Abril é o meu mês. É o mês da Primavera. É o mês da Liberdade. Rebentam as flores. Rebentaram os cravos pela madrugada na cidade. É o mês do amor, da força, da Terra, da criação, da explosão da Natureza. Abril, encantos mil.
Aqui vai um belo poema de Miguel Torga, de imediatamente antes do 25 de Abril. Cheio de força e carregado de erotismo.
Hão-de aparecer outros.
Dia feliz, passeado.
Sol a jorros, sem calor;
Os santos, de sentinela
Nos miradoiros lavados
Onde flameja a brancura
Da graça do seu renome;
Centeio a jurar à forma
O advento da fartura;
Ninhos, namoros, ternura,
E caminhos de amargura
Atapetados de flores
De uma insolência sincera:
Vulvas de todas as cores
No impudor da primavera.
S. Martinho da Anta, 14 de Abril de 1974
Faltavam poucos dias para nós pensarmos que tinham terminado os caminhos de amargura...
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