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domingo, 26 de maio de 2019
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
O voto
sábado, 23 de janeiro de 2016
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
Dia de reflexão
Sugestão para o dia de reflexão: façam como Jane Birkin e o Serge Gainsbourg...
(lembram-se deles? Je t'aime, moi non plus...)
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Eu voto nele!
E não apenas porque conheço a sua obra há muitos anos. E não apenas pela sua independência e isenção. Desde que Cavaco - com a sua proverbial incapacidade de avaliar as pessoas - o convidou para «cabeça de cartaz» daquele 10 de Junho de 2012 fiquei com a nítida noção de que ele seria o Homem.
Mas porque há quem o diga muito melhor do que eu, deixo aqui parte das razões apontadas pelo Professor Carlos Fiolhais para votar em António Sampaio da Nóvoa.
«Vou
votar em Sampaio da Nóvoa. (...)
Mas não votarei em Sampaio da
Nóvoa apenas por ele ser independente e isento. Votarei nele porque, uma vez
eleito, saberá transmitir ideias mobilizadoras. O Presidente pode não ter, à
parte situações de crise, muitos poderes, mas tem sempre o poder da palavra. E
as palavras importam: traduzem ideias e determinam o futuro. São as palavras
que nos orientam no meio da incompreensão e da incerteza. As palavras que
queremos ouvir como fazedoras de futuro são, com certeza, democracia,
liberdade, solidariedade, mas são também ciência, educação e cultura. E todas
essas palavras têm sido ditas, sem dúvidas nem equívocos, por Sampaio da Nóvoa.
Antero de Quental, no manifesto
de 1871 que anunciava as Conferências Democráticas, co-assinado com Eça de
Queirós, falava da necessidade de “agitar na opinião pública as grandes
questões da Filosofia e da Ciência moderna”. Em Causa da Decadência dos Povos
Peninsulares Antero escreveu: “A Europa culta engrandeceu-se, nobilitou-se,
subiu sobretudo pela ciência: foi sobretudo pela falta de ciência que nós
descemos, que nos degradámos, que nos anulámos.” Hoje tornou-se claro que não
há futuro sem conhecimento. O extraordinário desenvolvimento da sociedade
humana nos tempos modernos deveu-se precisamente à ciência. Sampaio da Nóvoa
como Reitor da Universidade de Lisboa colocou a ciência à cabeça. Ciência é uma
palavra de futuro.
Mas, se o nosso atraso vem da
falta de ciência, de onde vem a falta de ciência? Volto a Antero: “Dessa
educação, que a nós mesmo demos durante três séculos, provêm todos os nossos
males presentes.” O nosso défice de ciência veio do nosso défice de educação,
outra palavra sem a qual não há futuro. Ficámos feridos com a nossa falta de
escola no século XIX. O caso do atraso educativo português faz aliás parte dos
livros de história do desenvolvimento. David Landes, economista de Harvard,
apontou o dedo ao nosso analfabetismo na sua obra A Riqueza e Pobreza das
Nações: “O contraste no analfabetismo entre os países do Sul e os do Norte da
Europa é indubitavelmente grande. Por volta de 1900, 3% da população da Grã-Bretanha
era analfabeta, o número para a Itália era 48%, para Espanha 56% e para
Portugal 78%”. O défice de qualificações é hoje o grande drama nacional que
urge superar. Ainda temos 5% de analfabetos e a percentagem de pessoas com um
grau de ensino superior não chega aos 17%. Apesar dos progressos recentes,
continuamos na cauda da Europa na qualificação da população activa. Sampaio da
Nóvoa lembra-nos que falta ao nosso país uma escola que persista no trabalho e
que prepare para o trabalho persistente.
Finalmente, a terceira palavra de
futuro: cultura, ao mesmo tempo condição e resultado da ciência e da educação.
Na linha da Questão Coimbrã, os republicanos preocuparam-se com a cultura.
António Sérgio, o pedagogo que foi ministro da Educação na Primeira República,
afirmou: “o problema da cultura, o problema da mentalidade: este é, se me não
engano, o problema característico de Portugal moderno, e o mais grave dos
problemas da sociedade portuguesa.” Sophia Breyner Andresen, a poeta que foi
deputada na Constituinte, explicou: “perante a política a cultura deve sempre
ter a possibilidade de funcionar como antipoder”. E Alexandre O´Neill, o poeta
amargurado e irónico, resumiu: “Portugal: questão que eu tenho comigo mesmo/
golpe até ao osso, fome sem entretém.” Sampaio da Nóvoa leu e lembra-nos as
palavras deles.»
Compreenderão que isto representa muito mais do que quantos Marcelos, do que quantas Marisas podem oferecer.
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
Eu não tenho a culpa...
Nos já distantes idos de 70/80, tive
uma colega na minha «velha» D. Dinis que era tão PPD, mas tão PPD, que andava
sempre com o emblema do partido na lapela – como os “nossos” atuais governantes
andam com a bandeirinha de Portugal na lapela… Era uma pessoa irritante até à voz e ao tom
que usava e ninguém lá na escola a suportava. (Acabou por ficar muito minha amiga, mas isso foi por outros motivos.)
Quando a AD (a Aliança
Democrática do Dr. Sá-Carneiro, do Dr. Freitas do Amaral e do Arq. Ribeiro Telles)
liderada pelo Dr. Balsemão começou a dar raia não conseguindo governar o país,
as pessoas queixavam-se das más condições de vida (como agora, aliás). Apareceu
então um slogan que dizia isto: «Eu não tenho a culpa, não votei AD!»
Ora um belo dia, demos com aquela
nossa colega do emblemazinho do partido na lapela na sala de professores a
queixar-se amargamente já não me lembro de quê. Ora eu, com este feitiozinho
que já me vão conhecendo, não estive com meias medidas e, irónica como sempre
fui, atirei-lhe: «Eu não tenho a culpa,
não votei AD!»
Depois habilitei-me a levar um
bom de um “puxão de orelhas” de outra colega (por acaso simpatizante do MES - Movimento
de Esquerda Socialista) até porque, à época, eu era um verdadeira «fedelha» enquanto
elas já eram mulheres feitas com filhos adolescentes (alguns deles meus alunos).
Lembrei-me deste episódio quando ontem
li uma carta dos leitores no meu jornal diário que dizia assim:
«A maioria dos cidadãos
portugueses elegeu novamente a coligação governamental para exercer durante
mais quatro anos. Não sei se foi pela promessa do reembolso da sobretaxa ou
pelo episódio ternurento do uso de um crucifixo na campanha, mas quando algum
pensionista se queixar do desaparecimento da sua reforma eu não os vou ouvir.
Quando algum pai acompanhar ao
aeroporto o seu filho que foi obrigado a emigrar chorar diante das câmaras de
televisão, eu apago o receptor. Eu já não me emociono quando ouvir alguém
lamentar-se da sua interioridade, que fez quilómetros para ir a um hospital
público sobrelotado ou a um tribunal sem condições. Jamais os quero ouvir dizer
que os seus filhos estão a ser mal acompanhados nas escolas pois não existem
funcionários nem professores suficientes. Quando se indignarem perante o
aumento do IMI, do agravamento do IVA e do IRS, quando se afligirem pela
diminuição dos seus apoios sociais, eu simplesmente não vou fazer caso porque
foi a vossa escolha.»
Emanuel Caetano, Ermesinde
Por mim, ironicamente direi sempre: «Eu não tenho a culpa, não votei AD!»
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domingo, 4 de outubro de 2015
Balde de água fria
Foi um balde de água fria o que apanhámos hoje com os resultados eleitorais. Mas é assim; o povo é quem mais ordena!
Balde de água fria, porém, vão levar muitos dos eleitores que deram a vitória a esta maioria quando levarem com mais cortes não só nos ordenados e nas pensões de reforma, mas também os aumentos diários nos bens de base, na Saúde, na Educação; quando virem a taxa de pobreza a aumentar; a dívida pública a aumentar desmedidamente, os empregos a desaparecer, os patrões cada vez mais autoritários, a Justiça sujeita aos políticos, a privatização de tudo o que resta para privatizar e o mais que está para vir...
Mas assim é: o povo é quem mais ordena! (resta lembrar que foi este tipo de povo que manteve e aguentou uma ditadura violenta durante 48 longos e cinzentos anos!)
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Agora entendi!!
Eu a pensar que o avanço propalado pelas «sondagens» católicas das tv(s) se devia muito ao discurso "genuinamente" religioso do "nosso" pm que até mostrou às velhinhas de um lar um crucifixo que, disse ele (o aldrabão!!), traz sempre consigo... (de que, por acaso, nunca se lembrava de apalpar na algibeira em que o transporta sempre (diz ele, o aldrabão!), de cada vez que roubava as pensões e tirava os direitos às mesmas velhinhas...)
Eu a pensar que esse avanço nas «sondagens» se devia ao programa concretamente detalhado que a coligação elaborou e tem explicado claramente a todos os portugueses...
Eu aqui a pensar que o dito avanço nas «sondagens» se devia ao facto de, ao longo deste período de campanha eleitoral não haver nem um único acontecimento ou evidência que tivesse vindo desdizer fosse o que fosse que os elementos irrevogavelmente coligados tenham afirmado...
Mas afinal não é por nada disso!
A razão absolutamente válida chegou-me hoje por mail e está aqui...
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
Currículo do governo
Fez emigrar mais de 300.000
portugueses;
destruiu mais de 500.000 postos
de trabalho;
encerrou mais de 250.000 Empresas;
favoreceu descaradamente o Ensino
Privado pago por nós;
despediu mais de 30.000
professores;
paralisou a construção civil;
distribuiu dinheiro como nunca pela
banca e por escritórios de advogados;
recusou decisões do Tribunal
Constitucional;
elaborou todos os OE
inconstitucionais;
nomeou mais de 10.000 apaniguados
para lugares de confiança política;
roubou pensões e retirou
subsídios a velhos, a crianças e a minorias;
fez aumentar o desemprego de
forma descontrolada;
lançou 20% da população na
pobreza;
encerrou Tribunais e Indústrias fundamentais
;
privatizou uma larga centena de
Empresas, algumas fundamentais à nossa soberania enquanto Nação;
submeteu o País a toda a casta de
humilhações da UE, do FMI e do Comissão Europeia;
fez representar o País por esse
Mundo, por gente desqualificada e sem escrúpulos;
interferiu no curso da Justiça na
desqualificação do SNS e da escola pública;
fez subir o Abandono Escolar e impôs exames a
crianças de 9 anos;
mandou os jovens emigrar e
insultou os portugueses por viverem acima das suas possibilidades e tratando-os
como piegas;
conseguiu que médicos e outros
profissionais de saúde desertassem para a reforma, para os hospitais privados e
para o estrangeiro;
manipulou percentagens e taxas
para iludir o país;
mentiu, mentiu, mentiu;
recebeu e fez desaparecer mais de
100 milhões de euros que recebeu da troika;
E agora quer ser reeleito?
E o povo vai fazer-lhes a
vontade?
terça-feira, 8 de setembro de 2015
É preciso mudar
Não partilho propriamente da opinião do constitucionalista Jorge Miranda que afirmou há meses, na televisão, que «Maria de Lurdes Rodrigues foi a nossa melhor ministra da Educação» - cá para mim, os melhores ministros da Educação foram mesmo Veiga Simão e Roberto Carneiro - mas, ao contrário da imensa maioria dos meus colegas professores que, juntamente com o Mário Fenpof (cadê ele?!) a arrasaram - sempre a considerei uma boa ministra, muito inteligente e conhecedora e com um enorme sentido do dever.
É por isso e porque concordo em absoluto com o texto que transcrevo para aqui a sua opinião que publicou no Público de hoje com o título «É preciso mudar».
«O que está em causa nas eleições
que se aproximam é uma escolha entre deixar tudo como está ou mudar o rumo da
governação. Deixar tudo como está, no plano dos serviços públicos prestados aos
cidadãos, significará realmente:
— Alimentar o radicalismo
ideológico que orientou a governação nos últimos quatro anos. Com o pretexto da
troika, assistimos ao desmantelamento
de políticas essenciais para as pessoas e para o futuro do país, como os
programas de formação de adultos (Novas Oportunidades) ou de modernização da
administração (Simplex), apenas porque eram políticas públicas lançadas pelo
Governo anterior;
— Aceitar como inevitáveis os
cortes nas pensões e a destruição do sistema público de segurança social,
através de medidas que criam incerteza e desconfiança sobre a sua
sustentabilidade e o seu futuro. A privatização de uma parte do sistema público
de pensões, que o Governo prepara através do mecanismo do plafonamento, não é
necessária para a sua sustentabilidade, mas constitui uma ameaça real que
colocará em risco as pensões de todos nós e transformará o sistema de segurança
social num sistema caritativo mínimo para os mais pobres;
— Consentir no processo de degradação das instituições e dos
serviços públicos sujeitos a condições de funcionamento que os impossibilitam
de prestar serviços de qualidade. As Lojas do Cidadão, serviços de que todos
nos orgulhávamos por serem bons exemplos de modernização administrativa, sofrem
hoje de um congestionamento que ilustra bem a destruição provocada, por este
Governo, na administração pública;
— Permitir que o sistema
científico, construído com persistência ao longo dos 40 anos de democracia,
continue a ser destruído, comprometendo o futuro do país e as expectativas de
qualificação de centenas de jovens que ambicionam uma carreira no mundo da
ciência. Nos últimos quatro anos assistimos ao encerramento de um terço dos
centros de investigação, à redução drástica dos programas de formação avançada
e de emprego científico e à consequente emigração de milhares de jovens
qualificados;
— Desistir de melhorar os
resultados escolares de todos os alunos e a qualidade do serviço público de
educação. Nos últimos quatro anos, o insucesso escolar aumentou para valores
iguais aos de 2004, milhares de alunos deixaram de poder aprender inglês,
ficaram sem os programas de apoio ao estudo e sujeitos à instabilidade
pedagógica gerada pela incompetência nos concursos de colocação de professores.
A coligação PSD/CDS apresenta-se
nestas eleições sem verdadeiro programa eleitoral. Não vale a pena ter ilusões.
A coligação nada apresenta porque o que tem para dar aos portugueses é o mesmo
que já deu: destruição das instituições e empobrecimento do país. Quando se
aproxima a hora de escolher, não é possível esquecer os últimos quatro anos.
São eles que, desta vez, estão em avaliação na hora de votar. Não nos peçam
para acreditar que os mesmos farão melhor.»
(sublinhados meus)
domingo, 6 de setembro de 2015
Não gosto de palhaços
Pois é mesmo verdade: desde que
me lembro de me levarem àqueles pequenos (e pobres) circos lá em Algés, nos
idos de 50, nunca gostei de palhaços. Quero dizer, não era bem não gostar dos
palhaços, que até eram simpáticos e, não obstante a miséria e a tristeza que
lhes líamos no olhar, esforçavam-se por nos fazerem rir e trazer alguns breves
momentos de alegria a um público também ele pobre e triste. Do que eu nunca
gostei foi de palhaçadas.
Em vez de usar a palavra
«palhaços» talvez devesse empregar palavras como histriões, titeriteiros, farsistas (ou farsantes…) E, no entanto,
adoro rir, aprecio uma boa anedota, vejo com prazer uma comédia fina. Nada,
porém, de histrionices, pantominas, palhaçadas, enfim.
Ora é mercê destes meus gostos e
não-gostos que me tenho abstido de seguir os telejornais e os (pseudo)
comentários e debates político na televisão nomeadamente desde 6ª feira, dia em
que decidiram deixar o ex-primeiro-ministro sair da prisão.
(Podia até deixar aqui o meu
pensamento da histrionice dessa detenção em Novembro último, mas não foi isso
que me trouxe aqui hoje.)
A palhaçada montada à porta da casa onde ele decidiu acoitar-se, por
palhaçada que é, desagrada-me sobremaneira. Mas pior, bem pior do que essa –
que se assemelha aos palhaços que eu via em Algés pela miséria que transparece nos
atores – e essa sim, põe-me os nervos em franja, é a histrionice dos jornalistas e dos (pseudo) comentadores (de
direita, que outros não há) que à força querem – e hélas! vão conseguindo –
inculcar nas cabecinhas frágeis e leves de quem os ouve e os atende que a saída de Sócrates da prisão vai
prejudicar o PS e vai fazer agitar e estremecer a campanha eleitoral e que só
se vai falar em Sócrates e que isso vai fazer sombra ao António Costa e que
e que… Quando percebemos muito bem que o que eles – todos esses histriões que
pululam nas televisões – pretendem é serem eles próprios a agitar a
campanha eleitoral e falar muito de Sócrates e do seu «enorme ego» e mais não sei
o quê, para assim fazerem (re)despertar o enorme ódio que esse mesmo povinho
sente contra o ex-primeiro-ministro que «provocou a enorme crise económica» que
deixou Portugal (e a Irlanda e a Grécia e a Espanha e a Itália e a França) à
beira do abismo e ganharem votos custe o
que custar!
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
Colinho
Não, não vou falar daquele clube (de
piegas - Passus dixit) que pediu
«colinho» para conseguir ganhar o duplo campeonato…
Colinho tem tido – acho que mesmo
sem pedir – os «senhores» da coligação para tentarem ganhar a dupla
eleição.
Que grande, grande parte da
comunicação social está há muito completamente obrigada a fazer-lhes o caminho
não é novidade para ninguém. Nem sequer há necessidade de referir o presidente
de Belém que, desde 2010, tudo tem feito para aguentar esta espécie de governo
que ele tão bem promoveu.
Comentadores políticos já só
restam, nos três canais de televisão, os pertencentes ao partido da maioria. Os
entrevistadores, seguindo todos o estilo bacoco da pseudo melíflua Judite de
Sousa ou do bajulador escrevedor de best-sellers,
fazem as perguntas e põem as questões que lhes mandam e logo, logo
interrompem os entrevistados que pretendem dizer algo que possa denegrir,
beliscar sequer os mui poderosos «senhores» do poder.
O jornal mais lido no país – que mostra
bem o “nosso” grau de cultura e de literacia – é um gordo odre de mentira e de
maledicência sobre as estruturas fora do círculo da atual governação,
instigando quem o lê a odiar tudo o que não esteja de acordo com a «situação» -
termo que se usava no tempo da ditadura salazarista.
Mas não só. Ontem abri o DN, que
já foi um verdadeiro jornal de referência, e até pensei que estava noutro país
que não aquele de que temos tido notícia nos últimos anos. Só para referir
títulos:
«Já há menos famílias
a falhar pagamento do crédito da casa»
«Ferrari já vendeu 14
carros, cinco dos quais em Agosto e está a crescer mais 17% que em 2014»
«Tribunais. Obras
urgentes de três milhões de euros vão avançar já neste mês»
«Menos área ardida em
julho e agosto»
«Câmaras [que receberam
a transferência de competências no âmbito da educação] evitam conflitos e até
dão mais poder às escolas» e «Vários outros municípios tinham interesse em
aderir»
E, por fim, “a cereja em cima do
bolo”: uma carta de um leitor, uma, uma única, de um senhor Acácio Pinto (que
me fez lembrar as redações super moralizantes que nos obrigavam a escrever na
4ª classe lá nos idos de 50) que dizia assim:
«Promessas não pagam dívidas
Portugal é desde 2011 governado por PSD.CDS-PP
com o compromisso de cumprir as medidas de ajustamento da troika em
consequência do descalabro causado pela governação do Eng.º Sócrates. E não
devia haver dúvidas de que foram cumpridas, apesar dos sacrifícios que
passámos. A oposição entende que o governo foi longe de mais, a troika não
exigia tanto. Não é o que diz o FMI, nosso credor. A Grécia não acatou as
condições da troika e já vai no terceiro resgate. A Portugal bastou um, que foi
duro mas resultou. Ficámos mais pobres materialmente, é verdade, mas ganhámos
credibilidade internacional que não tínhamos. O governo mandou a troika embora
e Portugal ficou livre das peias que não lhe permitiam aceder ao mercado em
condições normais. Já se nota que o país está a crescer, o desemprego desceu
significativamente, as exportações e o turismo estão a aumentar, a poupança dos
emigrantes a subir. Isto não diz nada ao eleitorado que vai ter de decidir que
governo deseja - este ou outro que não deu provas e o que diz não passa de
promessas? Promessas não pagam dívidas.»
Se isto não é colinho, não sei o
que mais será.
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terça-feira, 26 de maio de 2015
Voltemos à política...
Voltemos então à política!
Tem sido notícia mais que repetida. Esta espécie de governo que nos calhou (por culpa de muitos) quer brindar-nos, já em final de mandato, com esta bela notícia: quer cortar ainda mais uma batelada de dinheiro aos velhos. E, para equilibrar o voto para o seu lado, quer que o PS assine por baixo. Pois então!
E o que fazem os partidos da chamada extrema-esquerda? O jeito à direita - tal como fizeram em 2011...
E o que faz a senhora da Apre? Continua a pavonear-se por aí que é o que ela mais gosta de fazer (e não é de agora...)
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(do facebook) |
Não há nada que enganar:
Não se esqueçam de voltar a votar neles!!
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Eleitores
Retrato dos eleitores que ontem acorreram às urnas para, ordeira e cegamente, deporem o seu voto nos partidos apoiantes do "governo" que lhes tem tramado a vida...
Dizem que «um povo de ovelhas gera um governo de lobos».
Será?!
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domingo, 25 de maio de 2014
Que país é este?
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(daqui) |
Que país é este que em fins de
Maio enche as praias num fim de semana e abre as pistas de neve do fim de
semana seguinte?
Que população é esta que aumenta
desmedidamente os preços nos hotéis, nos restaurantes, nos arrendamentos em dia
de enchente?
Que povo é este que após três
anos de saque aos seus benefícios, aos seus direitos, aos seus empregos,
oferece 30% dos seus votos aos saqueadores?
Que povo é este que, em dia de
eleições, deixa sessenta e tal por cento de votos por cumprir, tão grande é a
indiferença e a displicência, esquecendo-se que ainda há 40 anos não podia
exprimir a sua vontade pelo voto? Não, não se trata de desesperança nem de
desencanto, nem tão pouco de descrença nos políticos. Trata-se mesmo de atraso.
Que gente é esta que sai da
câmara de voto dizendo «nem sei o que é eu cá vim fazer!» «O quê? Não sabias
qual era o desenho em que havias de votar?»
E ainda me vêm dizer que somos um
povo maioritariamente de esquerda e cheio de sentido do dever e de cidadania?
Não! Não somos, não! Continuamos
a ser um povo incauto, abúlico e indiferente que quer é férias no Algarve e
automóveis do ColaCau como oferecia o inqualificável Carlos Cruz. Continuamos à
espera de um qualquer D. Sebastião que até pode ser um fascista, um facínora,
um cretino qualquer mas que nos obrigue a fazermos o que a ele muito bem lhe
apetecer para depois andarmos a queixar-nos pelos cantos, a fazer manifestações
com cantigas e a pôr piadas no facebook!
Estou mesmo zangada!
E mesmo que por de mais conhecido
e um pouco até estafado, deixo aqui "O analfabeto político" de Brecht que me parece tão
acertado e tão actual. Infelizmente.
«O pior analfabeto é o analfabeto
político.
Ele não ouve, não fala, não
participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
O preço do feijão, do peixe, da
farinha
Do aluguer, do sapato e do
remédio
Depende das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro
que
Se orgulha e estufa o peito
dizendo que odeia política.
Não sabe o imbecil
Que da sua ignorância nasce a
prostituta,
O menor abandonado,
O assaltante e o pior de todos os
bandidos
Que é o político vigarista,
O desonesto, o corrupto e o
espoliador
Das empresas nacionais e
multinacionais.»
sexta-feira, 23 de maio de 2014
Vote!
No próximo domingo, não deixem de ir votar! Lembrem-se que apenas há 40 anos não havia, de facto, câmaras de voto!
Eu tinha já vinte e sete anos a primeira vez que me foi permitido votar. Não deixemos que essa realidade volte a acontecer.
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Numa mesa de voto
Fui indigitada para fazer parte
de uma mesa de voto. Noutros muitos anos recusei porque enquanto trabalhava na
escola não pensava em “acumular” outras quaisquer funções para além das
familiares e das profissionais. Mas desta vez, lá me resolvi apesar do
desconforto – que outrora não o era – de ter de me levantar às seis da manhã.
Foi um pedaço de divertimento e
um enorme pedaço de observação de comportamentos humanos que é, e sempre foi,
dos meus passatempos favoritos.
A população que votava na “minha”
mesa pertencia à faixa dos trinta e tal – quarenta e tal anos, gente nascida
depois de Abril ou sem lembrança da vida de antes de Abril, com filhos ainda pequenos.
Assembleia de voto numa freguesia de grande dimensão com uma já reduzida faixa rural,
uma grande faixa de “dormitório” da cidade e uma outra já algo esbatida de
bairro social construído às pressas nos idos de 75/76 para albergar os chamados
retornados de classe baixa.
Uma grande amálgama, não é? Por isso
tivemos o trabalhador que se perfilou, hirto e rígido, ali logo às oito da
manhã – ainda mal nos tínhamos organizado para a função dada a inexperiência de
todos os elementos da mesa – para votar porque tinha de se apresentar ao
trabalho; tivemos a simpatia e o à vontade da mulher do número dois da Câmara
levando pela mão o filho mais velho, que o mais novo foi com o próprio do
número dois votar à sala em frente, como a discrição e simplicidade do diretor
do Hospital e da mulher, minha colega; tivemos pessoas tímidas que ficavam à
porta da sala à espera que lhes fizéssemos sinal para avançarem; a jovem obesa
que chegou quase trémula e se encostou à mesa para receber os boletins como que
a dizer «não reparem em mim!» e a outra, vestida quase de odalisca de
gordurinhas da barriga à mostra, a querer dar nas vistas sem que para isso
tivesse motivos; o meu ex-colega de trabalho que se recusou sequer a dar os
bons-dias; mães com meninos bem comportados a dizer que também queriam votar;
um pai muito bem-apessoado com três filhos, um dos quais ao colo, que teve de
levar os três para a exígua câmara de voto; a mãe (complicada) de um ex-aluno
para lá de complicado que me visitou vezes sem conta no gabinete da direção da
escola e que ali me olhou como se nunca me tivesse visto; as pessoas que entravam
ali e nos cumprimentavam de mão; os que nos conheciam e nos cumprimentavam com
beijinhos; o senhor que ali entrou tenso, quase em crispação e, sem mais, disse
«Isto está tudo muito mal organizado!» «Mas de que se queixa?» «Nada! Isto é cá
uma ideia minha, está tudo mal, tudo mal!»
E mal sabia ele que ninguém nos
informou das nossas funções, do nosso trabalho, nem como organizarmos o
atendimento e realizarmos as várias tarefas. Mal sabia ele que o presidente da
mesa (e muitos das restantes) era um jovenzinho – por sinal bem esforçado e
responsável – que, tal nós todos, estava na ignorância absoluta do que tinha
para fazer. Mal sabia ele que, para realizar todos os procedimentos, nem papel
de rascunho, nem canetas, nem lacre, nem cordel, nem fita-cola, nem nada nos
forneceram. Mal sabia ele que a ausência de informação aos elementos das mesas
foi extensiva aos elementos da Junta de Freguesia…
Isto para não falar dos quase 60%
de votantes que não compareceram para votar na nossa mesa; dos disparates que
escreveram nos boletins; das pessoas que nem sabiam o seu número de eleitor; ah!
e daquele jovem nos seus trinta e tal
que pegou nos boletins de voto e perguntou: «Como é que se vota em branco?»
Ai este povo!
sábado, 28 de setembro de 2013
Encerramento de campanha
Já de outras muitas vezes "emprestei" o meu nome e a minha discreta e gratuita militância a listas candidatas pelo meu partido de sempre à Câmara de Leiria.
Como sou de facto discreta e nada espero em troca de nada, desta vez faço parte da lista candidata à Junta de Freguesia da minha área de residência, a recém agrupada freguesia de Marrazes/Barosa.
Divertido foi mesmo conhecer os elementos da lista numa alegre e simpática cumplicidade, fazer a apresentação da lista nas duas freguesias que, contra tudo e contra todos, foram agrupadas sem nada terem a ver uma com a outra.
Em Marrazes.
Na Barosa.
E hoje foi o encerramento da campanha, com jantar volante, música e dança e muita alegria.
Vamos ver como vai correr no próximo domingo.


Como sou de facto discreta e nada espero em troca de nada, desta vez faço parte da lista candidata à Junta de Freguesia da minha área de residência, a recém agrupada freguesia de Marrazes/Barosa.
Divertido foi mesmo conhecer os elementos da lista numa alegre e simpática cumplicidade, fazer a apresentação da lista nas duas freguesias que, contra tudo e contra todos, foram agrupadas sem nada terem a ver uma com a outra.
Em Marrazes.
Na Barosa.
E hoje foi o encerramento da campanha, com jantar volante, música e dança e muita alegria.
Vamos ver como vai correr no próximo domingo.
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
A baderna
«... Os
funcionários para aqui mandados são fiscais de contas, sem poder decisório
porque esse pertence ao FMI, ao Banco Central Europeu e à Comissão Europeia. (...) os burocratas que nos visitam, a
fim de verificar se obedecemos às regras impostas, são paus-mandados, e eles
próprios atendem ao que lhes impõem os directores daquelas três instituições,
as quais são coordenadas friamente pela Alemanha.
Ignoram a História, a cultura, as
características, as idiossincrasias dos povos por onde passam, em curto ou
ampliado tempo. Pouco se importam se humilham ou desdenham das nações em que
foram encarregados de proceder aos seus varejos. Os vexames a que têm sujeitado
o povo grego são das situações mais ignóbeis verificadas no nosso tempo, e
possuem as distintivas particulares de um sórdido ajuste de contas. O que a
Alemanha não conseguiu, com duas guerras mundiais, está a obtê-lo agora, com a
mediocridade ultrajante, a cumplicidade servil e a sevandijice nojenta dos
dirigentes políticos europeus.»
A baderna a que o escritor-jornalista se refere na crónica da passada 4ª feira, inclui, para além dos funcionários da troika, o chefe deste "governo", todo o executivo, «o dr. Cavaco, dito Presidente da República» a, acrescento-lhe eu agora a senhora Merkel depois da retumbante vitória nas eleições de ontem no seu país.
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