Não se trata aqui de dirimir se concordamos ou não com o facto de a avaliação do desempenho contar para os actuais concursos dos professores, nem de discutir se os sindicatos estão ou não a trair estes profissionais. A questão é sempre a mesma: sai uma legislação e o problema está criado - é para cumprir ou não?
De facto, a legislação sobre a avaliação do desempenho docente “caiu-nos em cima” em Janeiro do ano 2008, sem apelo nem agravo e nós, professores, nunca a levámos a sério. E, à boa maneira portuguesa, esperou-se que nunca chegasse a ter de ser cumprida, como tem acontecido, ao longo dos tempos, com muitos dos normativos publicados para serem aplicados nas escolas.
Com toda a consideração pelo trabalho dos movimentos de professores, que muito fizeram, e dos Sindicatos, face à questão da avaliação dos professores, penso que, se não queremos obedecer às normas do “patrão”, ou lutamos e vencemos, ou vamo-nos embora. Se ficarmos, teremos de obedecer. Fazer tábua rasa das leis apenas porque não concordamos com elas, parece-me absolutamente ignóbil.
Vêm agora os paladinos dos professores dizer que a avaliação realizada no passado ano lectivo foi uma palhaçada, foi injusta e sei lá que mais! Lamento! Injusta qualquer avaliação é e, se foi uma palhaçada, foi apenas porque alguns dos responsáveis por realizá-la nas escolas não foram suficientemente sérios para com os colegas a quem tinham de avaliar e, repito, à boa maneira portuguesa, foram adiando à espera que se tratasse de mais uma legislação para não ser cumprida e, quando viram que não havia forma de lhe escapar, terão efectuado um mau trabalho.
Houve, porém, muitas escolas em que os professores dos conselhos pedagógicos e dos departamentos disciplinares trabalharam com toda a seriedade e profissionalismo para que a avaliação dos seus colegas fosse levada a cabo nas melhores condições possíveis. E agora, como alguns não cumpriram o que lhes foi pedido e realizaram mal a sua tarefa, apague-se tudo e faça-se tábua rasa de tudo o que foi realizado como máximo profissionalismo e a maior consideração pelo próximo.
Mais uma vez e, à boa maneira portuguesa, premeiam-se os que não cumprem!
O eterno problema da educação em Portugal...
ResponderEliminarPrograma-se muito e nada se faz em prol da escola e dos seus educadores...
E é só na Escola?! :-))
ResponderEliminarQuem não faz nada e se safa é que é esperto...
É assim que a maioria dos portugueses pensa.
É o nacional-chico-espertismo!
Abraço