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domingo, 4 de agosto de 2019

A exposição dos 500 anos de Leonardo da Vinci

Foi por um acaso que demos com a exposição dos 500 anos de Leonardo da Vinci, o Inventor, em Lagos, no Edifício Infante - uma iniciativa do Programa Ciência Viva.




Deixo aqui algumas imagens - algumas com pouca qualidade porque era noite e a luz não era muito boa - se bem que, se puderem, vão visitar que vale a pena. Está patente aos público até 27 de Outubro próximo.

Segundo nos foi explicado, os desenhos encontram-se em Espanha, na Biblioteca Nacional e foi tendo em conta esses desenhos que os artefactos exposto foram construídos.






O levantador de colunas




Género tanque de guerra












O carro sintético

A grua torre

O barco de pás

Aparelho voador



O para quedas (desenho descoberto apenas no séc. XIX)

Outros desenhos:

A metralhadora 

A cidade moderna

O robot

Esboço da Virgem, Santa Ana e o Menino

Reprodução da Mona Lisa

Reprodução de um fidalgo 

E por fim, construções para os visitantes se divertirem.


A neta em construção...



segunda-feira, 3 de setembro de 2018

A cultura sempre em último lugar

Não venho dar-vos notícia alguma, mas há que registar: o Museu Nacional do Rio de Janeiro - que reunia os maiores acervos científicos da América Latina, laboratórios de pesquisa e cursos de pós-graduação; que possuía 20 milhões de itens das coleções científicas conservadas e estudadas pelos Departamentos de Antropologia, Botânica, Entomologia, Invertebrados, Vertebrados, Geologia e Paleontologia e que atualmente apresentava cerca de três mil peças, de seu acervo em exposições abertas ao público - ficou hoje reduzido a cinzas!

É redundante dizer aqui que é uma enorme perda de património cultural a nível da América do Sul e a nível mundial. É redundante dizer aqui que é uma perda irreparável e uma enorme tristeza. 

O que não é redundante dizer aqui - e em todo o lado - que a cultura, no Brasil e também entre nós, está sempre em último lugar! Nunca há meios para fazer a manutenção necessária nem para contratar o pessoal especializado que assegure a estabilidade e a conservação que os espaços culturais e patrimoniais exigem. 

(Também... para que serve a cultura? Um povo culto é um povo ingovernável...)

Muito lamentável!




Foi neste Palácio (de São Cristóvão) que a corte portuguesa (a rainha D. Maria I, o Príncipe D. João VI e sua esposa Carlota Joaquina com todo os eu séquito) se instalou quando saiu de Lisboa fugindo dos invasores franceses. 

O museu foi fundado em 6 de agosto de 1818 por D. João VI e é o mais antigo do país - tinha acabado de completar 200 anos.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Ano Europeu do Património Cultural

Por proposta da Comissão Europeia aceite pelo Parlamento Europeu, o ano de 2018 foi declarado Ano Europeu do Património Cultural. O AEPC 2018 «é enquadrado pelos grandes objetivos da promoção da diversidade cultural, do diálogo intercultural e da coesão social, visando chamar a atenção para o papel do património no desenvolvimento social e económico e nas relações externas da União Europeia.»

Ao abrir oficialmente este Ano Europeu, o comissário europeu para a Educação e Cultura que «não estamos apenas a falar de literatura, arte, objetos, mas também de competências aprendidas, de histórias contadas, de alimentos que consumimos e de filmes que vemos.»

A propósito, o Professor Guilherme de Oliveira Martins, Coordenador Nacional do AEPC 2018, escreveu que «precisamos de preservar e apreciar o nosso património, como realidade dinâmica, para as gerações futuras. Compreender o passado, cultivá-lo, permite-nos preparar o futuro.» (…) «Procuramos, assim, sensibilizar a sociedade e os cidadãos para a importância social e económica da cultura - com o objetivo de atingir um público tão vasto quanto possível, não numa lógica de espetáculo ou de superficialidade, mas ligando a aprendizagem da História e o rigor no uso e na defesa das línguas, articulando educação e ciência, numa perspetiva humanista, aberta e exigente.» (…) «O conceito moderno de património cultural, definido na Convenção de Faro do Conselho da Europa de 2005, valoriza a memória e considera-a fator de cidadania, de dignidade e de democracia - eis o que está em causa.»

A RTP2 – “culta e adulta” como eles gostam de dizer – apresentou ontem, integrada no jornal das nove, uma longa reportagem ligada ao património com centro na belíssima Torre dos Clérigos, passando à respetiva Igreja e à Casa da Irmandade e falando largamente do seu arquiteto, Nicolau Nasoni (1691-1773), um toscano fixado em Portugal, no Porto mais propriamente, onde casou e realizou vários trabalhos de arquitetura e de pintura, acabando por ser sepultado na cripta da Igreja dos Clérigos.

Sobre este artista italiano chamado para proceder a melhoramentos na Sé do Porto, escreveu o Cabido da Sé o seguinte:

«Para se fazerem logo com perfeição e acerto todas as obras, e se evitar o perigo de se desmancharem e fazerem 2ª vez por falta de preverem os erros, vieram não só de Lisboa, mas de outros reynos, arquitectos e mestres peritos nas artes a que erão respectivas as obras. Veyo Niculau Nazoni arquitecto, e pintor florentino exercitado em Roma, donde foi chamado a Malta para pintar o pallacio do Grão M(estre)…» (in Wikipedia)

(Deixo aqui algumas fotografias retirada da Wikipedia que ilustram um pouco o excelente património mostrado no programa que refiro acima.)


(Conjunto dos Clérigos)





(Interior da Igreja)

(Capela-Mor)

(Retábulo de Nº Sº da Assunção)

(Urna do Santíssimo Sacramento)

(Órgão da Igreja)

(Cadeiral da Igreja)

(Edifício da Irmandade, grande mesa de reunião dos mesários)

(Vista do Porto da Torre dos Clérigos)


quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Mais três Cidades Criativas em Portugal

A UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – atribuiu, no passado dia 31, o título de Cidade Criativa às cidades portuguesas de Amarante, Barcelos e Braga.

Braga foi distinguida na categoria de Artes Mediáticas, Barcelos na categoria de Artesanato e Arte Popular, e Amarante na categoria de Música.

O projeto apresentado pelo município de Braga “aprofunda o cruzamento entre arte e tecnologia e reconhece o grande esforço da sociedade civil e de diversas instituições da cidade na transformação digital da cidade”.




O concelho de Barcelos realça que se trata de um título inédito entre cidades portuguesas, sendo Barcelos o único representante da Península Ibérica na categoria de Artesanato e Arte Popular.



Por seu lado, a candidatura de Amarante fundamentou-se na importância e no papel da música na história da cidade, destacando desde logo a presença de quatro órgãos de tubos ibéricos em três igrejas do centro histórico, recentemente restaurados e a funcionar regularmente.



De referir que havia já dois concelhos com a classificação: Óbidos, no domínio da literatura, e Idanha-a-Nova, na música.

A Rede de Cidades Criativas da UNESCO foi criada em 2004 para fortalecer a cooperação entre cidades que consideram a criatividade um fator estratégico de desenvolvimento urbano sustentável com impacto social, cultural e económico.

Parabéns às cidades distinguidas! Enchem de orgulho todo e qualquer português.


terça-feira, 17 de outubro de 2017

(Des)encontro de génios

Li há dias no DN que no Festival Internacional da Cultura de Cascais convidaram, para a sua sessão de encerramento que se realizou na Casa das Histórias de Paula Rego, duas figuras de enorme renome – o pensador Eduardo Lourenço e o escritor António Lobo Antunes.

Dizem que o auditório transbordou de espectadores para ouvir uma conversa de alto nível cultural como a que se adivinhava com dois vultos desta grandeza.

Porém, o que de facto aconteceu foi que os interessados não tiveram o prazer de os ouvir dialogar, mas tão-somente o dissertar de cada um deles sobre temas que nada tinham a ver uns com os outros. Isto devido, por um lado, ao “ciciar” de Eduardo Lourenço que, nos seus já cansados 94 anos, não consegue falar mais alto e, por outro, à surdez de Lobo Antunes.

Quando o professor Eduardo Lourenço sugeria um caminho, Lobo Antunes, que não o conseguia ouvir, seguia por outro completamente díspar…

O tema do encontro, proposto por Lourenço, seria «Requiem por um império que nunca nos existiu». Entendia o Professor orientar a sessão, para uma «Psicanálise Mítica do Destino Português» (subtítulo da sua obra «O Labirinto da Saudade») tendo como pano de fundo o sentimento secular do Império e do seu final com a Revolução de Abril. Depois daria a palavra a Lobo Antunes para falar da Guerra Colonial, já que foi ele «quem mais ajudou o país a fazer o luto através de uma das maiores obras literárias em que reinventou o que se abandonou em 1974

Só que Lobo Antunes, sem conseguir ouvir o que Eduardo Lourenço pretendia, começou a falar de improviso sobre o que muito bem entendeu. Diz o jornalista do DN que Lobo Antunes «referiu uma escritora que definia o intelectual como “muita chatice e pouca foda”; depois usou as metáforas de um doente que achava ser o rei D. Manuel e distribuía cheques com fortunas. (…) Voltou à classe dos intelectuais, sobre o qual o professor se manteve em quase silêncio, e referiu que “eram uns enconados”; que Fernando Namora ia para a cama às 21.00 para ter mais insónias; que o Vergílio Ferreira era um chato; que a maior parte dos intelectuais são chatos como a porra. Têm uma inteligência paralisada.» – 

Estas entre outras pérolas…


Dava dinheiro para ter assistido!  (É que eu gosto mesmo muito de ambos!)




quarta-feira, 13 de setembro de 2017

O Homem medida de todas as coisas...

Protágoras, o sofista, foi quem disse...

Leonardo da Vinci desenhou...




Nós apenas lhe demos uma boa companhia... Que vos parece?




domingo, 14 de maio de 2017

Finalmente deu-se!

No tempo em que por cá pouco ou nada havia, o Festival da Canção era um acontecimento. Havia que, depois do jantar, tratar da cozinha o mais rapidamente que se podia, porque tínhamos de nos postar em frente do aparelho de televisão para não se perder pitada. Isto desde 1964, que foi a primeira vez que Portugal se apresentou na competição musical europeia. Toda a gente via atentamente e discutia-se o assunto dias a fio.

Nesses anos de 60 e 70, concorremos com boas canções, bons poemas, boas orquestrações, boas vozes, mas limitávamo-nos a receber os pontos que a Espanha, simpática e quase obrigatoriamente, nos dava. Isto porque estávamos ainda – e estivemos – mergulhados naquele cinzentismo fascista que a Europa derrotara anos e anos atrás.

Começámos por apresentar a música própria da nossa “austera, apagada e vil tristeza”. Depois tentámos seguir uns ritmos mais ao gosto festivaleiro e, na chamada “primavera marcelista” [a triste ironia com que se chama “primavera” aos ventos de pretensa mudança! A desconsolada lembrança da das “primaveras árabes”!] lá avançámos com a frescura das canções do Tordo, do Carlos Mendes, do Ary.

Lembro com especial carinho as prestações de Carlos Mendes – “Verão” e “A Festa da Vida” – do Fernando Tordo, com a Tourada, das Doce, do simpático mas infeliz Carlos Paião, da Dora, da Maria Guinot…

Nesse tempo, eu gostava de dizer que mesmo que concorrêssemos com uma canção dos Beatles, nem assim conseguiríamos ganhar!

Depois da Revolução, continuámos a levar algumas boas canções, mas continuávamos a ser tão pequeninos!

Os festivais foram alterando as regras de participação e de votação, tornando-se, na minha modesta opinião, mais circenses e de qualidade musical cada vez mais fraca. Por lá e por cá.

Há anos que me desinteressei completamente de os ver pelo aborrecimento das suas longuíssimas apresentações.

Este ano não foi para mim diferente. Francamente depositei tantas esperanças no nosso representante como nos anos anteriores. De modo que foi com enorme espanto mas com muita alegria, diga-se, que soube, esta manhã, que a canção portuguesa, cantada em português, fora a vencedora por larga margem!

Finalmente, deu-se! Ainda custa a crer!

O poema é muito bonito. O rapaz tem à vontade no palco. É simpático, de uma simplicidade algo afetada e exprime-se muito bem num inglês corrido e lindo!


A canção não faz o meu género, não senhores. Mas gostei que a Europa tivesse gostado tanto dela!



terça-feira, 6 de setembro de 2016

O Livreiro de Santiago

A ignorância é uma coisa terrível…

No passado mês de Junho fomos a Lisboa para a festa de anos de um amigo. Como a festa estava marcada para o fim da tarde, resolvemos ir à Biblioteca Nacional ver umas exposições que estavam a acontecer por lá, nomeadamente uma sobre o centenário da morte do poeta Mário de Sá-Carneiro.

Para além de uma exposição de desenhos inspirados no Livro do Desassossego, absolutamente desinteressante (ou então não possuo os conhecimentos visuais necessários para entender aquele traço) deparámo-nos com a história da vida de um português, Carlos George Nascimento, (1885-1966), natural da Ilha do Corvo que, em 1905, partiu para o Chile para ganhar a vida na caça à baleia. Quis o destino – ou sei lá quem – que conseguisse ficar com a livraria de um tio na cidade de Santiago do Chile, acabando por ser o primeiro editor das obras de Pablo Neruda.

Tudo isto explicado em cartazes e ilustrado com fotografias antigas. Ficámos muitos bem impressionados com a qualidade da informação e por termos tomado conhecimento de mais um português simples que, lançado na aventura do mundo, conseguiu ter uma projeção de sucesso.













(Numa viagem ao Corvo em 1948)
(A Livraria Nascimento nos anos 80)






Ontem, por casualidade, assistimos à apresentação de um filme, chamado «O Livreiro de Santiago» que está a passar na RTP2 em episódios e que é, nada mais, nada menos do que a encenação da vida de Carlos George Nascimento, o corvino que foi à aventura para o Chile no início do século passado.

A sua história é contada com detalhe no filme realizado por José Medeiros, músico e realizador açoriano. Natural de São Miguel, Medeiros é um dos protagonistas desta "narrativa ficcional baseada na vida e na obra do editor corvino": faz de Nascimento. Tal como o seu filho, David Medeiros, que veste a pele do livreiro enquanto jovem. A atriz Maria do Céu Guerra e os músicos Filipa Pais, Carlos Guerreiro e Jorge Palma também integram o elenco do filme.