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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A posição não interessa

Estudos recentes mostram que:

em pé, fortalece a coluna;
de cabeça baixa, estimula a circulação do sangue;
de barriga para cima é mais aprazível;
sozinho, é estimulante, mas egoísta;
em grupo, pode até ser divertido;
no banho, pode ser arriscado;
no automóvel, é muito perigoso...
com frequência, desenvolve a imaginação;
entre duas pessoas, enriquece o conhecimento;
de joelhos, o resultado pode ser doloroso...
sobre a mesa ou no escritório,
antes de comer ou depois da sobremesa,
sobre a cama ou na rede,
nus ou vestidos,
sobre o sofá ou no tapete,
com música ou em silêncio,
entre lençóis ou no "closet":
sempre é um acto de amor e de enriquecimento.

Não importa a idade, nem a raça, nem a crença, nem o sexo,
nem a posição socioeconómica...






...LER é sempre um prazer!!!...


DEFINITIVAMENTE, LER LEVA A DESFRUTAR DA IMAGINAÇÃO...
E VOCÊ ACABOU DE EXPERIMENTAR ESSE FACTO...


VÁ PROCURAR UM LIVRO!!




domingo, 14 de setembro de 2014

António Mega Ferreira


Fui ouvi-lo ontem ao fim da tarde à Biblioteca Municipal aonde se deslocou para fazer a apresentação do seu último livro «Viagem pela Literatura Europeia» que decorre de uma série de palestras que El Corte Inglês o convidou a fazer no passado inverno. (Já vai fazer a terceira série de palestras…)

Essa viagem é feita a partir de dez (porque, explicou, tudo para ele tem a ver com o número dez) obras de referência da literatura europeia e por si escolhidas. A primeira jornada e a da Odisseia, aurora da civilização e a última é a do Livro do Desassossego, o grande poema de Lisboa, no seu entender, passando pelo D. Quixote, o Werther de Goethe, as Ligações Perigosas de Laclos, século XVIII, Ilusões Perdidas de Balzac, Guerra e Paz, naturalmente, A Ilha do Tesouro, Em busca do tempo perdido, Proust, claro, e A Montanha Mágica, a maravilha de Thomas Mann.

A escolha recaiu sobre estas narrativas – Mega Ferreira escolheu a narrativa, deixando de fora a poesia e o teatro – mas poderia ter recaído sobre outras. Lamentou não ter incluído A Divina Comédia, mas não teve condições para a reler atentamente e estudar profundamente para isso, como lamentou não ter incluído Shakespeare – The Tempest – mas, disse, para estudar Shakespeare precisa-se de anos de estudo…

Conhecia, como conhecemos muitos de nós, o seu mirabolante percurso de vida com todas as coisas que foi e que já fez. Conhecia alguns dos seus livros de ensaios, romances, antologias, estudo sobre Pessoa, o seu gosto pelo erotismo na literatura, etc. mas nunca o tinha ouvido ao vivo. Um espanto!

De facto, o meu conhecimento de Mega Ferreira remonta ao nosso tempo de Faculdade. Posso dizer, como aliás lhe disse ontem, que éramos companheiros de comboio. Apanhávamos o comboio das 7.04 para Lisboa para podermos estar na Faculdade, eu em Letras e ele em Direito, a tempo das aulas das nove. Eu apanhava o comboio em Sintra e sentava-me sempre no compartimento do fundo para poder ler e estudar sossegada e ele entrava no Algueirão e sentava-se na minha frente, sempre muito sério, muito contido – como éramos quase todos naquele tempo dos idos de 60 – e lia e estudava também. Nunca trocámos uma palavra, mas eu conhecia alguns segredos do seu coração… Foi também mais por isso que eu teimei em ir vê-lo ontem.

Mas o homem – como eu, aliás, com as devidas distâncias, naturalmente – nada tem a ver com o que era nesses tempos de juventude. Falou todo o tempo com uma jovialidade, um à vontade e um conhecimento das coisas da literatura que foi de uma pessoa sair de queixo caído! É uma daquelas pessoas que parece que leu os livros todos e conhece alguns de que quase ninguém ouviu falar – passe o exagero… e depois com uma facilidade comunicativa extraordinária da forma mais simples que é a grande qualidade dos grandes sabedores.

Das muitas coisas que disse e que gostei de ouvir, vou deixar aqui apenas algumas frases soltas: 

«Sou um humanista: gosto da Natureza descrita pelo poeta [e aqui, naturalmente, referiu Alberto Caeiro] pelo romancista, pelo pintor, pelo músico…»

«Desejo e prazer é a minha relação com a leitura

«A leitura literária é uma leitura de fôlego e não de corrida.»

«Não vale a pena obrigar os miúdos a ler – isso pode ter o efeito contrário. Se eles tiverem de gostar de ler, a seu tempo isso acontecerá. Ler, como muitas outras coisas na vida, é uma inclinação. Não vale a pena forçar

«Fiz o liceu no Pedro Nunes, um liceu de referência. Quando entrei, em 1959, havia em Portugal 14 mil alunos inscritos nos liceus. Em 40 anos conseguimos chegar aos 170 mil! Claro que o nível teve de baixar. Mas se me perguntarem se eu prefiro o tempo em que andei no liceu ou o actual, claro que prefiro o actual!»

E muitas, muitas outras coisas deliciosas que pode ser que transcreva para aqui noutra oportunidade….


sexta-feira, 16 de março de 2012

O Mercado de Santana





Parecia um mercado de bonecas de tão maneirinho e mimoso. Plantado bem no centro da parte velha da cidade, foi projetado em 1919 pelo arquiteto Ernesto Korrodi, o bom remodelador do castelo e construído na década seguinte. Até então o mercado realizava-se na Praça Rodrigues Lobo. E era assim:



Depois passou a ser assim no exterior



E assim no interior



E assim era quando vim viver para Leiria nos finais de 74. As verduras, os legumes e as frutas dispunham-se coloridas e frescas nas bancas do espaço amplo rente ao chão e a céu aberto e, subindo uns quantos degraus sempre molhados e escorregadios, tínhamos o mercado do peixe com bancas de peixe variado e sempre fresco da Nazaré, da Vieira. As 3ªs e os sábados eram dias de mercado forte e o mercado borbulhava de gente, de movimento e de som. Foi assim até à mudança do mercado para as novas instalações aí pelos anos 80.

Mais tarde, no início deste século, o Mercado de Santana foi remodelado:  a zona dos talhos e das lojas adjacentes foi requalificada e transformada em zona de esplanadas e de lojas; a praça do peixe transformada em Centro Cultural (o Teatro Miguel Franco) enquanto o átrio principal onde antigamente se espalhavam as vistosas bancas de frutos e legumes serviria para eventos culturais, populares, comícios partidários e outras atividades que pudessem realizar-e ao ar livre.

Já no presente ano, foi construída uma cobertura em acrílico que vai permitir uma melhor e mais ampla utilização daquele espaço ótimo e tão bem situado já que não se terá de estar dependente dos humores do S. Pedro...

Como é habitual neste nosso belo país, as críticas à obra de cobertura do mercado foram muitas. Que se gastou muito, que não é apropriada, que, que, que... Nós somos assim: se se faz é porque se faz e está mal feito, se não se faz, deveria ter-se feito.

Ficou assim.








 No sábado passado, ainda no âmbito da Semana da Leitura celebrada por todas as escolas do Concelho, realizou-se lá uma sessão de leitura criativa de histórias para crianças, promovida pelo Instituto Politécnico de Leiria e pela Biblioteca Municipal. Foi um evento muito participado por crianças e por adultos que bem se divertiram com a contadora de histórias convidada, a Cristina Taquelim que veio de Beja.



 A princípio estava pouca gente.


Depois encheu assim.



A contadora de histórias era muito animada e muito expressiva e tinha muitos truques para incentivar a gente miúda para a leitura.


E os miúdos que ao princípio estavam assim,



... acabaram por ficar de boquinha aberta. Assim...




sexta-feira, 2 de março de 2012

Leituras


Por muito que se diga que a educação está um caos, que as escolas não ensinam nada, que os professores não prestam, que "no meu tempo" é que era porque sabíamos as linhas de caminhos de ferro de Angola e Moçambique e os afluentes dos rios da margem esquerda e da margem direita, tem-se feito um esforço enorme nos últimos  no âmbito do desenvolvimento da leitura. Começou, em termos formais, com a  com a criação da Rede das Bibliotecas Escolares em 1996, com a organização curricular de 2001 pela qual  a Língua Portuguesa foi consagrada como competência transversal de todos os programas e depois com a criação do Plano Nacional de Leitura em 2006 que tem equipado as escolas com bibliotecas e coleções e coleções de livros.

As escolas, de uma forma ou de outra, têm organizado toda a espécie de atividades para criar nos alunos, desde os mais pequenos aos mais crescidos, o gosto e hábitos de leitura. Muitas esforçam-se por alargar os seus projetos aos encarregados de educação e familiares dos alunos e foi nesse âmbito que ontem fui à sala do Jardim de Infância frequentado pelos meus dois netos mais velhos ler uma história. Uma excitação para mim que sempre fui professora de alunos mais velhos. Uma excitação para os meus netos porque a avó ia lá ler uma história... Uma graça ver os mais pequeninos dos pequeninos sentados no chão coladinhos a mim a brincarem com os berloques dos meus sapatos e a meterem os dedos nos buracos do desenho da meias.... Uma ternura quando uma das pequeninas começou a chorar com medo do "monstro" que entrava na história... Um espanto ouvir, no fim da história, a Educadora fazer perguntas de interpretação sobre o texto ouvido falando em conceitos como "personagens" e outros .... Muito giro!












Mães, pais e avós, não deixem, se tiverem oportunidade, de colaborar com as escolas das vossas crianças participando em iniciativas destas ou outras. É muito giro!


domingo, 30 de outubro de 2011

Não depende da posição...

 




Fazê-lo parado fortalece a coluna,
de barriga para baixo estimula a circulação do sangue,
de barriga para cima é mais agradável,
fazê-lo sozinho é enriquecedor, mas egoísta,
em grupo pode ser divertido,
no w.c. é muito digestivo,
no automóvel pode ser perigoso…
Fazê-lo com frequência
desenvolve a imaginação,
a dois, enriquece o conhecimento,
de joelhos, torna-se doloroso…
Enfim, sobre a mesa ou sobre ao secretária,
antes de comer ou à sobremesa,
sobre a cama ou numa rede,
despidos ou vestidos,
na relva ou sobre o tapete,
com música ou em silêncio,
entre lençóis ou no roupeiro:
Fazê-lo é sempre um acto de amor e de enriquecimento.
Não importa a idade, nem a raça, nem o credo, nem o sexo, nem a
posição económica...o que importa é que......

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Ler é um prazer!!!...


Tenham uma boa semana!

 

sábado, 23 de abril de 2011

No Dia Internacional do Livro






"Em matéria de leitura, nós, os «leitores», temos todos os direitos, a começar pelos que recusamos aos jovens que pretendemos iniciar na leitura.

1) O direito de não ler.
2) O direito de saltar páginas.
3) O direito de não acabar um livro.
4) O direito de reler.
5) O direito de ler não importa o quê.
6) O direito de amar os «heróis» dos romances.
7) O direito de ler não importa onde.
8) O direito de saltar de livro em livro.
9) O direito de ler em voz alta.
10) O direito de não falar do que se leu."

São estes os direitos inalienáveis do leitor definidos por Daniel  Pennac na sua obra "Como um Romance" e que deixo aqui no Dia Internacional do Livro para os (re) lembrar aos meus eventuais leitores.


quarta-feira, 28 de julho de 2010

Porque precisamos de um professor bibliotecário



(BE da "minha" escola - foto copiada do seu blog))


Retirei da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) este pequeno vídeo sobre o trabalho do professor bibliotecário, que achei bastante interessante pela simplicidade do conteúdo e também pela ponta de graça que contém.

Está escrito em inglês e atrevi-me a fornecer uma tradução “caseira” para os possíveis leitores que não dominem completamente a língua inglesa.

Só lamento que não esteja em consonância com a actual Portaria (n.º 558/2010, de 22 de Julho) que altera a Portaria n.º 756/2009, alargando a proporção de professor bibliotecário/n.º de alunos do estabelecimento de ensino, diminuindo assim o número de professores bibliotecários nas escolas portuguesa, o que se opõe manifestamente ao teor do vídeo.


 
A tradução:

“Porque precisamos de um professor bibliotecário?

Porque leva quatro anos a aprender a pôr um livro na prateleira?

Um professor bibliotecário trabalha:


· Com os outros professores das disciplinas para integrar as competências de investigação nas aulas

· Assegura que as colecções da biblioteca contemplam as matérias de todas as disciplinas

· Apoia todo o pessoal docente a preparar o seu trabalho de ensino-aprendizagem

· Ajuda os alunos a encontrarem resposta para perguntas como


Quando?

Onde?

Quem?

e, mais importante do que isso,

Porquê?


· Um professor bibliotecário também pode organizar o material importante para fotocopiar

· E arranja fita-cola, clips, agrafos, canetas, lápis e outros materiais para realizar os trabalhos

· E, mesmo depois disto tudo, podemos recomendar a leitura de um bom livro!


Se a sua escola não tem um professor bibliotecário, quem faz isto tudo pelas crianças?!”

terça-feira, 6 de julho de 2010

Morreu Matilde Rosa Araújo


Aos 89 anos, que fez no primeiro dia deste Verão, morreu a poeta-professora Matilde Rosa Araújo.

Deixa mais de vinte livros para crianças – histórias e poemas – tendo-se sempre, ao longo da sua vida, dedicado à problemática da infância.

A primeira vez que ouvi falar da escritora foi no meu ano de estágio que foi o meu primeiro ano no ensino oficial. Fiz estágio em 1973 na Escola Preparatória de Paula Vicente e o livro de textos de Língua Portuguesa adoptado para os 1º e 2º anos do Ciclo Preparatório (actual 5º e 6º anos) era a selecta LER, da autoria de Matilde Rosa Araújo (e outros), também ela professora do recém-criado Ciclo Preparatório do Ensino Secundário, como então se chamava.

Uma escolha criteriosa de belos textos sobre temas variadíssimos, de bons autores da língua portuguesa como Sophia de Mello Breyner, Rui Cinati, António Gedeão, Sebastião da Gama, Cecília Meireles, Neves e Sousa, Manuel Ferreira, Albino Forjaz Sampaio, Vitorino Nemésio, Miguel Torga, ela própria, entre muitos outros. Que bem se trabalhou com aquele manual! Durante anos fui lá retirar textos para outros alunos, para outros fins.

Lembro-me da visita de Matilde Rosa Araújo, há mais de vinte anos, à minha escola, aqui em Leiria, como escritora, a convite das professoras de Português e da Biblioteca. Uma senhora. Muito meiga, muito doce, com um jeito natural para a interacção com as crianças. Uma simplicidade – que é, aliás, apanágio das pessoas de grande nível.

Deixo aqui um poeminha da autora, que fui retirar da selecta atrás referida, e que aparece logo nas primeiras páginas – no 1º ano do ciclo (actual 5º ano) é pelos animais que conquistamos o afecto e a confiança dos nossos alunos logo a partir das primeiras aulas.

Pastor

Meu cão:
Seus olhos castanhos
Tamanhos
De compreensão.

Meu cão:
Seus olhos castanhos
Tamanhos
De mansidão.

Seu nome é Pastor;
Seus olhos castanhos
Tamanhos
De Amor.


quinta-feira, 24 de junho de 2010

Feira dos livros em saldo no Mercado da Ribeira


(Mercado da Ribeira, Lisboa, 1890)

(Mercado da Ribeira, 1926)

(Mercado da Ribeira na actualidade)

Fiquei a saber hoje que arranca no próximo sábado, dia 26, outra edição da feira do Livro Saldos de Verão no Mercado da Ribeira e que vai estar aberta diariamente até ao dia 11 de Julho. São milhares de livros em fim de edição e em saldo, usados e manuseados que vão estar à venda a preços mais baixos, lá em cima no 1º andar do velho mercado.

Se calhar vale a pena gastar um dia de férias ou de fim-de-semana para dar um saltinho até Lisboa, à beira Tejo, gozar aquela luminosidade maravilhosa que só Lisboa tem (ai meu deus, que me vão já cair em cima...) e poder manusear à vontade dezenas de livros, ler pedaços, passar-lhes os dedos por cima, eventualmente trazer alguns para ter lá em casa e ler nas férias.

Quando oiço falar no Mercado da Ribeira, que já não tem a vida de mercado que tinha para trás dos anos 80, 70 do século passado, lembro-me sempre do fado “O Namoro da Rita” e dá-me para trautear os primeiros versos:

No mercado da ribeira
há um romance de amor
entre a Rita que é peixeira
e o Chico que é pescador

Não, eu não gosto nada de fado. Devo ser das poucas lisboetas que não gosta de fado. Mas tolero o fado gingão, acho-o engraçado. E, além disso, traz-me esta canção uma outra recordação remota. Aí por 1959/60/61, a minha mãe, que era professora primária em Sintra, tinha também por missão levar as meninas da sua escola de Santa Maria à Praia das Maçãs no eléctrico. ´


Eu, que era da idade das alunas da minha mãe, também ia à praia, claro! Nesse eléctrico também viajavam os rapazes da escola de S. Martinho. E, já se vê,  havia paródia, cantoria e pequeninos pretensos namoricos entre eles e nós... Ora uma das canções que se cantavam era esta com a adaptação dos nomes e das profissões. Os rapazes de S. Martinho trocavam o nome da Rita pelo meu e o do Chico pelo de um amiguinho Rui, que malogradamente foi chamado aos céus aí pelos seus 15 anos. E eu ficava tão zangada! Ainda por cima na presença da minha mãe.... Ingenuidades daqueles tempos!

Entretanto fica aqui o fado "O Namorico da Rita" intterpretado pela Amália Rodrigues para quem gosts poder recordar.





quarta-feira, 2 de junho de 2010

A Feira do Livro de Leiria

Não gosto particularmente de feiras do livro. Com excepção das que são organizadas nas escolas por dedicados grupos de professores com o objectivo de “meterem o bichinho” da leitura nas crianças.

Mas uma noite destas fui dar uma volta pela Feira do Livro de Leiria que estoicamente teima em, ano após ano, fazer a sua aparição, por esta altura do ano, ali na belíssima Praça Rodrigues Lobo, sala de visitas da cidade.

A noite estava amena, mas a praça estava vazia apesar da animação musical a cargo do grupo de cantares Tradições do Orfeão de Leiria em que fui encontrar colegas e pessoas conhecidas a cantar e a tocar.




A música, de raiz folclórica,  bem que fazia saltar o pezinho, não havia era quem dançasse! Mas o meu maior espanto foi a pobreza da feira. São seis, apenas seis pavilhões representativos de seis livrarias e com muito pouca variedade de livros. Todas as livrarias apostaram nos livros infanto-juvenis e naquele tipo de romance mais apelativo e de mais fácil leitura e pouco mais. E ninguém que comprasse!


Bem sei que era Domingo à noite e também estamos em tempo de crise (desculpa que agora serve para tudo...) mas será só isso?


De uma maneira ou de outra, vamos até lá! Ainda há tempo, até ao próximo dia 6. Vamos fazer um esforço para compensar o esforço daqueles poucos livreiros que ainda foram lá expor este ano. Sob pena de, aos poucos, deixarmos morrer a Feira do Livro de Leiria.


sexta-feira, 28 de maio de 2010

«O Magalhães é o maior assassino da leitura em Portugal»


Li uma entrevista muito completa com o Dr. António Barreto, estudioso por quem sempre tive bastante consideração, e cujo título me chamou a atenção já que era: «O Magalhães é o maior assassino da leitura em Portugal» afirmação com a qual não concordo, à partida.

De facto, o contexto em que a frase foi dita ameniza um pouco o efeito de agressividade pretendido ao escolhê-la para título de primeira página da longa entrevista. O tema da leitura é chamado, a certa altura, pelo entrevistador e António Barreto diz que “a escola no seu tempo (anos 50) não incitava à leitura” (o que era bem verdade) e hoje, 50 anos passados, “por razões diferentes, a escola destrói a leitura". Defende o sociólogo que a escola gasta muito tempo e muito dinheiro com a literacia computacional afirmando mesmo que se o Governo “gastasse um quinto do que gasta (em computadores) em tempo e em recursos com a leitura, talvez houvesse em Portugal um bocadinho mais de progresso. O Magalhães, nesse sentido, é o maior assassino da leitura em Portugal.”

Explicado o contexto e apesar do mesmo, permito-me discordar destas afirmações. Primeiro porque muito tem sido feito para desenvolvimento da leitura primeiro pelos professores em geral e ultimamente pelos movimentos em torno da criação da Rede de Bibliotecas Escolares e do Plano Nacional de Leitura. Depois, não há mal nenhum em que os miúdos do primeiro ciclo possam adquirir um computador à sua medida por um preço máximo de 50 euros, pois não?

As aulas não são dadas em função do pequeno computador; este é apenas mais um material de apoio como são os livros e os cadernos, o gravador ou o quadro. O que interessa é o que o professor faz com esses materiais que tem à sua disposição, o que interessa é a sua planificação, a imaginação que usa para preparar as suas aulas e os conhecimentos de base que possui para levar os seus alunos tão longe quanto eles consigam ir na leitura, na escrita e em todas as outras competências que lhe vão ser necessárias para singrarem na sua vida futura.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Leia histórias ao seu filho para ele ser bem-sucedido!

Estão constantemente a dar-nos notícia de estudos realizados por universidades nomeadamente no âmbito da psicologia que provam isto e aquilo. Muito bem! Agora com a “massificação” dos mestrados há que lançar mão da investigação à volta de todos os comportamentos para se efectuarem novos estudos.

Porém, há algumas conclusões que não trazem grande novidade e outros que me deixam, no mínimo, espantada. É, por exemplo, o caso de um estudo inglês que diz que ler contos infantis às crianças melhora as suas notas na escola. E logo comenta uma socióloga portuguesa explicando que, como a escola se baseia na leitura e na escrita, se isso faz parte da rotina das crianças antes de entrarem na escola, aumenta-lhes as hipóteses de elas terem sucesso. Que grande novidade! Isso já o sociolinguista B. Bernstein dizia  na primeira metade do século XX! É evidente que uma criança que cresça num ambiente familiar em que os livros, os jornais e a leitura em geral faça parte do quotidiano tem muito mais hipóteses de desenvolver competências neste âmbito do que outra que nasça numa família onde não haja esses hábitos nem acesso a livros.

Mas, quanto a mim, e por experiência própria como professora e como mãe, não chega ler as histórias às crianças. Há que pô-las a trabalhar a leitura em casa: ler com elas, fazê-las ler alto para nós, levá-las a ler para si próprios comentando depois com elas o conteúdo da leitura.

É que a aprendizagem seja do que for não pode limitar-se ao prazer, implica sempre trabalho, muito trabalho – e isso é que estes estudos se esquecem de concluir...