(sobre a misteriosa natureza dos gatos)
Que fazes por aqui, ó gato?
Que ambiguidade vens explorar?
Senhor de ti, avanças, cauto,
meio agastado e sempre a disfarçar
o que afinal não tens e eu te empresto,
ó gato, pesadelo lento e lesto,
fofo no pelo, frio no olhar!
De que obscura força és a morada?
Qual o crime de que foste testemunha?
Que deus te deu a repentina unha
que rubrica esta mão, aquela cara?
Gato, cúmplice de um medo
ainda sem palavras, sem enredos,
quem somos nós, teus donos ou teus servos?
Alexandre O’Neill (1951)
“No Reino da Dinamarca”
Servos, sem dúvida! :-))
ResponderEliminarBelo poema...
Abraço
Sempre servos e ainda lhes fazemos festinhas de tão fofos que são!
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