-mão ao «irmão» (dele, decerto) Bolsonaro...




«O Presidente da República entrou em direto por telefone na estreia do programa de Cristina Ferreira na SIC para lhe desejar felicidades, apanhando a apresentadora – e os telespectadores – completamente de surpresa. Fê-lo, disse ao PÚBLICO fonte de Belém, porque quis estabelecer alguma igualdade com o concorrente direto, o programa da TVI apresentado por Manuel Luís Goucha, a quem tinha concedido uma entrevista na véspera de Natal.»

Reflitamos sobre o que pretende o senhor presidente com este estonteante vai-vem que o obriga a «ir a todas»... Foi o mesmo presidente que, na Mensagem de Ano Novo, avisou sobre os riscos da demagogia e do populismo.


sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Habemus PR Bolsonaro, Consummatum est...

Deus e os meus amigos sabem que não sou seguidora de igrejas; aprecio, porém, a filosofia de vida e a forma sensata como aborda os graves problemas do mundo. Refiro-me a Francisco, o Papa. E foi ele que, na sua sapientíssima mensagem de Ano Novo, nos exortou, a todos, a interessarmo-nos pela política, pela forma como se governa a cidade (perspetiva da Grécia Antiga). 

É nesta linha que eu me interesso pela política, seguindo a orientação de Francisco, o Papa.  

Assim sendo, não me eximi de trazer aqui a bem concebida crónica que Carlos Esperança publicou ontem no facebook.


Brasil – Habemus PR Bolsonaro. Consummatum est

«A tomada de posse de Jair Messias Bolsonaro foi o ato final de legitimação do golpe de Estado contra Dilma. Lá foi Michel Temer, que a traiu, a devolver a faixa presidencial, à espera da prisão, pois, ao contrário de Lula, há gravações que provam a sua corrupção.

Da conspiração das Igrejas evangélicas, com homilias, órgãos de comunicação e crentes destacados nas redes sociais, sai mais poderoso o bispo Edir Macedo e mais próximo do Paraíso quem paga o dízimo, em suaves prestações, na compra de uma assoalhada junto a Deus, mas foram os grandes interesses económico-financeiros que aprontaram o golpe e o conduziram.

Nos políticos conluiados com o poder judicial, para afastar o previsível vencedor, Lula da Silva, estava o juiz Sérgio Moro, cuja ambição dispensou um período de nojo entre a prisão, investigação e julgamento do adversário político e a entrada imediata no governo do fascista assumido, machista, homofóbico, racista, xenófobo e violento.

Bolsonaro, depois de uma carreira militar que terminou em capitão, de onde foi afastado por críticas públicas a baixos salários dos militares e a um alegado plano para dinamitar os sanitários da sua Academia Militar, foi para a política, onde se distinguiu mais pela boçalidade do que pela atividade legislativa, nos 27 anos de Congresso Federal, em que percorreu 8 partidos, sendo o último, PSL, que o indigitou para candidato à Presidência.

Convidou pessoalmente para a posse os primeiros-ministros de Israel e da Hungria e o chefe da diplomacia dos EUA. O pudor ou calculismo afastou figuras de primeiro-plano internacional do pungente espetáculo que contou com fortes medidas de segurança.

Em Portugal, a política externa é competência exclusiva do Governo e o PR não define relações bilaterais, mas representa o País em qualquer lugar. Apreciando os espetáculos mórbidos, mesmo assim, parecia um erro de casting no cenário e não se percebe, depois da posse, a obsessão por uma audiência, o desejo de ser figurante junto de tal figurão.

A enigmática afirmação, após o breve encontro do homem de cultura, civilizado, com o troglodita tropical, deixa um sentimento pungente a quem apreciava o discernimento de Marcelo: “Como eu disse e como disse o Presidente Bolsonaro, era uma reunião entre irmãos e entre irmãos o que há a dizer se diz rápido, como se diz em família”.

Não sei que interesses moveram Marcelo na deslocação, podia ter enviado Cavaco, em sua representação, como fizera no funeral de Bush-pai. Era a pessoa adequada ao papel e poupava-lhe a participação no primeiro ato do funeral da democracia brasileira.

A presença do PR em Brasília foi humilhante para ele e para o País. Numa atitude sem precedentes, só as televisões portuguesas fizeram pior. Deram desmedido relevo ao ato, cúmplices da vergonhosa promoção de Bolsonaro e da divulgação do seu ideário.

Para a posteridade ficaram também as alarvidades bolçadas pelo gen. Hamilton Mourão, o vice-presidente, com sequazes em delírio, como metáfora de uma ditadura de coronéis com a cultura de cabos quarteleiros, capazes de transformar a presidência em caserna.»

Carlos Esperança. Facebook, 3/Jan/2019      (sublinhados meus)

A mim parece-me que o presidente Marcelo não tinha de ter tido este comportamento quase subserviente face a um proto-ditador, apaparicando-o, tratando-o de irmão, convidando-o a visitar oficialmente o país... Como diz o povo: «Não se pode estar bem com Deus e com o Diabo ao mesmo tempo».