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terça-feira, 6 de agosto de 2019

Ver-te e amar-te

Ericeira, 6 de Agosto de 1966 – Foi amor à primeira vista – toda a gente viu! Tão jovens e tão elegantes que éramos! O meu fato de banho rendado branco toldou-te as vistas, eu fiquei encantada com os teus olhos de veludo. «Ver-te e amar-te foi obra de segundos» - disse não sei quem…

Tinhas 19 anos e eu fizera 18 – ia entrar para a Faculdade. Depois de alguns outros (grandes) amores vividos, Eros fez com que seguíssemos juntos. E assim foi até há poucos meses.

Durante anos, tive de te lembrar do dia de hoje – distraído como eras destas coisas das datas, dos ciclos, das ligações cósmicas… «Ah, pois é faz hoje anos que nos conhecemos!» - dizias e logo vinha aquele abraço risonho, quase trocista, mas sempre sentido.

Hoje, lembro-me eu sozinha. Mas continuo a sentir o teu abraço, o sorriso belo que, como pudeste, mantiveste até ao teu último dia, os passeios que fizemos em celebração do dia, as romagens de saudade àquela terra azul onde nos juntámos para a vida.

Éramos tão jovens! E parece que foi ontem.





quarta-feira, 31 de julho de 2019

Ausência

Mais uma imagem que me deixa tão triste! De momentos tão alegres... (Porto, Abril de 2016)

Em quatro meses (que faz hoje) partiram ambos. Hoje tem sido um dia difícil - à medida que o tempo se esvai, a falta e a saudade parecem aumentar.

De facto, um dia difícil, hoje.




sábado, 18 de maio de 2019

Cantiga de amigo

O meu doce amigo 
Que eu tanto queria,
Foi-se o outro dia
Sem falar comigo.

Lá leva consigo 
A minha vontade:
Fica-me a saudade
Do meu doce amigo.

O meu doce amigo
Que eu tanto amava,
Nunca me falava
Quando era comigo.

E levou consigo
Tudo quanto eu tinha:
Só saudade é minha
Por meu doce amigo.

(Jorge de Sena, in O Físico Prodigioso, 1960)