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sexta-feira, 8 de junho de 2018

O Templo Ecuménico Universalista





O Templo Ecuménico Universalista, em Miranda do Corvo, é uma peça que se integra num conjunto mais vasto de realizações da Fundação ADFP: Parque Biológico da Serra da Lousã - Espaço da Mente - Templo Ecuménico Universalista.

Inaugurado no dia 11 de Setembro de 2016 - passados quinze anos sobre os atentados de 2001 -  é um equipamento que procura ser uma peça dinâmica e significativa na criação de pontes entre as religiões e na difusão de uma cultura de paz promovendo valores fundamentais da humanidade e das religiões, como a Verdade, a Bondade e a Moral.

É um monumento dedicado à Paz que homenageia as vítimas dos fundamentalismos e da intolerância religiosa.


No interior da pirâmide, que tem a altura de 13,40 m que corresponde à dimensão do Templo de Salomão, encontra-se o Observatório das Religiões que disponibiliza ao visitante factos, dados cronológicos e informação sobre a história e evolução das 15 visões religiosas mais significativas.






Os sete caminhos da vida - os sete pecados mortais
 







Hinduísmo

Budismo


Celtas

 Endovélico, deus dos Lusitanos



Galileu

Maçonaria

O Labirinto dos Templários





A visita ao Templo completa-se com a visita ao Eco Museu e ao lindíssimo Parque Biológico da Serra da Lousã.

O passeio pode ainda ser entremeado com um almoço no ...




segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Fundamentalismos




Não resisto a um bom texto irónico. E é por isso que trago hoje aqui a excelente crónica de Manuel António Pina ditada na Notícias Magazine de ontem.  Que fique bem claro que não venho aqui defender que se fume – nunca fumei um cigarro na minha vida. Trata-se tão-somente de um excelente texto que põe a ridículo os fundamentalismos pacóvios que nos vão assolando (ou assombrando) e que a comunicação social faz questão de inculcar nas cabeças dos mais distraídos.

Os malefícios do tabaco (ParteII)

Vai por aí uma hipócrita discussão acerca da obrigatoriedade, ou não, de os titulares de cargos públicos revelarem a sua filiação em obediências diferentes da do interesse colectivo, em concreto, na Maçonaria (e porque não o Opus Dei e outros lobbies de que não se fala, não menos sigilosos e duvidosos do que a Maçonaria?; o cardeal-patriarca falou da Maçonaria mas esqueceu-se da «Obra»; em contrapartida, honra lhe seja feita, lembrou-se do Sporting…).

O Dr. Francisco George, o sempiterno director-geral da Saúde, tinha aqui uma ocasião privilegiada para apanhar boleia e colocar na agenda mediática também a obrigatoriedade de os titulares de cargos públicos incluírem nas suas declarações de interesses e obediências se são fumadores, pois que fumar – não seria difícil arranjar um qualquer perito que fosse à TV dizê-lo – é uma obediência ainda mais compulsiva do que andar de avental e penduricalhos coloridos.

Lá haveremos de chegar, aos titulares de cargos públicos e, depois, à generalidade dos cidadãos, de modo a criar aquilo que os ideólogos do fascismos higienista chama de «hostilidade social contra os fumadores». E já faltou menos para os pôr, juntamente com os maçons, de estrela amarela ao peito, agora que já os confinaram a ghettos recônditos de cafés, bares, restaurantes, pubs, discotecas, salas de jogos, escolas, empresas, teatros, cinemas, centros comerciais e sei lá que mais «ambientes públicos» e privados (será permitido fumar nas lojas maçónicas?).

A Parte II da Longa Marcha proibicionista do Dr. Francisco George é agora expurgar os fumadores também das imediações desses «ambientes públicos» (isto depois de, previamente, os expulsarem dos actuais ghettos). E, a seguir, parece que igualmente a proibição de fumar dentro dos automóveis. Não me admiraria se a coisa acabasse com o Dr. Francisco George a mandar-me a ASAE a casa para verificar se fumo quando vou ao quarto de banho. E se ponho sal a mais na comida, se consumo álcool, doces, gorduras, se tomo banho todos os dias, se faço exercício, se controlo regularmente o PSA…

A barragem de artilharia sobre a opinião pública já começou: «Basta estar uma pessoa do lado de fora, junto à porta de um bar, para aumentar a exposição ao fumo de quem está no interior», garante a coordenadora de um «estudo» pago pela Direcção-Geral da Saúde a uma «equipa de investigadores». A «equipa de investigadores» não dá pormenores sobre a orientação do vento nem as condições de pressão e temperatura à porta do tal bar, mas andou a snifar locais com zonas para fumadores verificando que «em mais de trinta por cento cheirava a tabaco em todo o estabelecimento» (a fumo de escapes decerto não cheirava nos estabelecimentos, nem «do lado de fora, junto à porta», se não os narizes dos investigadores teriam dado por isso; de modo que automóveis, motos e camiões poderão continuar a circular nas imediações desses «ambientes públicos»).

Posto tudo isto, concordo (eu, que sou fumador) que não se deve sujeitar quem não fuma ao fumo alheio, pelo mesmo elementar motivo que também eu tenho o direito de exigir ao Dr. Francisco George que me proteja (coisa para que está patentemente virado) da poluição dos escapes e do cheiro de água-de-colónia rasca em elevadores  demais «ambiente públicos».

Dizem os cruzados antitabagistas que um em cada quatro portugueses que morrem prematuramente (maçons incluídos, acho eu) morre «em parte devido ao tabaco». É capaz de ser «em parte» verdade. E os três portugueses restantes, que pelos vistos não fumam e também prematuramente? Poder-se-á concluir que não fumar é três vezes mais perigoso do que fumar?

Manuel António Pina


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

É o que está a dar...




A comunicação social não tem feito mais nada senão propagandear, mostrar, vilipendiar as sociedades ditas secretas - pura manobra de diversão, claro, para distrair o pessoal de realidades diárias mais duras, por um lado e, por outro, para, à força de tanto repisarem o assunto, criar as condições para o aparecimento de um conveniente bode expiatório que desculpe outras realidades.

Ora nada melhor do que umas boas garrafinhas pouco secretas e bien à la mode para aliviar a pressão...


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Coisas giras que ouvi hoje



(...[os] que da ocidental praia lusitana...) (Nadir Afonso)

 
1.      1.  Foi logo de manhã! Sobre o caso TDT (Televisão Digital Terrestre) que, ou muito me engano, ou é mais uma forma de chupar aos mais pobres para enriquecer mais uns tantos. A jornalista falava do facto de as pessoas de idade e de poucos recursos, que são muitas neste país, não saberem exatamente o que fazer e aí, um menino técnico muito entendido, muito bem vestidinho e bem-falante de imediato aconselhou que a primeira coisa a fazerem é consultar o site da TDT… É evidente que as pessoas de idade que têm a televisão que a velha antena lhes dá, têm ali os recursos e o saber para irem de imediato consultar o site da TDT…

2.    2.  Outra coisa deveras interessante foi saber que, se eu tiver de telefonar ou mandar um e-mail ao meu médico de família para saber se devo tomar dois comprimidos em vez de um, pago três euros. Para quando um respirómetro para taxarem as nossas inspirações de ar? “Não respire!.... Pode respirar…” (Ganda Sérgio Godinho, tu é que sabias!)

3.      3.  O Álvaro, com o seu ar mais prazenteiro, afirmou que este governo vai ficar na História como o governo que mais fez pelo desenvolvimento da Economia do país.  É a chamada “democratização da Economia” como diz o Primeiro. Ou melhor: a venda do país ao retalho e o liberalismo selvagem do salve-se quem puder a que já estamos a assistir, com o maior desrespeito pela classe trabalhadora, o enfraquecimento dos Sindicatos e o “engordar” diário dos grandes empresários com receio que eles dêem o salto para a Holanda…
  
4.    4.  Depois o caso Maçonaria que, se não for uma conspiração armada (à maneira de Salazar), é do mais ridículo que já se viu. Descobriram que cento e não sei quantos deputados pertenceram à Maçonaria (e o que é que isso tem?) e agora vêm com aquela hipocrisia parola tão costumeira nos nossos políticos (e não só!) dizer que os homens da política, enquanto representantes dos eleitores, devem assumir se realmente estiverem ligados àquela organização. Lembrei-me logo de duas coisas: primeiro, ato contínuo me veio à mente aquele documento abjeto que tive de assinar por mais de uma vez quando entrei no ensino público afirmando que não pertencia ao Partido Comunista. Depois também pensei que, a ser assim, porque não pedir aos políticos que se assumam no caso de pertencerem à Opus Dei, de serem homossexuais (que dizem ser outro lobby), se são Católicos, Protestantes, Hindus, Budistas …, se são do Sporting ou do Benfica, se, se, se… Tenham vergonha!

5.   5. E por último, last but not least, o senhor Eduardo Catroga vai ser o próximo presidente da EDP não executivo da EDP.  No jobs for the boys, não foi o que se disse?

Se não fosse trágico, tudo isto dava uma imensa vontade de rir.


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O 5 de Outubro em Leiria



(Representação da Implantação da República no Salão Nobre
da Câmara Municipal de Leiria - Jun/2010)

«Se a notícia chegou por telegrama ainda nesse dia 5, não seria de estranhar, mas nada na cidade o indicou. Contudo, no dia seguinte todos se mexeram sem dificuldades aparentes na distribuição dos novos cargos, como se a surpresa não fosse grande.

A confirmação veio durante a noite, com a chegada em automóvel de um casal de Ourém e foi na manhã do dia 6 que o alcobacense José Eduardo Raposo de Magalhães recebeu a nomeação por telegrama às 11.45. neste da, muita gente saiu à rua. Uns com grande entusiasmo, outros por curiosidade e expectativa, ou até pelo receio de serem apontados a dedo. Curiosamente, foi o próprio presidente da Câmara monárquico, Correia Mateus, que fez a proclamação local da República, ás 16 horas a partir da janela do edifício camarário, entregando de seguida as chaves do edifício ao republicano Gaudêncio Pires de Campos.

Logo no dia 7, já após a tomada de posse do novo governador civil, Raposo de Magalhães, assumia também funções a nova Comissão Administrativa Municipal, que seria presidida pelo venerável da Loja Maçónica Gomes Freire, Inácio Veríssimo de Azevedo, tal como para a Junta de Paróquia seria destacado o “histórico” comerciante democrático José Carlos Afonso. Estas nomeações, óbvias, teriam, no entanto, sido precedidas de uma calculada e preventiva proposta do presidente da Câmara cessante, Correia Mateus, também ele, afinal, iniciado maçon.

Os meses de Outubro e Novembro foram de preparação no reposicionamento das elites. A partir deste último mês, com a sucessão de eleições nas diversas associações profissionais (Comercial e dos Operários de Leiria) e mesmo recreativas (Assembleia e Grémio), acenderam uns, reciclaram-se outros, sendo ainda substituídos o administrador do concelho e os regedores. (...)

O estatuto de governador civil e o seu impacto público na I República eram claramente desvalorizadas em comparação com o regime monárquico onde a representação do Governo Central ganhava uma maior projecção, levando geralmente a um nítido eco por parte da imprensa, sobretudo quando se dedicava às causas locais.

Um bom exemplo disso mesmo foi o que tivemos em 1907 com a criação da Liga dos Interesses de Leira, sob o patrocínio do governador civil José Jardim que reuniu na mesma assembleia todo o escol monárquico e republicano, apelando tanto ao bom senso da Câmara regeneradora como do Governo de João Franco para diversas questões infra-estruturais do concelho.

Nada disso viria a passar-se após 1910. (...)

Com o conforto de um relacionamento muito chegado entre os líderes locais e o Directório do partido e mesmo com o novo Governo, os republicanos de Leiria pareciam convencidos que iriam inverter o tradicional conservadorismo da região. Não só Bernardino Machado era um amigo, como João Soares e outros que viviam em Lisboa frequentavam o círculo restrito da cúpula partidária, o que se confirmaria pelos cargos que viriam a exercer. Também mais tarde, as relações de amizade entre o menos moderado Tito Larcher com Júlio Dantas trariam para Leiria alguns equipamentos culturais. (...)»

In “Leiria Roteiros Republicanos” Acácio de Sousa


domingo, 19 de junho de 2011

A nossa Bandeira





Faz hoje cem anos que, em sessão de câmara, a Assembleia Constituinte confirmou a legalização da bandeira nacional, pelo decreto n.º 141. Não foi no entanto, nada pacífica a escolha da bandeira depois da implantação da República em 1910.

No dia 5 de Outubro, ao ser proclamada a República, na Câmara de Lisboa apareceu uma bandeira verde e vermelha como as que tinham já sido desfraldadas nos centros republicanos de muitas cidades e vilas do país. Assim acontecera durante a revolução de 31 de Janeiro de 1891 na Câmara do Porto. Tratava-se do modelo adoptado pela Carbonária que, além das cores verde e vermelho, incluía uma estrela de cinco pontas e a esfera armilar.

Segundo Isabel Lousada, professora e investigadora da universidade Nova de Lisboa, José de Castro – presidente da Comissão de Resistência e grão-mestre adjunto da Maçonaria em substituição do grão-mestre Magalhães de Lima, exilado em Paris – solicitara, com o maior sigilo, a Adelaide Cabete e Carolina Ângelo – ambas da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e da Maçonaria Feminina – a confecção de bandeiras verdes e vermelhas a serem hasteadas aquando da revolução que viria a extinguir a Monarquia em Portugal.

Em 15 de Outubro de 1910, o governo provisório nomeou uma comissão composta por Columbano Bordalo Pinheiro, João Chagas, Abel Botelho e mais dois oficiais do Exército e da Marinha para idealizarem a bandeira nacional. Em 29 do mesmo mês foi apresentada a primeira versão da bandeira concebida por Columbano. Como sempre acontece depois das revoluções que, passe o exagero, “não deixam pedra sobre pedra” ninguém se entende daí desencadear-se, em torno da escolha da bandeira, uma polémica que dividiu políticos, escritores, poetas e artistas.

A Assembleia Nacional Constituinte, eleita em 28 de Maio de 1911, estabeleceu no que toca à escolha da bandeira a seguinte resolução: “as bandeiras nacionais serão bipartidas verticalmente verde-escuro e vermelho ficando o verde do lado da tralha. Ao centro, e sobreposto à união das duas cores, o escudo das armas nacionais orlado de branco sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivado em negro. A divisória entre as duas cores será feita de modo que fiquem dois quintos do comprimento total ocupados pelo verde. O emblema central ocupará metade da altura da tralha.”

Cumpriram-se as cores do projecto de Columbano. No relatório da comissão nomeada pelo governo provisório, Abel Botelho interpretou o vermelho como “cor combativa e quente é a cor da conquista e do riso; uma cor cantante e alegre lembra o sangue e incita à vitória” enquanto o verde aparece como “a cor da esperança e do relâmpago significa uma mudança representativa na vida do País.”

(Texto escrito de acordo com um texto de António Valdemar jornalista e investigador)