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domingo, 28 de junho de 2020

Recado aos amigos distantes


Meus companheiros amados,
não vos espero nem chamo:
porque vou para outros lados.
Mas é certo que vos amo.

Nem sempre os que estão mais perto
fazem melhor companhia.
Mesmo com sol encoberto,
todos sabem quando é dia.

Pelo vosso campo imenso,
vou cortando meus atalhos.
Por vosso amor é que penso
e me dou tantos trabalhos.

Não condeneis, por enquanto,
minha rebelde maneira.
Para libertar-me tanto,
fico vossa prisioneira.

Por mais que longe pareça,
ides na minha lembrança,
ides na minha cabeça,
valeis a minha Esperança.

(Cecília Meireles)




domingo, 15 de outubro de 2017

O pior dia do ano!

Não me lembro de calor tão intenso, tão sufocante como o que se fez sentir aqui em Leiria ontem e hoje. Não se trata apenas dos 35 ou 36 graus. O problema é o vento quente e a ausência de humidade.

Hoje as televisões não pararam de anunciar que foi o pior dia do ano em termos de incêndios, com tantos fogos a brotarem por todo lado no norte e no centro. Têm mostrado as zonas mais sacrificadas de Monção bem como Penacova, Lousã, Cambra, Arganil, Sertã.

Ao fim da tarde foi a vez de a mata nacional aqui de Leiria pegar fogo. A zona de S. Pedro de Muel, Vieira, e Pedrogão praia estão em fogo. Vê-se aqui de Leiria. Não há comunicações por telemóvel, mas temos internet. As televisões nada dizem.

Deixo aqui o texto emocionado do meu amigo e colega Luís Lobo, que vinha de praia para Leiria, bem como algumas fotografias suas que editou no facebook.

«Destroçado.

O "meu" pinhal, aquele pinhal verdejante, exuberante em beleza e secretismo, uma jóia do nosso litoral, intocável há anos... Arde agora pela mão criminosa e psicopata do homem. Eu pude testemunhar a evolução. Saí de Leiria com um fogo no horizonte, quando cheguei à Marinha Grande já se distinguiam dois. Passei a estrada do pinhal pela Garcia e quando cheguei ao farol de S. Pedro, já eram 3 fogos. À medida que passavam os minutos e ia fotografando, ardiam novos pontos para norte. O vento soprava quente e veloz de sul. 33º no ar e um cheiro a fumo descia à terra. Bombeiros e polícia num corrupio. Trânsito imediatamente proibido. Pelas estradas do pinhal era impossível circular. Às 19h00 deixavam já circular por Pataias, única fuga possível. Quando regressava a casa, deixei um horizonte a arder nas minhas costas.

Deixo-vos as imagens implacáveis desta tragédia duma natureza que eu tanto amo e faz parte de mim...»













Outras imagens do fogo, visto de um subúrbio de Leiria:






Em Monte Real:



Mau de mais!! Não há bombeiros que cheguem. As televisões nada dizem. Incendiários? Sei lá...

Medo. Angústia. Revolta.

domingo, 27 de agosto de 2017

A Casa Nau

Ao fim de muitas tentativas ao longo dos tempos para entrar na casa de Afonso Lopes Vieira na praia de São Pedro de Muel - casa que sempre me encantou desde que me habituei a passar férias naquele recanto - hoje, por fim, consegui encontrá-la aberta, com horário de visitas à porta e tudo!

O encantamento vem, por um lado, do facto de ter pertencido a um escritor, um poeta que ali escreveu parte da sua obra e, por outro, da beleza daquela varanda debruçada sobre os rochedos, sobre o recanto mais belo da praia, sobre aquele mar ora azul ou verde, sei lá! ora de bruma e nevoeiro.

A visita ao interior da casa é breve: entra-se no escritório do poeta e na varanda envidraçada sobre a praia. Depois há a varanda exterior e a capela. Tudo o resto está vedado. Mas vale a pena ir espreitar: pela vista, pelo cheiro, pela ambiência que se lá vive.

Vamos ver.


Vista exterior tirada do areal

Antigamente era assim.




O azulejo retrata Luís de Camões e a inscrição diz
«Onde a Terra acaba e o Mar começa»

Recantos do escritório:













Não resisti a ver-me no espelho de ALV...

Passemos agora à varanda envidraçada.















Retrato do poeta

A capela reflete o culto mariano de ALV e, tal como o resto da casa, está repleta de motivos relacionados com o mar.












O original dos versos para o 13 de Maio
escritos por ALV








O relógio de Sol.





E, visto da varanda, o mar hoje estava assim...





Espero que tenham gostado da visita...

terça-feira, 27 de junho de 2017

O vale das hortas

O vale das hortas verdes no centro rural de S. Pedro de Muel por trás do belo Largo fronteiro ao areal, de que ainda me lembro nos anos 70 cheio de hortinhas de verduras das que agora se chamam biológicas, tinha uma lavadouro daqueles com pedras para bater a roupa e água corrente. 

Mercê da modernização dos espaços, o vale das hortas deu lugar a uma belo parque para passear, ler, descansar, apanhar o fresco, com um espaço para as crianças esticarem os braços e as pernas e, ao fundo, lá está o lavadouro para lembrar o tempo das lavadeiras. 








O lavadouro foi revestido no seu interior com painéis de azulejos com pequenos trechos de poemas de Afonso Lopes Vieira, o eterno apaixonado de S. Pedro.








A propósito das lavadeiras, Fernando Pessoa escreveu assim:

«Lavadeira a bater roupa
Na pedra que está na água,
Achas a minha mágoa pouca?
É muito tudo o que é mágoa.»


E assim:

«A lavadeira no tanque
Bate roupa em pedra bem.
Canta porque canta e é triste
Porque canta porque existe;
Por isso é alegre também.

Ora se eu alguma vez
Pudesse fazer nos versos
O que a essa roupa ela fez,
Eu perderia talvez
Os meus destinos diversos.

Há uma grande unidade
Em, sem pensar nem razão,
E até cantando a metade,
Bater roupa em realidade. . .
Quem me lava o coração?»


Mas como calar aqui a poesia de Vieira se ela se respira no ar de S. Pedro?


NO TRONCO DUM PINHEIRO DA FLORESTA

A infinita frase dos pinhaes
cantou embaladora à minha infância,
e ficou em minha alma a ressonância
destas religiosas catedraes…

Em cada inverno as árvores doridas
fogem do mundo, deixam-no sozinho;
só estas, sempre fielmente erguidas,
mantêm no mesmo gesto igual carinho.

Verdes amigos certos para a gente,
têm a constância na adversidade,
dão a saude e ensinam a bondade,
— a Bondade: justiça sorridente.

(in O Pão e as Rosas,)


Porém, com poesia ou apesar dela, os miúdos divertiram-se por ali.








segunda-feira, 5 de junho de 2017

As piscinas de S. Pedro de Moel

Posso dizer que é a minha praia do coração. Visitei-a pela primeira vez em finais de 60 pela mão do meu namorado da época (e atual marido) que passava lá os verões desde criança e logo me apaixonei por aquele cantinho implantado entre o pinhal do rei e o mar.

Praia de grande prestígio à época (lembro-me de como algumas pessoas ficavam admiradas quando, ainda a viver em Lisboa, eu dizia que vinha passar férias a S. Pedro de Muel – escrevia-se assim e eu gosto!) tinha já um moderno complexo de piscinas que até teve direito a ser inaugurado pelo Presidente Tomaz. Fez 50 anos no passado dia 1, leio no Jornal de Leiria.

De referir que era local de veraneio de gente rica, grandes e lindas moradias de férias dos industriais de Leiria e da Marinha Grande incrustadas no pinhal, tudo muito bonito, muito arranjado.

«Natural da Marinha Grande, José Nobre Marques era sócio de José Lúcio da Silva em fábricas de plásticos e borrachas. "O José Lúcio da Silva oferece o teatro a Leiria e o José Nobre Marques ficou assim um bocado pendurado na opinião pública, porque também era um homem muito rico. E então ofereceu as piscinas", conta Gabriel Roldão Pereira, morador em São Pedro de Moel e investigador da história local.»  (in JL)

O complexo das piscinas incluía piscina olímpica, restaurante, esplanada, salão de festas, cinema, bar - todos os equipamentos de lazer e bem-estar para a classe alta e média-alta daquele tempo. Era chique. E caro! Lembro-me de ter isso lá almoçar uma vez com o meu (já) noivo e pagámos cento e vinte escudos! Nessa altura eu almoçava na Tarantela, na D. Estefânia, por uns doze a quinze escudos no máximo…


(postal dos anos 70)

Muito mudou e se alterou neste cinquenta anos, mas as piscinas lá se foram aguentando com adaptações, com altos e baixos de lucros e de gestão até que fecharam em Setembro de 2013 e, desde então, encontram-se abandonadas e praticamente em ruínas. Uma tristeza!

Vejam só...









domingo, 23 de outubro de 2016

Já passou!!

Como disse um dos simpáticos convivas, conseguimos sair do quarto. Do quarto encontro de bloggers, entenda-se! (estavam a pensar em quê?!)

Lá vieram os simpáticos do Norte e mais os da capital e do centro e juntámo-nos 23 à mesa.


Não estarão todos aqui porque é tudo gente muito indisciplinada...

Foi mais um encontro bem divertido, todos muito bem dispostos e, com tanta sorte que conseguimos andar a passear e ver as vistas sem que tenhamos apanhado um pingo de chuva!


Se bem que estivesse muito vento....





Aqui estávamos a ler as mensagens carinho que recebemos da Fê, do Carlos Oliveira e do Henriquamigo (que ficou de molho...)




No fim recebemos mais um "selinho" de amizade da meninas de Braga (que vão organizar lá o 5º encontro - ficam já a saber!!!)  que podem "roubar" daqui e pôr lá nos vossos espaços.


E pronto! Saímos do "quarto" e já estamos a pensar no 5º. Toca a preparar! Mesmo as meninas e os meninos do Algarve - a TAP faz preços baratinhos...

Em Abril, Braga, aí vamos nós!!