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quinta-feira, 14 de maio de 2020

Meados de Maio

Este Maio «deu em chuvoso». Chuva que traz um halo de tristeza, de indignação. A madorra, a apatia em que esta «nova normalidade» nos faz cair...

Há que ir à Poesia buscar as palavras que nos reponham a beleza da chuva. Desta chuva de meados de Maio)

Meados de Maio

Chuvoso maio!

Deste lado oiço gotejar
sobre as pedras.
Som da cidade ...
Do outro via a chuva no ar.
Perpendicular, fina,
Tomava cor,
distinguia-se
contra o fundo das trepadeiras
do jardim.
No chão, quando caía,
abria círculos
nas pocinhas brilhantes,
já formadas?
Há lá coisa mais linda

que este bater de água
na outra água?
Um pingo cai
E forma uma rosa...
um movimento circular,
que se espraia.
Vem outro pingo
E nasce outra rosa...
e sempre assim!

Os nossos olhos desconsolados,
sem alegria nem tristeza,
tranquilamente
vão vendo formar-se as rosas,
brilhar
e mover-se a água...   

Irene Lisboa, in 'Antologia Poética'



(daqui)

terça-feira, 31 de março de 2020

Chove






Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva
Não faz ruído senão com sossego.
Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego…

Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece…

Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente…

Fernando Pessoa

domingo, 18 de novembro de 2018

Cai a chuva abandonada


Cai a chuva abandonada
à minha melancolia,
a melancolia do nada
que é tudo o que em nós se cria.

Memória estranha de outrora
não a sei e está presente.
Em mim por si se demora
e nada em mim a consente

do que me fala à razão.
Mas a razão é limite
do que tem ocasião

de negar o que me fite
de onde é a minha mansão
que é mansão no sem-limite.
Ao longe e ao alto é que estou
e só daí é que sou.

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1'




quinta-feira, 24 de maio de 2018

Hoje esteve de chuva...

Hoje esteve de chuva
E não foram de Maio uns borrifinhos...
Este chapéu serviu que nem luva
P'ra não molhar meus pezinhos....






terça-feira, 10 de abril de 2018

Foi assim que eu fiquei...

Acreditem! Foi assim que eu fiquei hoje à tarde quando saí para ir cumprir o meu "voluntariado" ...

Tal era a chuva e o vento... 




domingo, 18 de março de 2018

Abençoadas águas de Março!

Os noticiários não se cansam de nos mostrar o enchimento de grande parte das barragens que, ainda há um mês, estavam quase vazias.

Aquela ponte que reapareceu naquela barragem alentejana e que eu mostrei aqui, felizmente encontra-se de novo submersa.

E até o nosso «formoso Rio Lys» que seguia tão tristinho quase num fio de água, rebentou na nascente e vem serpenteando sinuoso e impante pelos campos das Cortes. 

Ora vejam. 

(As fotografias foram retiradas da página do facebook da minha ex colega Elisabete Pinheiro, a quem agradeço.)

(Nascente seca)
(Nascente mais recentemente)














E despeja-se assim no meio da cidade.



E depois disto tudo, como poderia eu não recordar aqui, uma vez mais, as belas «Águas de Março» nas vozes de Elis e Jobim?...




terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Chove

(e ainda bem, que a seca vai severa e longa por esse país fora)

Chove como sempre. E,
sempre que chove,
as pessoas abrigam-se
(as que não estavam à
espera que chovesse);
ou abrem, simplesmente,
o chapéu-de-chuva - de
preferência com fecho
automático. Porque, quando
chove, todos temos de
fazer alguma coisa: até
nós, que estamos dentro
de casa. Vão, uns, até
à janela, comentando:
“Que Inverno!”; sentam-se,
outros, com um papel
à frente: e escrevem
um poema, como este.

(Nuno Júdice | "Um Canto na Espessura do Tempo", 1992)




sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Caeiro tinha razão...

Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.

Ambos existem; cada um como é.

(Alberto Caeiro)


Senão vejam se as minhas rosinhas não estão lindas mesmo num dia de chuva...














Tenham um fim de semana florido!



quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Chove Chuva

Hoje lembrei-me deste sambinha dos idos de 1960... Vá-se lá saber porquê...





sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Tomara que chova...

Mas quando é que começa a chover assim?!


E eu, que nem gosto nada de chuva, dava tudo por uma chuvinha daquelas fortes e certinhas que refrescasse o chão, amainasse o calor e apagasse os fogos.

Até apetece cantar assim: 




sábado, 25 de março de 2017

A noite está tão fria, chove lá fora...

A noite está mesmo muito fria e chove lá fora.

Como diz este samba canção de 1957 de que me lembro desde os meus 12 ou 13 anos. Muito bonito!

Alguém se lembra?




domingo, 20 de novembro de 2016

Enquanto a chuva cai




A chuva cai. O ar fica mole...
Indistinto... ambarino... gris...
E no monótono matiz
Da névoa enovelada bole
A folhagem como o bailar.

Torvelinhai, torrentes do ar!

Cantai, ó bátega chorosa,
As velhas árias funerais.
Minh'alma sofre e sonha e goza
À cantilena dos beirais.
Meu coração está sedento
De tão ardido pelo pranto.
Dai um brando acompanhamento
À canção do meu desencanto.

Volúpia dos abandonados...
Dos sós... - ouvir a água escorrer,
Lavando o tédio dos telhados
Que se sentem envelhecer...

Ó caro ruído embalador,
Terno como a canção das amas!
Canta as baladas que mais amas, 
Para embalar a minha dor!

A chuva cai. A chuva aumenta.
Cai, benfazeja, a bom cair!
Contenta as árvores! Contenta
As sementes que vão abrir!

Eu te bendigo, água que inundas!
Ó água amiga das raízes,
Que na mudez das terras fundas
Às vezes são tão infelizes!

E eu te amo! Quer quando fustigas
Ao sopro mau dos vendavais
As grandes árvores antigas, 
Quer quando mansamente cais.

É que na tua voz selvagem,
Voz de cortante, álgida mágoa,
Aprendi na cidade a ouvir
Como um eco que vem na aragem
A estrugir, rugir e mugir,
O lamento das quedas-d'água!



(Manuel Bandeira)

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Chuva!



E eu que até nem gosto nada de chuva, já anseio por uns bons pingos a cair ali no quintal...

O pior é que, se chove durante três dias seguidos, começo a resmungar porque as toalhas estão sempre húmidas e o chão não seca e suja-se tudo e mais não sei o quê!

Vá-se lá entender as mulheres!!

Dizem que são preciso muitos estudos e estes cálculos todos para se tentar entendê-las ...




domingo, 14 de fevereiro de 2016

Até o pequeno Rio Lis...

Sem querer concorrer com o Mondego e os seus afluentes que vão doidos na corrente com tanta chuva que tem caído, também o nosso pequeno Lis se arrebatou e deslargou-se desde a nascente (ali nas Fontes) e chegou desatinado a Leiria.


Nascente que normalmente é assim:


















(fotografias da autoria de Fernando Rodrigues, Jovita Couto e António Sousa)

domingo, 10 de janeiro de 2016

Chove que se farta!!!

E que tal aproveitar da melhor maneira a oportunidade que nos é dada?! (mas cuidado com as constipações...)



sábado, 13 de dezembro de 2014

Cenas do quotidiano...

(retirado daqui)

Agora que isto (infelizmente) mudou de novo para a chuva, lembrei-me de uma cena bem divertida que ando há algum tempo para contar aqui.

Foi em inícios de Novembro, num fim-de-semana que fiquei com a minha neta cá em casa. Chuva, chuva e mais chuva e eu queria ir beber café e comprar pão aqui bem pertinho de casa. Naquilo que me pareceu uma boa aberta, armámo-nos de gabardinas e chapéus-de-chuva, eu e ela e pusemo-nos a caminho.

Não tínhamos andado duzentos metros, começa de chover e de fazer vento com tal força que nos fechava os chapéus. Desabituados que estão os miúdos de agora de andar a pé, ela atrapalhou-se toda com a ventania e com a água que nos fustigava. No meio da confusão as meias que eu tinha calçado, daquelas com ligas de silicone que se agarram às coxas, começam a descair-me pelas pernas abaixo…

Como pudemos, lá chegámos ao café. Fui à casa de banho e compus as estúpidas meias. Mas as ‘fulanas’ nada de me obedecerem…

Regresso, sem chuva, mas atribulado! As safadas das meias teimavam em deslizar-me pelas pernas abaixo, joelhos abaixo e não havia maneira de se comportarem por muito que, discretamente as puxasse.


Deu-me cá uma fúria! Acerquei-me de um carro estacionado e, em plena rua, perante o ar espantado da minha neta, descalcei as meias e meti-as no primeiro contentor do lixo que encontrei. Depois toca de seguir mais aliviada se bem que com os pés nus dentro dos sapatos invernosos…

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Apesar da chuva






(fotos de Francisco Mendes)

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Chove mais uma vez




Porque hoje foi mais um dia de chuva, recolhi um poema de 2011 escrito por um poeta e artista de várias outras artes contemporâneo – José Carlos Barros.

chove mais uma vez
oiço lá fora o barulho da água a correr nas caleiras
a espalhar-se nos passeios de cimento
estou na sala da casa da
minha avó
passo a ponta dos dedos pela gravura
japonesa da tampa da
caixa de costura
há um único livro
a velhice do padre eterno
os versos do meu pai em folhas quase
transparentes

chove mais uma vez
a infância é um pássaro aceso nos ramos das árvores
um território de meteoros incendiados
numa bacia de plástico
com água
da chuva

(in «Rumor», 2011)

E, a propósito da sua referência ao livro «A Velhice do Padre Eterno» de Junqueiro, lembrei a excelente (e arrasadora) crónica de Baptista-Bastos ontem no DN, que zurzindo a imagem angelicamente pungente e a prestação hipócrita do pequenino ministro Mota Soares nas celebrações dos 500 anos das Misericórdias, recita de cor e em paralelo, parte do tremendo poema recolhido no livro de Junqueiro, «Os Parasitas», que também aqui deixo.


«No meio duma feira, uns poucos de palhaços
Andavam a mostrar, em cima dum jumento
Um aborto infeliz, sem mãos, sem pés, sem braços,
Aborto que lhes dava um grande rendimento.

Os magros histriões, hipócritas, devassos,
Exploravam assim a flor do sentimento,
E o monstro arregalava os grandes olhos baços,
Uns olhos sem calor e sem entendimento.

E toda a gente deu esmola aos tais ciganos:
Deram esmola até mendigos quase nus.
E eu, ao ver este quadro, apóstolos romanos,

Eu lembrei-me de vós, funâmbulos da Cruz,
Que andais pelo universo há mil e tantos anos,
Exibindo, explorando o corpo de Jesus.»

(Guerra Junqueiro)

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O Rio Lis

Chove, chove, chove! Chove há três meses. Toda a noite e toda a manhã choveu, choveu, choveu. E o rio aqui na vizinhança transbordou.





As garças ao fundo









Rio Lena - Barosa (Ponte das Mestras)

A inteligente reorganização administrativa Relvas ligou as freguesias de Marrazes e de Barosa que, por acaso nada têm a ver uma com a outra (mas isso também não interessa nada!) e que por acaso o único ponto de ligação física que têm é a pequenina ponte da Cabreira. Ora hoje, a nova freguesia viu-se separada e dividida em dois porque o rio, zangado com (mais) aquela decisão política, extravasou e cortou a única passagem aos fregueses forçadamente unidos ...