sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ao rebentar das seivas


Ao rebentar das seivas

Vem depressa , ó Primavera
Que estamos à tua espera!
Vejo dispostos os teares
E armados os bastidores,
Que são para tu bordares
A ouro do sol e a cores,
Charnecas, várzeas, pomares,
Árvores novas e velhas,
De folhas verdes e flores,
Que dão o mel às abelhas
E a alegria aos lavradores...
Vem depressa, ó Primavera
Que estamos à tua espera!

Conde de Monsaraz  "Obras"

2 comentários:

  1. Sabes o que é que o meu lavrador me disse ao pequeno almoço?
    Disse que estava preocupado por não ver abelhas, isso era mau sinal...pesticidas a mais, acrescentou.
    Como é que os poetas de agora podem "poetar" como o Conde de Monsaraz?
    Gostei do poema!

    Abraço

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  2. O teu lavrador é capaz de ter razão. Também tive algumas dúvidas em publicar este poema porque já quase não há lavradores.E poetas para "poetar" também já vai havendo poucos...

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