sábado, 31 de outubro de 2015

Bewitched

Em noite de bruxas, nada como recordar a série que passava por cá nos primeiros anos da televisão no nosso país - «Casei com uma feiticeira»! «Bewitched» no título original.

Quem se lembra?

A bela Samantha que fazia os feitiços abanando o seu lindo narizinho.




A mãe, a velha bruxa Endora que não gostava nada do genro, o Darin, porque era apenas um humano.



E que se "vingava"  assim...



O tio Arthur, bruxo também, mas que se enganava nos feitiços...




Bem divertidos estes pequenos filmes!


Feliz Noite das Bruxas!!


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

The lighter side

Antes de mais, peço desculpa pelo título estar em inglês; o facto é que hoje, depois de ontem e anteontem ter posto aqui dois textos mais compactos, quero apresentar um formato mais leve. É que... «o que faz falta é animar a malta» que anda um pouco em baixo.

Podia ter posto esse mesmo título: «o que faz falta é animar a malta», mas hoje em dia, é tão fino dizer coisas em inglês... Discurso ou conversa que inclua um «timing», um «marketing», um «design», um «approach»,um «coffee break», um «spread», um «black tie», um «fast food», um «flash», um «post» (ou a horrível "postagem" que daí decorre!), não são digno de ser ouvidos!

Daí o meu «lighter side»... E então aí vai!

Começo por um docinho para os meus «male friends»...




Pronto, miúdas! Tenham calma! Agora para vocês...




Eu gosto desta imagem, mas prefiro esta aqui.




Podem escolher à vontade...

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

E os que pensam?

Ao contrário de ontem que evoquei o nosso Eça para vincar a ideia de que «uma nação só vive porque pensa», hoje deixo aqui a ideia oposta: porque não falam os que, na nossa nação, pensam. Ideia muito bem plasmada no artigo «Porque não falam?» de Sérgio Figueiredo no DN de 2ª feira. 

Trazendo à nossa presença a inesquecível conversa de Almada Negreiros com os três criadores do popular programa Zip-Zip nos anos 60, em que o último poeta de Orpheu vivo explicou como se formou o grupo «futurista e tudo».

«À pergunta de Cruz "Como tinha nascido o grupo, com se aproximaram" aqueles intelectuais, pensadores e artistas, a resposta de Almada: Quando algumas pessoas têm a mesma desgraça, juntam-se.»

E o jornalista continua: «Não sabemos qual a desgraça que aproxima os intelectuais de agora. Por onde andam? Esta elite e as outras? Porque ficaram mudos? Do que se escondem? Quem são os libertinos do nosso tempo, os diferentes, os corajosos e até os tresloucados que abalam o estado de graça?  (…)

Não há Almada nos ventos que passam. Nem Natália Correia a chocar os bons costumes, o truca-truca, o deputado Morgado encavacado, nem Alegre que ninguém o calava e, no final, só se ficou a ouvir Cavaco. (…)

Temos pintores a pintar, arquitetos a arquitetar, escritores a escrever, atores a atuar, encenadores e realizadores, músicos a tocar, mas ninguém a desafinar. A desafiar os sons do silêncio. Falta-nos Luiz Pacheco, que dizia o indizível. Ou Mário Viegas, que boicotava o politicamente correto. Artes e Letras, mortes lentas, já nem corretos são no seu politicamente hoje. Eunucos, consciência cívica zero. Participação social é um post trivial na página do facebook.

Não é para Julião Sarmento ou Cabrita Reis dizerem se preferem a coligação ou o Bloco. Não se trata de pedir a Souto de Moura que comente o discurso do Presidente. Ou a Eduardo Gageiro que vá fotografar as portas que Abril abriu. Não é preciso saber se Sérgio Godinho tornou a votar Jerónimo ou não resistiu à barriga prenhe de Joana. (…)

O alheamento das elites empobrece-nos. Fica mais pobre a sociedade sem pensamento e sem confronto de ideias. E perde o norte o país em que a elite se resignou. Ou se acomodou. Ou se acobardou. Ou apenas anda a tratar da vidinha. (…)


Centenário de Orpheu. Fernando Pessoa. Banqueiro anarquista. República. Monarquia. A quem ouvimos hoje o atrevimento de gritar: o rei vai nu!?! A elite está amorfa, recolheu-se por sua livre e espontânea vontade.»


terça-feira, 27 de outubro de 2015

Uma nação só vive porque pensa

Acabei de ler «A Correspondência de Fradique Mendes» (1900). De vez em quando temos de regressar aos clássicos para nos encantarmos com os nossos bons pensadores, com quem de facto sabe utilizar a nossa bela língua com mestria e saber. É certamente o caso de Eça.

Veja-se como o singular romancista do fim do século XIX conclui aquela genial narrativa:

«Uma nação só vive porque pensa. Cogitat ergo est. A força e a riqueza não bastam para provar que uma nação vive de uma vida que mereça ser glorificada na história - como rijos músculos num corpo e ouro farto na bolsa não bastam para que um homem honre em si a humanidade. Um reino de África, com guerreiros incontáveis nas suas colinas e incontáveis diamantes nas suas colinas será sempre uma terra bravia e morta que, para lucro da civilização, os civilizados pisam e retalham tão desassombradamente como se sangra e se corta a rês bruta para nutrir o animal pensante. (...)

Só, na verdade, o pensamento e a sua criação suprema, a ciência, a literatura, as artes dão grandeza aos povos, atraem para eles universal reverência e carinho e, formando dentro deles o tesouro de verdades e de belezas que o mundo precisa, os tornam perante o mundo sacrossantos. (...)

Se uma nação, portanto, só tem superioridade porque tem pensamento, todo aquele que venha revelar, na nossa pátria, um novo homem de original pensar, concorre patrioticamente para lhe aumentar a grandeza que a tornará respeitada, a única beleza que a tornará amada. (...)

Michelet escrevia um dia, numa carta, aludindo a Antero de Quental: - «Se em Portugal restam quatro ou cinco homens como o autor das Odes Modernas, Portugal continua a ser um grande país vivo...»

(A Correspondência de Fradique Mendes - Eça de Queirós; Biblioteca Editores Independentes; Lisboa; 2009; pp 114-115)


Seria, no mínimo, recomendável se quem rege os destinos de todos nós de vez em quando lessem os nossos clássicos... 



segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Curiosidades

A propósito das imagens que ontem aqui deixei, o meu amigo Irlando do discretíssimo blog photosdeportugal enviou-me por mail uma fotografia que não posso nem quero deixar de copiar para aqui.

Trata-se de uma fotografia a branco e preto das Portas do Ródão tirada em 1967, antes da construção da barragem do Fratel cuja albufeira inundou as gravuras neolíticas nas rochas da margem direita do rio.



Imagem de uma das gravuras mais conhecidas do vale do Tejo.




(Para saber mais consultar: http://tejo-rupestre.com/ )

domingo, 25 de outubro de 2015

O Tejo [...] é o rio da minha aldeia

"O dia deu em chuvoso", muito chuvoso mesmo. Um azar para quem resolveu ir dar um passeio. 

E embora "um dia de sol [seja] tão belo como um dia de chuva", a verdade é que as fotografias ficam bem mais luminosas quando são tiradas num dia de sol.

Mesmo assim, deu para admirar a suavidade espelhada do Tejo (que é o rio da minha aldeia) na sua entrada triunfal no nosso país
.















«O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso. (...)»

(Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XX")

sábado, 24 de outubro de 2015

Ora vamos lá mudar a hora!

Ora como manda a tradição - aproveitemos agora que a tradição está em alta - vamos lá atrasar a hora antes de irmos dormir.

E amanhã há que aguentar o jat-lag.... (detesto!)






sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Palhaçada

Ontem, depois dos telejornais da hora do jantar, veio-me à lembrança esta canção dos idos de 60: «cara de palhaço, pinta de palhaço, roupa de palhaço...» vá-se lá saber porquê!




Alguém se lembra? Bem divertida! Bem no jeito brasileiro.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Para que não nos esqueçamos

Faz hoje 70 anos que nasceu a Polícia Internacional e de Defesa do Estado. A 22 de Outubro de 1945 o Decreto-Lei n.º 35 046 dava "corpo" à PIDE, que foi braço direito do regime. 


Em 1969, passou a ter o nome de Direção-Geral de Segurança, continuando a ser conhecida por PIDE/DGS. Segurança não das pessoas, mas do regime e, para isso, escutava, prendia sem julgamento, torturava, exilava e matava - não esquecer o assassínio do General Humberto Delgado em 13 de Fevereiro de 1965.





(daqui)

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Histórias da minha rua (8)

O neto da vizinha tem capacidades, muito boas capacidades, mas gosta pouco de estudar e por isso veio para cá, já no 6º ano, para um estudo acompanhado no âmbito das minhas disciplinas – Inglês e Português. Hoje, já no 10º ano, continua a vir cá estudar comigo.

Ora eu tenho uma sala destinada a receber os alunos que vêm cá estudar comigo e que, de facto, poucas mudanças tem sofrido ao nível do mobiliário: a mesa e as cadeiras que eram de estilo inglês e portanto muito frágeis para o efeito, foram mudadas por um outro conjunto mais resistente e pouco mais.

Um dia destes, o neto da vizinha, fixando as paredes, perguntou: «Será que pode mudar estes quadros que estão nas paredes?» E eu: «Mas porquê, não gostas deles? São tão bonitos!» «Não – diz ele – a questão é que já estou farto de olhar para as paredes e ver sempre o mesmo. Estou farto de ver aqueles peixitos, sardinhas ou lá o que é…»








(desenhos da nossa amiga Clotilde Fava)

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Dia Mundial do Poeta

No Dia mundial do Poeta, que se celebra hoje não cá no país, mas no Brasil, deixo aqui um poema do nosso saudoso Manuel António Pina.

A poesia vai acabar, os poetas
vão ser colocados em lugares mais úteis.
Por exemplo, observadores de pássaros
(enquanto os pássaros não
acabarem). Esta certeza tive-a hoje ao
entrar numa repartição pública.
Um senhor míope atendia devagar
ao balcão; eu perguntei: «Que fez algum
poeta por este senhor?»    E a pergunta
afligiu-me tanto por dentro e por
fora da cabeça que tive que voltar a ler
toda a poesia desde o princípio do mundo.
Uma pergunta numa cabeça.
— Como uma coroa de espinhos:
estão todos a ver onde o autor quer chegar? —


Manuel António Pina, in "Ainda não é o Fim nem o Princípio do Mundo”



segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Num bar alentejano


Façam como neste bar ... Falem uns com os outros!!


domingo, 18 de outubro de 2015

Encontro de bloggers

Conforme estava previsto, eu fui! E já lá estavam os amigos do Norte: o Rui e a Lena, a nossa Deusa Afrodite (que veio de avião, vejam só!!) e a Maria; estava o nosso anfitrião  Ricardo; o nosso amigos Kok dos sorrisos, estava o Fatifer e o Rafeiro Perfumado e a sua jove.

Depois chegou a Luísa - que veio expressamente do Algarve, imagine-se!! - veio a Manu diretamente das Caldas da Rainha e, por fim, o nosso outro anfitrião Henriquamigo com a sua charming Raquelamiga. Por último, mas não em último, chegou a Isabel, vinda do Entroncamento e carregadinha de exemplares do seu último livro para nos oferecer. Atenção que também recebemos rosas da nossa Deusa e marcadores e canetas do Algarve e tivemos direito a beber uma ginginha de Óbidos em copinho de chocolate que a Manu trouxe na bagagem...

Muito presentes estiveram os nossos queridos amigo(a)s Tété, Adélia, (para quem enviamos os nossos desejos de rápidas melhoras) a  e o Rogerito (que, à última hora não puderam aparecer) bem como a nossa querida Janita

Imperdoável a ausência dos nossos amigos Pedro Coimbra, Catarina e ematejoca.... (ih ih ih ....)

Agora vejam e... morram de inveja.....











E a fotógrafa estava lá!...



sábado, 17 de outubro de 2015

O Vendaval

Esta manhã o vento enfureceu-se e soprou com fúria. Até fez lembrar o vendaval do 19 de Janeiro do ano passado.

E lembrei-me  do «Vendaval da minha Vida» do grande Tony de Matos - quem se lembra? 

(Ui o que eu e as minha amigas gozávamos na adolescência quando ele ia a Sintra cantar... miúdas tontas que nós éramos...)




sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Coitada da Sara!

(Talvez esta história seja já muito conhecida, mas só para admirar a Sara, vale a pena!)

Sara, a jovem esposa desesperada vai ao psicanalista.

- Ah, doutor, eu não aguento mais... Apesar de todos os meus esforços, o meu marido não me dá atenção nenhuma. Desde que nos casamos, ele só fala na mãe, na mãe, e na mãe.
É como se eu não existisse.

- Olhe lá, já experimentou preparar um jantar especial?

- Já. E não adiantou, disse que a comida da mãe dele era melhor que a minha!

- Ouça, tenho uma ideia. Se há um domínio onde a sua sogra não pode rivalizar, é na cama. Esta noite, vista um babydoll preto e calcinha preta. A cor preta é muito sexy e muito excitante. Incluindo uma cinta-liga negra também... Ele não vai resistir!

Sara seguiu à risca o plano, sem se esquecer de nenhum detalhe. De facto, nunca estivera tão sexy...



 Ao fim do dia o marido chega a casa, arregala os olhos e diz .... 

- Sarahhhhh, estás toda de preto... Aconteceu alguma coisa com a minha mãe???

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Gosta de selfies?

Eu, por acaso, não gosto de selfies. Nunca tirei nenhuma, apesar de estar super-na-moda!

Só que as selfies não são de agora. Senão vejam.




E até antes já se faziam...



E os amigos gostam de selfies?

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

É assim que nós somos!

(Página de Diário, Quarta-feira, 28 de Julho de 1999)

«Não se lhe lê na cara nem no modo, bem ao contrário, mas o senhor Vargas é homem de meios. Com sussurros de admiração há quem diga que deve ser a pessoas mais rica da vila, talvez, mesmo do concelho.

Contava ele tempos atrás que começou a trabalhar aos doze anos como marçano e nunca mais parou. Sem festas nem divertimentos. Mesmo agora, a chegar aos setenta, não quer jornal nem televisão, nada o distrai tanto como depois da ceia conferir contas e recibos.

A sua fortuna começou com as camas de ferro. Os concorrentes não compreendiam que o seu preço fosse tão baixo, até que, tarde e más horas, descobriram que ele mandara a fábrica diminuir dez centímetros a todas as dimensões.

- Vendi milhares. Assim à vista ninguém dava conta da diferença, e aí estava o ganho.




Encontrei-o esta manhã, quando saía da esquadra da polícia, sombrio. Um rapazote seu empregado não resistiu à tentação e ontem roubou-lhe o Volvo, novinho em folha. Às tantas, talvez com o vinho, esbarrou-se com ele por uma ribanceira abaixo.

- O filho da puta nem um arranhão sofreu, mas o carro ficou sem conserto, vai para a sucata. E sabe o que lhe digo? A culpa nem é dele, deles, esses madraços que anda por aí à boa vida. A culpa é do governo! Hoje recebe-se sem trabalhar! Doem-te as costas, amiguinho? Aqui tens o subsídio. E assim é que o país vai por água abaixo!

Dou-lhe razão, mas em vez de o acalmar a minha concordância excita-o:

- Sabe o que era preciso? Era fazer como lá nas Arábias, e perdiam o vício! Roubaste? Mãozinha cortada!

Parado na borda do passeio, o senhor Vargas levanta o braço direito acima da cabeça, espalma a mão e, como se fosse um cutelo, «decepa» a outra pelo pulso.

Abano a cabeça que sim, e inesperadamente a cena tem um final burlesco. O senhor Lopes sai da loja de ferragens, caminha para o nosso lado, e ao ver o amigo com a mão sobre o pulso, pergunta contristado:

- Então, Vargas, esse reumatismo não passa?»


(In “Pó, Cinza e Recordações”, José Rentes de Carvalho, Quetzal, 2015)


terça-feira, 13 de outubro de 2015

Histórias da minha rua (7)

O gatinho da vizinha morreu. Do alto minha imensa experiência de gatos, eu já previa isto. Uma agressiva insuficiência renal, mal a que muitos gatinhos não sobrevivem, mesmo depois de internamentos a soro e medicação injetável. Uma pessoa, porém, bem afeiçoada aos bichinhos, pensa sempre que com os nossos vai ser diferente. E ela pensava isso mesmo: que o gatinho vinha para casa e melhorava. Para grande tristeza da família, o gatinho veio para casa e acabou por se ficar em grande sofrimento. Já tive dois casos idênticos com gatos cá da casa e preferi que lhes fosse aplicada aquilo que para os humanos ainda não é permitido – e bem entendo porquê – a eutanásia.

A filha da vizinha – minha ex aluna mas já adulta – que mantém comigo uma relação algo estreita, telefonou-me tristinha, tristinha a dizer que o gato tinha morrido. Que sentia muito a sua falta. Que era um enorme vazio na casa por todo o lado. Que, que, que… «Bem sei o que isso é» – disse lhe eu – «já passei por isso algumas vezes e sempre me farto de chorar…» «Pois é» – responde-me ela «mas você [adoro quando me tratam por «você»!...] não sente tanto porque tem outros gatos…»

A imposição de nós próprios e das nossas coisas – neste caso do sofrimento – para cima dos outros é coisa que nós, portugueses, gostamos de fazer sem pararmos um momento para pensar que não somos diferentes dos outros, que não somos especiais.


E propus-lhe o seguinte dilema: «Parece-te que se uma mãe de cinco filhos perder um sofre menos do que uma mãe que só tem um e o perde?»


segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Formatados



Não tem importância nenhuma, eu sei, mas eu gosto de enviar postais! É um sinal de presença, de lembrança, de proximidade, de amizade, se se quiser. E duradoiro. Não se apaga com um toque, nem se manda para a “nuvem” ou para um qualquer arquivo que nunca mais nos lembramos de visitar. Fica lá. E quando se for remexer aquela gaveta, ou aquela divisória da secretária, ou aquela caixa, ou aquele livro, encontra-se lá e (re)lê-se, revisitamos o passado e sorrimos.

Eu gosto de comprar e de enviar postais.

Quando a minha amiga canadiana vivia (triste) nesta terra, dizia que sentia muita falta das imensas lojas de postais de toda a espécie como as que havia na sua terra. Hoje ela está lá (bem mais feliz!) e para além das imensas mensagens que manda por correio eletrónico, ela manda-me imensos postais lindos a marcar todas as datas festivas do seu país e todas as outras que ela considera importantes.

E eu que sei o quanto ela gosta de postais e quanto eu gosto de os enviar, ando há quanto tempo à procura nesta terra de um ou outro que seja bonito, chamativo, especial e não há! Nem um postal com vistas da cidade se consegue encontrar! Isto é que é uma região de turismo, hein? Simplesmente não há! Nem na Fnac, nem nas tabacarias, nem nos quiosques, nem nas livrarias… não há! Apenas postais/cartões de aniversários, casamento, chegada de bebé e mesmo esses, são todos iguais em todos os sítios, foleiros, parolos, cheios de frases estúpidas e alguns acentos ao contrário – de fugir! Até a Arquivo, a livraria, que tinha postais e cartões lindos e que tanto quer primar pela finesse e que até é a representante nacional da Taschen, acabou com a sua coleção de postais.

E não me venham com a treta de que caíram em desuso, que agora é tudo por mail. Quem viajar por essa Europa fora, encontrará toda a espécie de vistas e cartões divertidos que marcam e promovem as regiões. E mesmo cá dentro, por todo o lado há lojinhas com postais, lembranças, ímanes, dedais, e sei lá o que mais a promoverem as cidades, as vilas, as praias. Pois por cá, não há!

Não tem importância nenhuma, eu sei. Mas dá-me cá uma fúria! Irrita-me esta falta de imaginação, esta necessidade bacoca de imitar tudo e apenas o que «o meu vizinho» tem, esta tacanhez, esta falta de visão. E não é pelos postais – embora tenha de ir a Lisboa para me abastecer (imagine-se!) É porque parece que andamos todos com talas nos olhos. O que me irrita mesmo é a formatação a que nos rendemos em nome de uma qualquer “modernidade” que nos impõem. O que nos é dado é ver programas tipo Goucha e Cristina Ferreira e Fátima Lopes e Júlia Pinheiro, para não falar na inefável Teresa Guilherme. Ou novelas. «Ah, mas eu não vejo novelas!» - dizem impantes - «vejo séries…»  Que são outro tipo de novelas, americanadas – outro estilo de formatação.

Para não falar nos noticiários e nos comentadores políticos – opinion-makers?!

domingo, 11 de outubro de 2015

Canções de amor (6)

As canções de amor de hoje são todas marcadas pela dança. Que falta sinto daqueles tempos em que havia festas e bailes e dançávamos, dançávamos...

Para quem gosta de dançar de carinha encostada, aqui fica uma excelente versão do velhinho Cheek to Cheek.





Para a "rapaziada" da minha idade, deixo o Cliff acompanhado pelos incomparáveis Shadows com o Do you wanna dance?

      


Ou uma composição do meu querido Beatle George Harrison
Happy just to dance with you 

 


A geração de 80 pode preferir dançar ao som da excelente voz da malograda Whitney Houston, I wanna dance with somebody!





Ou, se preferirem, podem dançar Dancing in the Dark com o Boss - o vigoroso Bruce Springsteen!





E por hoje chega de dança! 

Tenham uma boa semana!

sábado, 10 de outubro de 2015

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Nós éramos assim...

Há 44 anos éramos assim...



Hoje estamos bem mais velhos, mas continuamos a sorrir...

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Compre antes que esgote!

Foi o Henriquamigo que me enviou a publicidade. Suponho que a Raquelamiga já foi à loja comprar um par delas para o maridinho.

Amanhã vou ao shopping ver se há o número do meu - até pode servir de prenda para o nosso 44º aniversário de casamento...

Entretanto deixo aqui a publicidade para todos a quem possa aproveitar. Não deixem para muito tarde porque podem esgotar!




quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Eu não tenho a culpa...

Nos já distantes idos de 70/80, tive uma colega na minha «velha» D. Dinis que era tão PPD, mas tão PPD, que andava sempre com o emblema do partido na lapela – como os “nossos” atuais governantes andam com a bandeirinha de Portugal na lapela…  Era uma pessoa irritante até à voz e ao tom que usava e ninguém lá na escola a suportava. (Acabou por ficar muito minha amiga, mas isso foi por outros motivos.)

Quando a AD (a Aliança Democrática do Dr. Sá-Carneiro, do Dr. Freitas do Amaral e do Arq. Ribeiro Telles) liderada pelo Dr. Balsemão começou a dar raia não conseguindo governar o país, as pessoas queixavam-se das más condições de vida (como agora, aliás). Apareceu então um slogan que dizia isto: «Eu não tenho a culpa, não votei AD!»

Ora um belo dia, demos com aquela nossa colega do emblemazinho do partido na lapela na sala de professores a queixar-se amargamente já não me lembro de quê. Ora eu, com este feitiozinho que já me vão conhecendo, não estive com meias medidas e, irónica como sempre fui, atirei-lhe: «Eu não tenho a culpa, não votei AD!»

Depois habilitei-me a levar um bom de um “puxão de orelhas” de outra colega (por acaso simpatizante do MES - Movimento de Esquerda Socialista) até porque, à época, eu era um verdadeira «fedelha» enquanto elas já eram mulheres feitas com filhos adolescentes (alguns deles meus alunos).

Lembrei-me deste episódio quando ontem li uma carta dos leitores no meu jornal diário que dizia assim:

«A maioria dos cidadãos portugueses elegeu novamente a coligação governamental para exercer durante mais quatro anos. Não sei se foi pela promessa do reembolso da sobretaxa ou pelo episódio ternurento do uso de um crucifixo na campanha, mas quando algum pensionista se queixar do desaparecimento da sua reforma eu não os vou ouvir.
Quando algum pai acompanhar ao aeroporto o seu filho que foi obrigado a emigrar chorar diante das câmaras de televisão, eu apago o receptor. Eu já não me emociono quando ouvir alguém lamentar-se da sua interioridade, que fez quilómetros para ir a um hospital público sobrelotado ou a um tribunal sem condições. Jamais os quero ouvir dizer que os seus filhos estão a ser mal acompanhados nas escolas pois não existem funcionários nem professores suficientes. Quando se indignarem perante o aumento do IMI, do agravamento do IVA e do IRS, quando se afligirem pela diminuição dos seus apoios sociais, eu simplesmente não vou fazer caso porque foi a vossa escolha.»

Emanuel Caetano, Ermesinde


Por mim, ironicamente direi sempre: «Eu não tenho a culpa, não votei AD!»



terça-feira, 6 de outubro de 2015

Estátuas vivas

Não fui lá, mas recebi as fotos pelo facebook. (Admirável mundo novo!!)

Foi a edição deste ano do Festival de Estátuas Vivas e teve lugar no passado fim de semana. 

E por ter sido em Sintra - que é uma terra de que eu não gosto nada.... - trouxe algumas das imagens para aqui. Espero que gostem.
































Espetacular, não vos parece?