terça-feira, 31 de janeiro de 2012

No Hostital de Leiria



A minha neta saiu hoje do hospital. Apesar de ter sido vista e tratada pelo médico ortopedista que lhe pôs o gesso depois de anestesiada ainda no domingo, ficou internada para verificarem se o gesso estaria mesmo bem colocado. Este procedimento já por si demonstra bastante cuidado por parte do serviço, mas de destacar é o excelente atendimento que ela, bem como os pais, tiveram por parte de médicos e enfermeiros desde que chegaram ao hospital até que de lá saíram.

De registar que, para além dos cuidados médicos de qualidade, as crianças internadas tiveram hoje animação por parte dos músicos dos Concertos para Bebés da SAMP e ontem contaram com a presença de animadoras da Biblioteca Municipal. Não sei se este tipo de animação é diária, mas contam também com uma Educadora a tempo inteiro que faz o acompanhamento diário dos doentinhos. Isto sim é um verdadeiro serviço público.


Não vale a pena comparar este atendimento com o que era feito há quinze ou vinte anos atrás nos hospitais públicos. E menos ainda se me lembrar de quando parti uma clavícula nos idos de 67. Houve necessidade de ser operada mas no pequeno Hospital de Sintra (da Misericórdia) nem pensar que pudessem operar; levada para a Clínica do Telhal – que à época não era apenas clínica psiquiátrica, não pensem! – tive de esperar pela cirurgia cinco longos dias cheia de dores e no fim o meu pai teve de pagar cerca de dez contos, o que era uma despesa enorme, se pensarmos que, por exemplo, a minha mãe, que era professora , ganhava um conto e quinhentos por mês!

E depois, venham-me os “velhos do Restelo” ou sei lá de onde dizer que o 25 de Abril foi em vão e que no tempo do Salazar é que a economia era bem gerida e que os cofres do estado estavam cheios de ouro!


domingo, 29 de janeiro de 2012

A minha Elisinha


Que bela tarde de sábado passámos ontem a minha neta e eu! Fomos à Hora do Conto na Biblioteca Municipal ouvir contar uma história (sobre isso hei de falar noutra altura) e que feliz que ea ficou quando, ao chegarmos, encontrou duas amiguinhas da sua escola!

Estiveram a pintar para fazer tempo.




Depois da hora do conto, ainda brincou mais com as amiguinhas




E ainda pintou mais sobre a história que ouviram.



Depois fomos lanchar à Praça Rodrigues Lobo e aí ela ainda deu uns passinhos de dança!













Bom fora que o dia de hoje tivesse corrido com a mesma alegria! 
Com toda a sua vivacidade, foi, depois do almoço, andar na sua bicicleta, caiu e... partiu o bracinho direito.
Está no hospital onde já a operaram e lhe puseram gesso. Vai lá passar a noite, devendo sair apenas na 3ª feira.
Que triste como as coisas acontecem assim, de um momento para o outro!


sábado, 28 de janeiro de 2012

Quem não se lembra dele?



Quem não se lembra dele, de António Variações? Com aquela forma ostensivamente excêntrica de ser e com que queria - e conseguia - chocar este povo tão preconceituoso, foi o sempre atento Júlio Isidro que, no início dos anos 80, o apresentou na televisão no seu belíssimo programa "O Passeio dos Alegres" que tantos artistas lançou, a começar pelo próprio Herman José.

Vítima do preconceito e da doença que o ceifou tão jovem, não conseguiu impor-se na música, apesar daquela voz tão característica e das canções de forte melodia e cheias de significado popular e vivencial que escreveu.

Com votos de bom fim de semana, deixo-vos com uma dessas canções.



Biblioteca Afonso Lopes Vieira



Li no jornal que se podia visitar a Sala Afonso Lopes Vieira com o espólio que o autor doou à Biblioteca Municipal que tem o seu nome, desde que se comprometessem a manter a sua sala-biblioteca tal qual estava na sua bela casa em S. Pedro de Moel.

Informei-me e lá fui eu ontem, numa visita guiada realizada para uma turma de aluna de uma escola da região, visitar a sala-museu.

A Biblioteca Municipal está instalada numa casa antiga remodelada para este fim, no Terreiro, lindo largo do chamado centro histórico da cidade, cheio de casas vetustas umas remodeladas, outras nem por isso.




Edifício da Biblioteca Municipal

Edifício da Biblioteca- vista lateral



Retrato do poeta
Secretária do poeta

Mesa com os seus livros editados
Contador

Caixa de correspondência do poeta


Cartilha Maternal de João de Deus












Poema manuscrito


Quando puderem vão visitar esta sala-museu onde só falta a varanda sobre o alteroso mar de S. Pedro, de onde Afonso Lopes Vieira conseguia ver e escrever sobre este País de Bruma.
































quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Entrevistas de emprego




Entrevista de emprego para uma grande empresa:

1º) Candidato formado na Lusíada.

Diretor: - Qual é a coisa mais rápida do mundo?
Candidato: - Ora, é um pensamento.
Diretor: - Porquê?
Candidato: - Porque um pensamento ocorre quase instantaneamente.
Diretor: - Muito bem, excelente resposta.

2º) Candidato formado na Católica.

Diretor: - Qual é a coisa mais rápida do mundo?
Candidato: - Um piscar de olhos.
Diretor: - Porquê?
Candidato: - Porque e tão rápido que às vezes nem o vemos.
Diretor: - Ótimo.

3º) Candidato formado na Faculdade de Engenharia:

Diretor: - Qual é a coisa mais rápida do mundo?
Candidato: - A eletricidade.
Diretor: - Por quê?
Candidato: - Veja, ao ligarmos um interruptor, acendemos uma lâmpada a 5km de distância instantaneamente.
Diretor: - Excelente.

4º) Candidato fazendo curso em Novas Oportunidades:

Diretor: - Qual é a coisa mais rápida do mundo?
Candidato: - Uma diarreia...
Diretor: - Como assim? Esta brincando? Explique isso...
Candidato: - Isso mesmo. Ontem a noite eu tive uma diarreia tão forte,
que antes que eu pudesse pensar, piscar os olhos ou acender a luz, já me tinha cagado todo...
Diretor: - O emprego é seu!

Fundamento técnico e cálculo não é tudo... entender de cagadas é o que o mercado precisa!



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O insólito aconteceu!


Morro de medo de ratos, por isso (não é só por isso, compreenda-se!) dá-me jeito ter gatos cá por casa. A minha Julinha - uma lady de uma gata que esteve connosco durante quinze anos - nunca andou aos ratos, mas a minha Ritinha, a siamesa que tive de mandar abater por doença no passado verão, era uma caçadora sensacional que fazia questão de me deixar os seus troféus de caça à porta do quintal. E que sustos me fez apanhar tantas vezes logo pela manhã quando me deparava com os pequenos destroços no tapete!

Atualmente temos o Socas e a Branquinha e só esta vai cumprindo a sua obrigação de gato que é, antes de todas as coisas, caçar ratos. Ele, como macho que é - ou já foi, diga-se! - não faz nada! Não sei se me faço entender...

Pois um dia destes em que parece que a primavera se veio instalar entre nós mesmo antes da chegada das anunciadoras andorinhas, pressenti a presença de um rato ali pelo quintal porque ambos os gatos se animavam a dar corridas e a meter as patinhas por de trás dos vasos que estão arrimados às paredes. De porta bem fechada, esperei que eles fizessem o seu trabalho. Mas, de facto, o insólito aconteceu: quando, passado algum tempo, voltei a espreitar pelas janelas para ver o desfecho da cena, dei com o seguinte espetáculo:


O Socas, refastelado, a dormir na sua manta de campo;



A Branquinha, mais refastelada ainda, a apanhar banhos de sol na barriga;



E o bom do rato, lá bem no meio do quintal, a aquecer a sua pelagem rasa, como quem está de férias e não tem de dar contas seja do que for  a alguém...


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Passeio por Leiria








Gosto particularmente de dar uma volta, pela manhã, pela área do Centro Comercial D. Dinis, na zona mais velha de Leiria. Foi sempre a minha área preferida das ruas desta cidadezinha acolhedora. Quando trabalhava, depois da Escola se mudar, em 82, das velhas instalações do Antigo Lyceu de Rodrigues Lobo para antigos terrenos da Prisão-Escola, perto da Câmara Municipal, descia do autocarro na Fonte Luminosa para fazer a pé aquele passeio revigorante até à Escola, passando pela área do D. Dinis, vendo as montras, subindo pela antiga Casa de Saúde até à Câmara, descer ao Porto Moniz, para estar na sala de professores aí pelas 8.20 para poder ainda trocar umas brincadeiras com as colegas. Foram anos.


Antigo Lyceu Rodrigues Lobo



 

Mercado de Santana


Câmara Municipal de Leiria

De modo que, e ainda por cima com o tempo claro e luminosos que tem estado, continua a dar-me imenso prazer dar umas voltas pelas medievais ruinhas em redor do Terreiro, olhar as montras, ver os saldos e as novidades na Livraria e, depois, entrar no D. Dinis para ver os jornais, comprar o pão e beber o segundo café. 




Costumam estar por lá quatro senhores, segundo me dizem, reformados da banca, que falam alto e riem muito (se bem me pareça que não aparentem grande naturalidade, nem boas maneiras, em fazê-lo). Hoje, o tema de conversa dos senhores era a revoltante gaffe do senhor presidente ao falar da sua «exígua» reforma. Até aqui, tudo bem: o país (quase) em massa comenta, manifesta-se e barafusta.  Mas o tom daqueles senhores era quase de galhofa, o que, de facto, não me pareceu nada genuíno e muito menos sincero. E aí pensei muito cá para mim: quantos daqueles senhores terão votado Cavaco? Quase todos, senão todos mesmo, se pensarmos que Leiria (e arredores) foi sempre um verdadeiro «Cavaquistão». Então para quê todo aquele «arraial» forçado? Veio-me à mente o texto “Então e a verdade?” que Pedro Marques Lopes escreveu no passado domingo no DN em que com toda a sinceridade e sabe-se lá com que sentimento de contrariedade e de revolta aquele homem de direita, como ele próprio se assume, confessou publicamente: «Anteontem tive vergonha de ter votado algumas vezes neste senhor.»

Será que algum daqueles senhores ali sentados teria coragem suficiente para simplesmente dizerem o mesmo?


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Fundamentalismos




Não resisto a um bom texto irónico. E é por isso que trago hoje aqui a excelente crónica de Manuel António Pina ditada na Notícias Magazine de ontem.  Que fique bem claro que não venho aqui defender que se fume – nunca fumei um cigarro na minha vida. Trata-se tão-somente de um excelente texto que põe a ridículo os fundamentalismos pacóvios que nos vão assolando (ou assombrando) e que a comunicação social faz questão de inculcar nas cabeças dos mais distraídos.

Os malefícios do tabaco (ParteII)

Vai por aí uma hipócrita discussão acerca da obrigatoriedade, ou não, de os titulares de cargos públicos revelarem a sua filiação em obediências diferentes da do interesse colectivo, em concreto, na Maçonaria (e porque não o Opus Dei e outros lobbies de que não se fala, não menos sigilosos e duvidosos do que a Maçonaria?; o cardeal-patriarca falou da Maçonaria mas esqueceu-se da «Obra»; em contrapartida, honra lhe seja feita, lembrou-se do Sporting…).

O Dr. Francisco George, o sempiterno director-geral da Saúde, tinha aqui uma ocasião privilegiada para apanhar boleia e colocar na agenda mediática também a obrigatoriedade de os titulares de cargos públicos incluírem nas suas declarações de interesses e obediências se são fumadores, pois que fumar – não seria difícil arranjar um qualquer perito que fosse à TV dizê-lo – é uma obediência ainda mais compulsiva do que andar de avental e penduricalhos coloridos.

Lá haveremos de chegar, aos titulares de cargos públicos e, depois, à generalidade dos cidadãos, de modo a criar aquilo que os ideólogos do fascismos higienista chama de «hostilidade social contra os fumadores». E já faltou menos para os pôr, juntamente com os maçons, de estrela amarela ao peito, agora que já os confinaram a ghettos recônditos de cafés, bares, restaurantes, pubs, discotecas, salas de jogos, escolas, empresas, teatros, cinemas, centros comerciais e sei lá que mais «ambientes públicos» e privados (será permitido fumar nas lojas maçónicas?).

A Parte II da Longa Marcha proibicionista do Dr. Francisco George é agora expurgar os fumadores também das imediações desses «ambientes públicos» (isto depois de, previamente, os expulsarem dos actuais ghettos). E, a seguir, parece que igualmente a proibição de fumar dentro dos automóveis. Não me admiraria se a coisa acabasse com o Dr. Francisco George a mandar-me a ASAE a casa para verificar se fumo quando vou ao quarto de banho. E se ponho sal a mais na comida, se consumo álcool, doces, gorduras, se tomo banho todos os dias, se faço exercício, se controlo regularmente o PSA…

A barragem de artilharia sobre a opinião pública já começou: «Basta estar uma pessoa do lado de fora, junto à porta de um bar, para aumentar a exposição ao fumo de quem está no interior», garante a coordenadora de um «estudo» pago pela Direcção-Geral da Saúde a uma «equipa de investigadores». A «equipa de investigadores» não dá pormenores sobre a orientação do vento nem as condições de pressão e temperatura à porta do tal bar, mas andou a snifar locais com zonas para fumadores verificando que «em mais de trinta por cento cheirava a tabaco em todo o estabelecimento» (a fumo de escapes decerto não cheirava nos estabelecimentos, nem «do lado de fora, junto à porta», se não os narizes dos investigadores teriam dado por isso; de modo que automóveis, motos e camiões poderão continuar a circular nas imediações desses «ambientes públicos»).

Posto tudo isto, concordo (eu, que sou fumador) que não se deve sujeitar quem não fuma ao fumo alheio, pelo mesmo elementar motivo que também eu tenho o direito de exigir ao Dr. Francisco George que me proteja (coisa para que está patentemente virado) da poluição dos escapes e do cheiro de água-de-colónia rasca em elevadores  demais «ambiente públicos».

Dizem os cruzados antitabagistas que um em cada quatro portugueses que morrem prematuramente (maçons incluídos, acho eu) morre «em parte devido ao tabaco». É capaz de ser «em parte» verdade. E os três portugueses restantes, que pelos vistos não fumam e também prematuramente? Poder-se-á concluir que não fumar é três vezes mais perigoso do que fumar?

Manuel António Pina


domingo, 22 de janeiro de 2012

Guimarães


Habituei-me de pequenina a gostar muito do Minho, especialmente das cidades que melhor conhecia: Barcelos, a cidade natal do meu pai e onde vivia toda a sua família e Guimarães onde vivia parte da família da minha mãe.E, enquanto achava Barcelos uma cidadezinha linda e alegre com todos aqueles jardins floridos, o amplo largo de onde nos debruçávamos como quem se põe à varanda para vislumbrar o riozinho que por ali  serpenteia e a separa de Barcelinhos, e a sua colorida e tradicional feira às 5ªs feiras, Guimarães parecia-me mais escura e mais séria com todas aquelas igrejas e monumentos. Aí pelos meus treze anos, no início da década de 60, fui lá passar duas semanas de férias a casa da irmã da minha avó espanhola (também ela espanhola, claro!) e que divertido que foi! Foi num daqueles cafés do Largo do Toural que comi a minha primeira francesinha - que pouco mais era que aquilo a que hoje chamamos de tosta mista, mas muito picante - com um primo Cipriano que mal conhecia e a quem tratava por "senhor", ao que ele sempre  respondia "o senhor está no céu". E a loucura das "corridas" pela rampa da Senhora da Penha acima no Volkswagen do primo Zeca sempre a acelerar... E os passeios pelo jardim dos Paços do Duque e junto ao Castelo. Ainda lá fui algumas vezes mais, mas depois passaram-se muitos anos sem lá ir e, lamentavelmente, até perdi o contacto com os ditos primos da minha mãe.

No ano passado, em vésperas de do ano em que Guimarães se ia tornar Capital Europeia da Cultura, resolvi ir revê-la e achei-a líndíssima, com recantos muito característicos, especialmente no chamado centro histórico.







Largo Nª Srª da Oliveira





Praça de Santiago

 Museu Alberto Sampaio




Igreja de S. Gualter
(de onde decorrem as Festas Gualterianas)


  Sociedade Martins Sarmento

 Praça do Toural (ainda em obras)


Prédio antigo no Toural

 Ainda no Largo do Toural


Tenho muitas mais belezas de Guimarães para mostrar. Numa próxima talvez.