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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

A importância de um sorriso

Hoje, numa outra ida ao hospital, pedimos uma informação a duas senhoras auxiliares – na faixa dos cinquenta e muitos anos – que encontrámos num corredor por onde andávamos perdidos.

Logo as senhoras nos deram a informação necessária com toda a simpatia. Aliás, como todo o pessoal com que nos temos cruzado ao longo deste quase mês e meio, desde as auxiliares aos médicos chefes de serviço, desde os enfermeiros aos voluntários, todos de uma amabilidade e de uma simpatia extremas. Verdadeiros profissionais.

Bom, mas voltando ao episódio de hoje: depois de nos indicarem o caminho certo, uma das senhoras dirigiu-se-me: «Doutora?» E eu, admiradíssima, lá pensei: «certamente mãe de um antigo aluno…» Mas retruquei: «De onde me conhece?» E a senhora, com um ar de quase deslumbramento, disse: «Fui sua aluna…» («Há quantos anos, meus Deus…» - pensei) Mas disse espantada: «E ainda se lembra de mim?!» E aí a senhora derreteu-me por completo quando afirmou: «Não me lembrava, mas quando vi o seu sorriso, lembrei-me logo…»

Depois estivemos a falar um pouco. A senhora foi minha aluna nos anos 70, no início da minha carreira aqui em Leiria, ainda no “ciclo velho” e ainda se lembrava do meu sorriso…


Acho que ganhei o dia…


"O Ciclo Velho"

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Dia de enorme pressão

A informação era de que se tratava de uma intervenção delicada e demorada. Marcada para logo de manhã.

O telefone retinia de chamadas e mensagens a querer saber, a desejar tudo a correr bem, se precisares de alguma coisa, é só dizeres… Só simpatias, só sinais de amizade, de grande amizade.

O médico há de dizer-te alguma coisa – avisou-me ele.  Mas a tarde alongou-se sem que tivesse concentração para me ocupar com coisa alguma. O telefone tocava «então já se sabe alguma coisa?»

 Às cinco da tarde, «vamos contactar o hospital», mas que não, que ainda estava no bloco. Nem a garrafa de gás butano conseguimos que se ligasse ao aquecedor daquela divisão. (Será que as coisas inanimadas absorvem a nossa inquietação? Lembrei o dia da primeira eleição de Soares para Presidente contra Freitas do Amaral que tinha a vitória como certa – para grande raiva minha – e tudo correu mal nesta casa, até a máquina de lavar roupa recusou trabalhar – e sem avaria!)

Lá para as seis e meia, «já saiu do bloco, mas ainda não subiu. Vou ligar ao recobro.» «Não, esses casos vão para a medicina intensiva. Vou ligar.» Obrigada, obrigada, obrigada a todas tão amáveis, com vozes tão frescas apesar do trabalho pesado que têm sobre si…

«Sim, ele está cá. Mora cá em Leiria? Estou a perguntar porque a visita é só das sete às sete e meia.»

Que sim, que podia ir mesmo que chegasse um pouco atrasada… Obrigada, outra vez.

Lá estava ele, o meu companheiro de vida em todas as horas boas e más, ligado a não sei quantas máquinas num espaço amplo, daqueles que fazem lembrar os filmes, com mais três ou quatro outros vigiados por médicos e enfermeiras. Sereno, profundamente adormecido, entubado. Esquecido da vida.

Foram seis horas de operação. Correu como se previa, sem surpresas. O resto, logo se vê. Disse o médico.

Depois foi informar os amigos de volta, enviar mensagens, receber mais telefonemas. Ouvir mais palavras de conforto.

Estou muito cansada. A pressão foi muita. Que notícias teremos amanhã? Trata-se de um órgão muito delicado.




terça-feira, 31 de janeiro de 2012

No Hostital de Leiria



A minha neta saiu hoje do hospital. Apesar de ter sido vista e tratada pelo médico ortopedista que lhe pôs o gesso depois de anestesiada ainda no domingo, ficou internada para verificarem se o gesso estaria mesmo bem colocado. Este procedimento já por si demonstra bastante cuidado por parte do serviço, mas de destacar é o excelente atendimento que ela, bem como os pais, tiveram por parte de médicos e enfermeiros desde que chegaram ao hospital até que de lá saíram.

De registar que, para além dos cuidados médicos de qualidade, as crianças internadas tiveram hoje animação por parte dos músicos dos Concertos para Bebés da SAMP e ontem contaram com a presença de animadoras da Biblioteca Municipal. Não sei se este tipo de animação é diária, mas contam também com uma Educadora a tempo inteiro que faz o acompanhamento diário dos doentinhos. Isto sim é um verdadeiro serviço público.


Não vale a pena comparar este atendimento com o que era feito há quinze ou vinte anos atrás nos hospitais públicos. E menos ainda se me lembrar de quando parti uma clavícula nos idos de 67. Houve necessidade de ser operada mas no pequeno Hospital de Sintra (da Misericórdia) nem pensar que pudessem operar; levada para a Clínica do Telhal – que à época não era apenas clínica psiquiátrica, não pensem! – tive de esperar pela cirurgia cinco longos dias cheia de dores e no fim o meu pai teve de pagar cerca de dez contos, o que era uma despesa enorme, se pensarmos que, por exemplo, a minha mãe, que era professora , ganhava um conto e quinhentos por mês!

E depois, venham-me os “velhos do Restelo” ou sei lá de onde dizer que o 25 de Abril foi em vão e que no tempo do Salazar é que a economia era bem gerida e que os cofres do estado estavam cheios de ouro!