sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ainda o fecho de escolas do 1º ciclo



Ontem li um texto belíssimo, e com o qual concordo em absoluto, escrito por um colega professor de nome Luís Costa e transcrito para o blog ProfAvaliação sobre o fecho de uma quantidade de escolas do 1º ciclo na zona de Trás-os-Montes. Tem o título de “Filho Enjeitado” e está muito bem escrito com o problema muito bem exposto.

Estas sim, são temáticas importantes que deviam ser publicadas nos jornais para informar as pessoas e atraí-las para os problemas dos alunos e dos professores! Mas aqueles preferem dar visibilidade às questões requentadas apresentadas pela senhora professora Maria do Rosário Gama só porque é a Directora da Escola Secundária classificada em primeiro lugar no ranking nacional que os jornais gostam de fazer tendo em conta (apenas!) os resultados dos exames nacionais.

Aconteceu com o texto Deixem crescer o trigo” da referida professora, publicado no Diário de Notícias do passado dia 19 e, logo, todos os blogs fizeram  o alarido do costume perante aquele punhado de banalidades que dita colega organizou em texto com umas citações de Bertolt Brecht para dar consistência.

De facto, nos últimos quatro anos, nós, professores, não soubemos pôr-nos no nosso devido lugar. Não soubemos ganhar a simpatia do público em geral, perdemos muita da consideração que esse público ainda tinha por nós, mediante muitas das posições que tomámos e muitas das afirmações que proferimos e muitas das figuras que protagonizámos. E o que ganhámos em troca? Nada!

Ganhámos a opinião geral muito bem expressa pelo comentador e jornalista Ferreira Fernandes que, numa das suas breves crónicas diárias mas bem cheias de farpas, entitulada Elogio ao Governo (mas mitigado)” diz com a sua ironia habitual: «(...)Foi útil ao País que o dinheiro público deixasse de pagar a reforma prematura de um administrador de banco central e a cremalheira de um jornalista branqueada na clínica do dr. Maló. E quem vir nisto só um elogio ao Governo treslê, porque essas vitórias contra duas diminutas classes também iluminam o falhanço que foi querer (o que já não é mau) mas não saber nem poder (o que é péssimo) pôr na ordem os professores e os magistrados.»
(sublinhado meu)

1 comentário:

  1. É uma espécie de pescadinha com o rabo na boca -
    Fecham-se escolas porque não há crianças e não há crianças porque se fecham escolas.
    Quem são os jovens pais que querem residir numa terra que ficou ou vai ficar sem escola?
    À primeira oportunidade muda-se para uma vila ou cidade mais próxima e assim se vai despovoando o interior, sobretudo!
    E o que se faz com escolas aplica-se a extensões e centros de saúde, a farmácias, a postos dos CTT, a estações da CP...
    Triste!
    Mas como travar esta sangria?

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