sexta-feira, 16 de março de 2012

O Mercado de Santana





Parecia um mercado de bonecas de tão maneirinho e mimoso. Plantado bem no centro da parte velha da cidade, foi projetado em 1919 pelo arquiteto Ernesto Korrodi, o bom remodelador do castelo e construído na década seguinte. Até então o mercado realizava-se na Praça Rodrigues Lobo. E era assim:



Depois passou a ser assim no exterior



E assim no interior



E assim era quando vim viver para Leiria nos finais de 74. As verduras, os legumes e as frutas dispunham-se coloridas e frescas nas bancas do espaço amplo rente ao chão e a céu aberto e, subindo uns quantos degraus sempre molhados e escorregadios, tínhamos o mercado do peixe com bancas de peixe variado e sempre fresco da Nazaré, da Vieira. As 3ªs e os sábados eram dias de mercado forte e o mercado borbulhava de gente, de movimento e de som. Foi assim até à mudança do mercado para as novas instalações aí pelos anos 80.

Mais tarde, no início deste século, o Mercado de Santana foi remodelado:  a zona dos talhos e das lojas adjacentes foi requalificada e transformada em zona de esplanadas e de lojas; a praça do peixe transformada em Centro Cultural (o Teatro Miguel Franco) enquanto o átrio principal onde antigamente se espalhavam as vistosas bancas de frutos e legumes serviria para eventos culturais, populares, comícios partidários e outras atividades que pudessem realizar-e ao ar livre.

Já no presente ano, foi construída uma cobertura em acrílico que vai permitir uma melhor e mais ampla utilização daquele espaço ótimo e tão bem situado já que não se terá de estar dependente dos humores do S. Pedro...

Como é habitual neste nosso belo país, as críticas à obra de cobertura do mercado foram muitas. Que se gastou muito, que não é apropriada, que, que, que... Nós somos assim: se se faz é porque se faz e está mal feito, se não se faz, deveria ter-se feito.

Ficou assim.








 No sábado passado, ainda no âmbito da Semana da Leitura celebrada por todas as escolas do Concelho, realizou-se lá uma sessão de leitura criativa de histórias para crianças, promovida pelo Instituto Politécnico de Leiria e pela Biblioteca Municipal. Foi um evento muito participado por crianças e por adultos que bem se divertiram com a contadora de histórias convidada, a Cristina Taquelim que veio de Beja.



 A princípio estava pouca gente.


Depois encheu assim.



A contadora de histórias era muito animada e muito expressiva e tinha muitos truques para incentivar a gente miúda para a leitura.


E os miúdos que ao princípio estavam assim,



... acabaram por ficar de boquinha aberta. Assim...




17 comentários:

  1. O importante é não deixar morrer os espaços e este parece bem vivo.



    Um beijo

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  2. Querida Carol, gosto quando a reabilitação destes espaços se fazem a favor de todos!
    Esta, pelos vistos foi bem feita e está a ser bem aproveitada. :)

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  3. Fantástico ficou o espaço!! E, o melhor ainda é o aproveitamento cultural! Bj. Célia.

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  4. Também acho que neste país tudo quanto é novidade, a malta fica contra à partida! O espaço parece ser útil e aprazível, só não percebi é para onde foi a praça tradicional, do peixe, da carne, das frutas e legumes... :)

    Beijocas e bom fim de semana, Graça!

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  5. Cara Graça Sampaio
    Apesar de não comentar com frequência, vou dando umas espreitadelas. Sabe sinto algum remorso por, sendo eu um Marinhense de nascimento, consequentemente Leiriense em termos Distritais, deixar escapar as belezas que por aqui vai (e muito bem) divulgando. O Mercado Santana...Quantas estórias...Lá e ali à volta.
    Abraço
    Rodrigo

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  6. Carol minha querida
    Excelente reportagem! Com uma divulgação muito oportuna
    Como o meu folha seca diz "quantas estórias"! e quantas são as pessoas que não têm conhecimento.

    Beijinho e uma flor

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  7. Não sei, não sei, não sei.
    É que não sei mesmo, se uma criança pode substituir uma couve, o bulício de um mercado e a sua função na economia das famílias, das quais dependem as crianças...

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  8. (Mesmo constipado não resisto a "uma provocação").
    Bem sei que gosta imenso da "sua" Sintra, mas, da forma como nos mostra "a nossa" Leiria... ainda há uma réstia de esperança.
    :)
    P.S. (não temos Travesseiros mas as nossas Brisas...)

    Bom Fim-de-Semana!

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  9. Desde que se mantenha vivo e útil...

    As crianças são o meu encanto(pena que algumas tenham pais e mães a educá-las tão mal)

    Um abraço , Gracinha

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  10. Pelas fotos, parece-me um espaço muito atraente. Que o interesse da população vá aumentando mesmo que gradualmente.

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  11. Gostei imenso da reportagem porque bem feita e porque me levou à minha juventude o que,para mim, é o mesmo reviver momentos felizes.Já mulher feita, ainda comprei feijão catarino na Praça Rodrigues Lobo que ficou como "a praça dos cereais".Agora falta mostrar o elefante pardo do Mercado Novo.Desce escada e,na cave,as vendedeiras abrigam -se com gorros por via da corrente de ar que lhes rasa as cabeças em certos pontos de venda, frente aos produtos derramados pelos tabuleiros e pelo chão, espaço por que pagam quantias mesmo assim notáveis para a situação.Sobe escada, vem à rua apanha sol ou chuva para subir mais escadas de acesso aos talhos .Atravessa a rua.debaixo de um coberto,sobe escadas e arrisca-se a pneumonia no piso do peixe , dos tremoços e azeitonas onde as vendedeiras se enrolam nos xailes.Sobe mais escadas e encontra a zona "nobre" das contratadeiras (nem sei se elas continuam)etc etc.Um local recomendadíssimo para donas de casa de todas as idades e bolsas.Ah! há um elevador monta cargas assustador pelo aspeto tecnico e higiénico.Enfim,termino como fazia nas redações da 2ª classe. O Mercado Novo é muito útil ao homem.Kinkas

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  12. Todas as fotos são minhas conhecidas e quantas histórias se fizeram deste mercado.
    Parece-me que estas remodelação foi oportuna e muito bem aproveitada.
    Mantiveram a traça original tornando aquele espaço mais acolhedor e convidativo.
    Parabéns por divulgar a nossa cidade e valorizar as suas belezas.

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  13. Claro,
    saudades
    quem as não tem?

    A mudança para o (mal)dito Mercado Novo foi uma grandesíssima e alternadíssima bestialidade!
    Como foi possível ter-se tomado aquela famigerada opção? Não havia, já na altura, quem tivesse dados que lhe permitissem fazer opções para o futuro?

    O resultado está à vista, relativamente ao novo mercado.
    Quanto ao aproveitamento que foi feito do antigo mercado de Santana, está bom, pode dizer-se, mas eu preferia ver ali o Antigo Mercado, com as necessárias adaptações, claro.
    Aquilo é que era um fervilhar de gente, movimento, negócio, conversas cara a cara, encontro de amigos, de vizinhos!

    Sem provincianisnos saloios!

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  14. Queridos amigos leiriense, tantas histórias para contar passadas na área do Mercado de Santana? Então venham elas que devem ser bem giras!

    Querida Kinkas, ainda bem que estes meus simples escritos te trazem boas recordações! Pois, acho que não vou aqui mostrar o "elefante pardo" do Mercado Municipal que tão bem descreveste... Gostei especialmente do final da tua "redação tipo 2ª classe"... Que bem me lembro da tua ironia fina lá na nossa escola! Um beijo muito especial.

    Teté, o mercado tradicional mudou-se para um edifício tipo "elefante pardo" que a Kinkas aqui tão bem descreveu.

    O amigo Rui é muito observador! Adoro a Minha Sintra, como diz, mas já vivi aqui mais do dobre dos anos que vivi em Sintra. E Leiria-a-velha é uma coisinha linda!!!

    Beijinhos para todos e resto de bom fim de semana.

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  15. Além da tua reportagem adorei o comentário da Kinkas!
    Eu também fui uma freguesa do velho Mercado de Santana!

    Abraço

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  16. A kinkas é que devia editar um blog sobre Leiria (e não só!)

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  17. Lindo espaço e muito bonitas as fotos dos pequenos à prestar atenção na leitura.
    Bjs e ótimo domingo

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