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quarta-feira, 23 de maio de 2018

Parabéns, Professor Eduardo Lourenço!




O Professor Eduardo Lourenço, grande pensador, filósofo, ensaísta, conhecedor da cultura e da literatura portuguesas, figura ímpar da cultura portuguesa e europeia, completa hoje 95 anos.

Como “prenda de aniversário”, a produtora Longshot resolveu convidar o realizador Miguel Gonçalves Mendes «para dirigir uma equipa de exigência cinematográfica que, num ambiente de extraordinária beleza (Bussaco) pudesse captar a essência do extraordinário pensamento do ‘ator de si próprio’, Eduardo Lourenço.»

O “Labirinto da Saudade”, adaptação da obra homónima, é um ensaio documental narrado pelo próprio Eduardo Lourenço que percorre os espaços da sua memória e da própria história e identidade portuguesa, em busca da resposta do que é, afinal, isto de se ser português.

Manuel Halpern, o conhecido crítico de cinema, diz o seguinte acerca do filme: «Lídia Jorge faz de telefonista, Siza Vieira de barman, José Carlos de Vasconcelos de amigo. Em O Labirinto da Saudade, cada um desempenha o seu papel. E estes são apenas alguns exemplos. Porque neste inesperado elenco de atores de ocasião também fazem parte Ramalho Eanes, Jorge Sampaio, Pilar del Rio, Gonçalo M. Tavares, Ricardo Araújo Pereira, Gregório Duvivier, entre outros. O próprio Eduardo Lourenço vagueia por aquele mundo onírico, que funciona como uma viagem dentro da sua própria cabeça.» (…)

Acerca do filme, o homenageado, na sua imensa simplicidade, disse: «Nunca imaginei na minha vida ser ator de mim próprio. Obrigado, Miguel. Isto foi uma das grandes surpresas da minha vida, tudo isto. Que não sei bem o que é: uma espécie de ficção – uma ficção encantatória – diria, para me dar algum releve antes de me ir embora. Ou uma espécie de requiem.» (…) «Tudo foi uma ventura. Uma aventura sobretudo para uma pessoa, como eu, que nunca procurou a ribalta nem gota dela.»

O filme vai passar em antestreia hoje, dia 23, pelas 21 horas na RTP1. Não percamos!

https://www.comunidadeculturaearte.com/o-labirinto-da-saudade-documentario-sobre-eduardo-lourenco-estreia-na-rtp1/


sábado, 17 de junho de 2017

Ontem fui ao teatro

Já aqui disse que nunca fui grande fã de teatro. Contar uma história, uma situação, uma ideia para mim, é no cinema ou num livro bem escrito.

Quando morávamos em Lisboa, fomos algumas vezes ao Monumental, ao Maria Matos, ao Villaret ver algumas boas peças. Uma delas foi «Quem tem medo de Virginia Woolf?», do dramaturgo norte-americano Edward Albee (1928-2016), que vimos no saudoso Teatro Monumental, em 1971, ano em que nos casámos, com as excelentes atuações de Glória de Matos (Martha) e Jacinto Ramos (George) com encenação de João Vieira.

Antes, tínhamos visto o filme (que arrebatou cinco óscares) com o mesmo nome com as interpretações da grande e lindíssima Elizabeth Taylor contracenando com o marido Richard Burton.

Ora ontem houve teatro em Leiria. Veio a peça «Quem tem medo de Virginia Woolf?» que tem estado em exibição no Teatro Trindade, em Lisboa, interpretada por Diogo Infante e Alexandra Lencastre nos papéis principais e nós lá fomos. Foi bom. O Diogo Infante (George) está sempre muito bem em qualquer papel e a Alexandra Lencastre (Martha) tem todo o à-vontade em palco. O jovem casal que alterna com eles também vai muito bem.

Mas, de facto, o grande protagonista da peça é o argumento em si. Trata-se de um drama psicológico bem ao estilo da literatura norte-americana dos anos sessenta do século passado que põe a nu os medos, as frustrações, os fantasmas de cada uma das personagens. Isto é feito numa linguagem e com comportamentos de grande agressividade ente Martha e George: ele,  um professor algo decadente numa universidade cujo diretor é o autoritário pai de Martha, na presença de um jovem casal, ele  - Nick - professor recém-contratado para a universidade e ela, uma jovem dona de casa simples e pouco letrada, com o adequado nome de Honey.

A peça tenta explorar de forma impiedosa os pontos fracos das pessoas a partir dos mais íntimos segredos de cada uma dos personagens o que cria um clima de grande tensão no grupo – mais no jovem casal do que nos veteranos que estão habituados a jogar estes jogos entre si.

O título tem a ver com uma brincadeira quebra-gelo que tinha tido lugar na festa de receção aos novos professores da universidade da qual as personagens principais regressam bem embriagadas e é um trocadilho entre o nome da bem conhecida escritora inglesa Virginia Woolf e a canção do desenho animado de Walt Disney «Quem tem medo do lobo mau?», em inglês «Who’s afraid of the big bad wolf?» que também aponta para a simbologia do lobo e dos medos íntimos de cada um de nós.

Muito interessante. Se puderem, gostarem e tiverem oportunidade, não deixem de ir ver.




quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Os Fab Four

«Rapaziada da minha idade» e quem gosta dos Beatles, ficai lá a saber que é já amanhã que estreia o filme The Beatles: Eight Days a Week, «uma aventura visceralmente musical [que se desenvolve] também como um conto filosófico sobre a fama, suas euforias e ilusões, proezas e equívocos, num salutar contraponto à ideologia contemporânea dos "famosos" televisivos. É, além do mais, um filme de inequívoca comunhão afectiva, incluindo depoimentos actuais de Paul McCartney e Ringo Starr, e tendo contado com a colaboração de Yoko Ono e Olivia Harrison, viúvas de John Lennon e George Harrison.»

«Num contexto audiovisual em que passámos a ter um espectacular acesso a muitos materiais informativos, The Beatles: Eight Days a Week celebra um princípio eminentemente cinematográfico, bem diferente da "acumulação" tantas vezes favorecida por modelos televisivos: a reprodução dos clichés mitológicos não basta para compreender a dimensão e os efeitos de um fenómeno, sobretudo de um fenómeno como os Beatles.»

Entretanto deixo aqui um cheirinho do filme. Espero que dê para ... correrem a comprar os bilhetes...









terça-feira, 6 de setembro de 2016

O Livreiro de Santiago

A ignorância é uma coisa terrível…

No passado mês de Junho fomos a Lisboa para a festa de anos de um amigo. Como a festa estava marcada para o fim da tarde, resolvemos ir à Biblioteca Nacional ver umas exposições que estavam a acontecer por lá, nomeadamente uma sobre o centenário da morte do poeta Mário de Sá-Carneiro.

Para além de uma exposição de desenhos inspirados no Livro do Desassossego, absolutamente desinteressante (ou então não possuo os conhecimentos visuais necessários para entender aquele traço) deparámo-nos com a história da vida de um português, Carlos George Nascimento, (1885-1966), natural da Ilha do Corvo que, em 1905, partiu para o Chile para ganhar a vida na caça à baleia. Quis o destino – ou sei lá quem – que conseguisse ficar com a livraria de um tio na cidade de Santiago do Chile, acabando por ser o primeiro editor das obras de Pablo Neruda.

Tudo isto explicado em cartazes e ilustrado com fotografias antigas. Ficámos muitos bem impressionados com a qualidade da informação e por termos tomado conhecimento de mais um português simples que, lançado na aventura do mundo, conseguiu ter uma projeção de sucesso.













(Numa viagem ao Corvo em 1948)
(A Livraria Nascimento nos anos 80)






Ontem, por casualidade, assistimos à apresentação de um filme, chamado «O Livreiro de Santiago» que está a passar na RTP2 em episódios e que é, nada mais, nada menos do que a encenação da vida de Carlos George Nascimento, o corvino que foi à aventura para o Chile no início do século passado.

A sua história é contada com detalhe no filme realizado por José Medeiros, músico e realizador açoriano. Natural de São Miguel, Medeiros é um dos protagonistas desta "narrativa ficcional baseada na vida e na obra do editor corvino": faz de Nascimento. Tal como o seu filho, David Medeiros, que veste a pele do livreiro enquanto jovem. A atriz Maria do Céu Guerra e os músicos Filipa Pais, Carlos Guerreiro e Jorge Palma também integram o elenco do filme.




sábado, 3 de setembro de 2016

Muito bom!

É assim que classifico o filme de Ivo M Ferreira baseado no livro «Cartas da Guerra» que reúne as cartas que o escritor António Lobo Antunes escreveu à mulher Maria José, o seu «querido amor» quando serviu em Angola, na inefável guerra colonial, nos anos de 1971-73.

Um belíssimo retrato da guerra em Angola. Retrato a branco e preto da platitude da paisagem com as suas belezas selvagens e únicas, dos horrores de uma guerra fratricida, do clima de desespero, de solidão de quase abandono das nossas tropas – pouco mais que crianças.

Não obstante as cenas violentas e sangrentas, as crises de desespero dos homens, de ansiedade levadas ao extremo, das indescritíveis saudades de casa, tudo é tratado com a maior “naturalidade”, como se tudo aquilo fosse normal e expectável. Mas sem ponta de «lamechice», o que começa a ser novidade entre nós.

Muito bem feito. Muito bem filmado. Muito bem representado. (Não éramos mais que dez pessoas na sala de cinema, mas quando o filme chegou ao fim, ficámos todos pregados nas cadeiras e não se ouvia um único som.) Bate fundo nas nossas almas este tema. E foi ainda há muito pouco tempo.

Vale a pena ir ver.


De referir que o ator que veste a pele de Lobo Antunes é lindo de morrer…




terça-feira, 16 de agosto de 2016

From Mijas with love!

Quem não se lembra do filme do 007 «From Russia with love» ainda protagonizado pelo sempre atraente Sean Connery?




Pois... mas hoje o tema é «From Mijas with love»... Não há Sean Connery nem as super sexy Bond-girls, mas há as belas vistas da Sierra de Mijas onde passámos uns belos dias.






(La Ermita de la Virgen de la Peña)




(Charretes e loiça típica)


(Descanso de los burritos...)

(com um cheirinho a xixi!... que nem vos digo!)

Toda a minha gente anda de burrito (menos eu...)






As ruas floridas e muito cuidadas.











A vista do apartamento com o Mediterrâneo ao fundo, sobre Fuengirola.




E tudo sempre subordinado ao tema d'el burrito...




Ora digam lá se não é assim...




(Risos e gargalhadas...)