«É assim: este texto sobre
bengalas e tiques linguísticos, tipo, estás a ver, ok, então vá. A situação é
um bocado esta, as pessoas, quer dizer, enquanto falam e isso, usam por tique
algumas palavras e expressões que não servem para nada em especial, tipo,
habituaram-se a falar assim, e, portanto(s), falam. A modos que, longe de mim
querer ofender alguém, porque, ai ai ai, ui ui ui, no melhor pano cai a nódoa,
percebes, naquela… Pronto(s), é assim, mesmo quando não estou nem aí, como quem
não quer a coisa, posso incorrer num desses tiques um bocado foleiros, mas isso
sou eu, claro está. Eu cá na minha maneira de pensar acho que as pessoas usam
estas frases, à falta de melhor ideia, numa onda de preguiça mental, tipo: é
mais fácil falar assim. Ou seja, uma questão de hábito, porque, alegadamente,
as palavras são aos magotes e pronto, dá mais jeito usar apenas algumas que
ficam no ouvido; giro. A cena é que, quer dizer, esta é a minha opinião pessoal,
ele há frases que se dizem sem pensar e que, digamos, podem ser ditas de outra
maneira ou não. Mas, pronto, é mais prático dizer pronto, para pôr o pronto
final a uma conversa e dar razão a alguém, só para a malta não se chatear. Estás
à vontade.
Então, dizer ‘é assim’ é uma
forma de fazer com que o outro sintonize – estás-me a acompanhar? – só para
chamar a atenção, mas há quem diga é assim um bocado imenso. É totalmente
surrealista dizer ‘um bocado imenso’ e não sei quê, tudo e mais alguma coisa é
totalmente surrealista para algumas pessoas. Então está bem, como toda a gente
sabe, tiques linguísticos é coisa que a todos assiste, hã? Isto não qualquer
espécie de sentido, na boa, a sério? Eu cá sou daqueles que também tem os seus,
mas isso é cá comigo. Não sei se estão a acompanhar a minha linha de
raciocínio, mas o que eu quero dizer com isto é, tipo, alguma destas expressões
quando usadas em excesso incomodam mais do que, sei lá, vou ser polémico, um
sobrolho nervoso que não para de tremer. Estão a ver o filme? Ora bem, é
surrealismo puro, as cenas que as pessoas dizem só por dizer, é de partir o
coco a rir, ‘tá-se bem, o caraças, até doi. Que stress, já me estou a passar, o
texto está quase a chegar ao fim e eu ainda tenho ene cenas obre as quais
queria escrever e coisa e tal. Só que… olha, para o que havia de dar, ufa, se a
memória não me falha, no meu tempo, tipo, estás a ver, ok, sei lá, pronto,
então vá. Percebeste?»
Manuel Halpern in JL 7 a 20/Março/2012
Constantemente se ouvem e lêem as
pessoas mais mas muito mais preocupadas e contrariadas com as regras do Novo
Acordo Ortográfico do que com as patacoadas deste género com que somos
matraqueados oralmente e até por escrito. E o autor esqueceu-se do verdadeiramente
irritante “à séria” que tão boa gente gosta de utilizar…
Há uma expressão que tenho lido várias vezes nos blogues que aparece no final da frase: “penso eu de que”. Não me recordo de jamais a ter ouvido antes.
ResponderEliminarOutras palavras que são as mais usadas e não necessariamente nos blogues que visito e onde comento - (Leio outros onde não faço comentários)
- indelével
- exponencialmente
Sei que há mais umas quantas que não me lembro de momento. : )
Este comentário não tem muito a ver com o teu post. Por associação, pensei em palavras mais utilizadas.
ResponderEliminarGraça,
ResponderEliminarDiga a esse bacano, para voltar para o ano... Boa? Digo-o à séria...
No início tive de me torcer todo para ler o que estav escrito na imagem. Depois gostei imenso de ler o texto.
ResponderEliminarQuanto ao acordo ortográfico, pá, sei lá... se calhar é mau, mas até pode ser porreiro,pá. Não sei, pronto, vou ver se penso nisso um dia talvez chegue a uma conclusão, mas estou descansado porque ouvi um senhor chamado Viegas dizer que cada um escreve como lhe apetece e cada qual que se amanha. Ora isso é qué falar,meu!
São coisas que é assim! :-))
ResponderEliminarAbraço
Revejo-me tanto nestes tiques e bengalas, que nem imaginas. Não todos, obviamente, mas alguns de certeza. E inglesices ou francesices pelo meio? Em calhando, até espanholices e italianices...
ResponderEliminarApesar de achar imensa piada ao texto, mais do que AOs, tiques destes, linguagem cifrada de mensagem no telelé, estrangeirices e tudo o mais, o importante parece-me ser a comunicação - se o ouvinte ou leitor entende, está de bom tamanho!
Até porque comunicadores iluminados, seguindo rigorosamente todas as regras gramaticais e a pura e vernácula língua portuguesa, nem sempre se fazem entender... Certo?
Beijocas e um sorriso para ti!
Posso acrescentar mais uma nota para a Catarina, posso?
ResponderEliminar"Penso eu de que..." foi uma expressão usada por Pinto da Costa (presidente do Futebol Clube do Porto) que alguns humoristas gozaram em tempos, por não fazer sentido nenhum no fim de uma frase. Goste-se ou não do homem (e eu não gosto nada), a ideia dele devia ser gozar com o vocabulário de alguém do mundo do futebol, mas facto é que a frase pegou...
:) Abraço!
hábitos, muitas vezes copiados da televisão, por gente que devia tratar melhor as palavras...
ResponderEliminarabraço Graça
Seria de me m.jar a rir se não reconhecesse o texto não é caricatural,mas real.Comunicação?Sim é muito importante,mas fazê-la com elementos tão pobres,tão poucos,com tanta preguiça de ser mais preciso,tão rasca,enfim,também me custa a engolir.Sabemos todos que cada qual terá o seu bordão linguístico que lhe serve para iniciar,manter o discurso ou mesmo preencher uma pausa,ou mesmo com função fática
ResponderEliminarde manter a comunicação que pode estar um pouco perdida entre os falantes (por exemplo:"sabes?") sem pôr em causa se o outro sabe ou não,mas pegar num emaranhado de
palavras e expressões como o texto nos exemplifica e acertarmos que houve uma conversa é obra.Tenho reparado que quase sempre,quando um entrevistador pergunta aos meninos presentes em qualquer evento se gostaram dos desenhos,das flores do jardim visitado,do bolo de ... feito para eles conhecerem usos e costumes,
da praia que viram pela primeira vez,respondem à uma: Siiim!.O mais atrevidote dirá :é fixe!Bom,faltou ainda falar na economia das palavras,por vezes impostas palas novas tecnologias,etc,etc,mas seria um grande descaramento da minha parte depois deste arrazoado Kinkas
Esta Kinkas continua a ser aquela professora de Português! Prontos! É assim!
ResponderEliminarA Teté já respondeu à Catarina - fixe, minha!...
Olha, prontos, obrigados a todos é o que eu desejo pelas vossas opiniões fixes...
Mas tu estiveste atenta 'à séria'!
ResponderEliminarGostei muito.
Bom fim de semana.
Beijo
Graça,
ResponderEliminarComo ia dizendo, basicamente e resumindo é isso mesmo. Palavras para quê, está tudo dito.
Beijarokas e um bom fds
Bem! A Graça passou-se... só pode!!!
ResponderEliminar:)
Bom Fim-de-semana!