Soube por colegas e lamentei do fundo do coração. E depois saiu nos jornais: uma aluna do 9º ano agrediu violentamente a professora de Matemática na Escola EB 2,3 da freguesia onde moro.
«Uma aluna do 9º ano da Escola Básica dos 2º e 3º
Ciclos de Marrazes, Leiria, está suspensa preventivamente por ter agredido a
professora de matemática, que a tinha expulso da aula por mau comportamento.
A agressão ocorreu no final da aula, no
corredor de acesso à sala, na segunda-feira. A aluna, de 15 anos, deu um
empurrão tão forte à professora que esta caiu desamparada no chão e perdeu os
sentidos. Foi assistida no Hospital de Leiria, onde fez exames, nomeadamente à
cabeça, e recebeu alta, retomando o trabalho na terça-feira.
A agressora foi de imediato suspensa,
enquanto decorre o processo disciplinar instaurado pelo director do Agrupamento
de Escolas de Marrazes, José Violante, que considera tratar-se de um incidente
grave.»
Algumas ideia me vêm à cabeça a propósito:
1º Como é lamentável o ocorrido!
2º Que corajosa foi a professora que, no dia seguinte à agressão, se apresentou ao serviço como se nada tivesse acontecido.
3º Terá a professora apresentado queixa à Polícia? Ouvi dizer que não queria fazê-lo. De facto, nós professores, tendemos sempre a ver os nossos alunos como crianças ou jovens que protegemos e a quem queremos bem em qualquer situação e não como possíveis delinquentes.
4º O que pensará sobre tudo isto a família da aluna? Já terá ido à Escola? Terá já falado com a direção? Terá tido uma palavra para com a professora? De que tipo de família estaremos a falar?
5º Que pode a direção? Para já, suspender de imediato a aluna - como fez - enquanto decorre o respetivo processo disciplinar e depois de um máximo de dez dias de suspensão das atividades letivas - faltas que nem sequer relevam para a retenção no mesmo ano - e, no fim da pena, receber a aluna nas aulas da mesma professora. Quando muito, pode a direção solicitar, por meio de uma processo tão estupidamente burocrático como a instauração do processo disciplinar, à direção regional que envie a aluna para outra escola que diga que para ela tem vaga...
6º Sei (e concordo) que a educação básica é obrigatória para todos os jovens até aos quinze anos (e, não tarda, até aos dezoito) pelo que não podem ser forçados a sair da escola (pública, claro!) antes de atingirem aquela idade. Mas, que adianta receber de volta nesta ou noutra qualquer escola de ensino regular alunos que não têm as competências básicas da vida em comunidade porque não lhes foram dadas pela família, alunos que atormentam colegas e adultos com a sua falta de civilidade, com a sua ausência de conhecimento dos comportamentos mínimos e com a seu desinteresse por receberem a educação e instrução consideradas básicas?
Que me desculpem a minha brutal perspetiva destes casos, mas alunos destes (que são, de facto, crianças e jovens infelizes muitas vezes vitimas de ambientes desajustados, bem sei) não deviam frequentar a escola regular. Precisam de uma educação diferente e paralela, em estabelecimentos de ensino paralelos - mas, infelizmente, não os há!
Há uma falha grave na educação e que eu há muito tempo denuncio: a pouca, para não dizer nemnuma, importância que se dá á inteligência emocional!
ResponderEliminarO meu solidário abraço à professora e um beijo para ti
Eu diria que o teu 3 ponto aqui não se aplicaria. O próprio diretor da escola chamaria a polícia. Os pais seriam chamados. As reuniões teriam tido lugar. A professora não teria regressado no dia seguinte ao trabalho e a aluno nunca mais poderia ir para a mesma turma. Seria suspensa e depois expulsa. Teria que ir para outra escola com programas adequados ao seu comportamento; psicólogos, assistentes sociais e outro pessoal de apoio seriam disponibilizados para a acompanhar. Uma ameaça que seja é considerada seriamente. Os professores, de uma maneira geral, são dedicados aos seus alunos mas ao ponto de os protegerem e não pensarem na possibilidade de serem delinquentes, não. Há uns largos anos, foi suspenso um garoto da pré-primária (não pré-escolar – creio que há uma diferença), ou seja, da kindergarten, por ter sido ou violento ou ter tido um comportamento de cariz sexual – não tenho já a certeza; a notícia foi notícia de primeira página! A diretora dessa escola era, apenas por curiosidade, uma senhora portuguesa. Gerou controvérsia, evidentemente, devido à idade da criança.
ResponderEliminarO meu garoto que está no 5ºano prefere vir todos os dias a casa nos furos do horário, teve más experiências e até uma pedrada levou na cabeça... há garotos que não têm a mínima educação em casa e enquanto estes assuntos ficarem só dentro da escola, sem participações à polícia vão continuar a piorar.
ResponderEliminarBjos
Cada vez mais forma-se "fantoches" para serem manipulados ao bel prazer dos "governantes"!! Família já não dá mais a educação que deveria vir do berço e a escola apenas lapidar culturalmente, eis o grande embargo educacional. O pluriprofessor de hoje tem de ser: pai / mãe / enfermeiro / médico / nutricionista / cuidador / assistente social / advogado / provedor e se sobrar tempo e energia, também cuidar dos parâmetros curriculares de "mamando a caducando"...
ResponderEliminarAbraço, Célia.
Sem comentários!
ResponderEliminarEsse é um território educativo difícil mas chegar-se a este ponto é preocupante!
A minha solidariedade para com a colega agredida!
Abraço
Como se deve sentir a professora agredida?!!!! Naquele dia , naquele momento , perdeu um bom bocado da ilusão própria de uma profissional. Esta garotada , nem se mede.... isto bateu no fundo e , não sei como, tudo tem que voltar ao normal.Tantos técnicos , tanta coisa e apenas uma palavra , falta de educação.
ResponderEliminarM.A.A.
Nem 8 nem 80, no meu tempo os professores batiam muito nos alunos.
ResponderEliminarCrítico isso, mas também crítico, como tão depressa se esvaziou a figura do professor, e hoje os meninos batem nos professores e ficam impunes, por vezes o Conselho Diretivo, tenta encobrir, estas agressões, e, as agressões a colegas, normalmente mais pequenos e mais fracos.
Não considero nada brutal a tua visão, mas sim realista!
ResponderEliminarO meu filho andou numa escola, tida como modelo, que tinha um gangue de rapaziada dessa que aterrorizava tudo e todos. O líder daquilo era um rapaz de 16 anos, que as professoras acabaram por passar para o 2º (sem ele pôr os pés nas aulas), para ver se o despachavam da escola no ano letivo seguinte. O rapaz estava envolvido com drogas, violência física ou verbal e assaltos aos outros alunos dentro da escola. A polícia ia buscá-lo volta não vira, mas no dia seguinte já lá estava outra vez...
O que é que um professor pode fazer, quando apanha um aluno destes pela frente?!
Beijocas!
Carol minha querida
ResponderEliminarÉ assustador!
aterroriza-me estas noticias, ninguém tem respeito por ninguém. no meu tempo de aluna oa professores eram uma autoridade~.
beijinho e uma flor
O mu abraço solidário para essas professoras.
Preocupa-me bastante, desde há vários anos o que se está a passar nas escolas portuguesas. Em minha opinião, retirar a autoridade aos professores foi um erro gravíssimo que tardará muito até que possa swer remediado.
ResponderEliminarTem que se actuar rapidamente, os castigos têm que ser severos. Já há muito tempo que se anda a ultrapassar as marcas, é o que dá vivermos num país em que cada a imagem do professor deixou de merecer respeito.
ResponderEliminarBjs
Quem nos dera que aqui o grau de civilidade e educação social e familiar fosse o que a Catarina nos descreve como se passa no Canadá!
ResponderEliminarEstamos a anos-luz desse desenvolvimento educacional da sociedade.
Pena que cá estejamos tão distantes do que se passa no Canadá...
ResponderEliminar(uma das minhas irmãs é professora)
Em relação a esta agressão, a escola inicialmente teve uma atitude correta. Suspendeu de imediato a aluna e instaurou um processo disciplinar à aluna pedindo a sua transferência de escola. A aluna regressou à escola na terça-feira e ainda não havia resposta da DREC. Com o regresso à escola entendeu-se que a aluna não teria matemática com a professora, passando a ter apoio individualizado com outro professor para que aluna e professora agredida não estivessem no mesmo espaço. Entretanto, a decisão da DREC já veio, segundo o Diário de Leiria, na quarta-feira de manhã e foi no sentido da transferência para escola Afonso Lopes Vieira. Mas, pelo que sei a aluna em questão continua na escola dos Marrazes e já fez algumas ameaças em relação à professora, inclusivamente já tentou entrar na sala de aula de matemática quando sabe que o não pode fazer e só não o fez porque foi impedida por outras pessoas que andavam por ali perto. Toda esta situação levou a que a professora ficasse na sexta-feira de baixa médica e prejudicasse todos os alunos das várias turma da professora. É de lamentar que depois de decisão favorável da DREC, se tenha optado que esta permaneça nos Marrazes até ao final do 2.º período, pondo em causa a segurança da professora, levando esta a pôr atestado e desta forma prejudicando outros alunos.
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