Shakespeare é que sabia: all’s well that ends well… e,
de facto, …
Terminou hoje e em bem o drama
vivido por aqueles doze, ou melhor, treze rapazes (que o dito treinador pouco
mais velho é do que eles) que se viram encurralados numa gruta exígua e escura,
rodeados de água e quase sem hipótese de serem resgatados.
Sendo embora gente de uma cultura
muito diversa da nossa, com uma educação muito mais virada para o domínio da
mente e para o controlo das emoções tão exacerbadas por nós ocidentais, não dá sequer
para imaginar a inquietação daquelas famílias, nem a tensão que se terá vivido
dentro da gruta.
Não interessa agora esgrimir aqui
argumentos, nem dar opiniões, nas quais nós, portugueses, conseguimos ser tão
pródigos. (Espanto-me quase sempre com a
pobreza dos temas que são postos à discussão naqueles fóruns televisivos e
radiofónicos para avaliarmos da nossa (tacanha) propensão para o “achómetro”… Mas
a SIC propôs para o fórum de hoje que os espectadores se pronunciassem sobre o
que achavam sobre o caso…)
O que interessa mesmo – e isso fez o nosso dia – é que,
rapidamente o mundo se uniu para enviar todo o apoio possível e impossível,
recursos materiais e humanos, equipas médicas, equipas de mergulhadores
especializados, polícias e outros profissionais que acudiram de forma
completamente generosa para procederem ao salvamento daquele grupo de jovens.
Uma união, no mínimo, arrepiante!
Bem hajam por isso!
Desculpe-se-me a minha talvez
ingenuidade, mas só me pergunto por que razão este(s) movimento(s) cívico(s) e
humano(s) não funciona(m), de igual modo, no sentido de obviar tanto
sofrimento, tanta agonia que grupos de crianças (e não só) têm de enfrentar
quando fogem da violência e do horror da guerra ou da fome.