A partir do próximo ano letivo, os alunos do 4º ano vão passar a ter provas finais de ciclo que contarão para a nota, anunciou hoje o ministro da Educação e Ciência durante uma conferência de imprensa para apresentação da proposta definitiva de revisão da estrutura curricular do ensino básico e secundário.
Até agora os alunos do 4º e 6º ano realizavam no
final do ciclo provas de aferição, que não contavam para a nota. Tanto para o
4º como para o 6º as novas provas começarão por ter um peso de 25% na nota
final. No segundo ano de aplicação a ponderação será de 30%, a mesma que está
em vigor para o 3º ciclo e ensino secundário.
O Ministério da Educação e Ciência apresentou a versão final da Revisão da Estrutura Curricular que entrará em vigor no ano letivo de 2012-13.
As novidades desta estrutura curricular podem sintetizar-se do seguinte modo: (baseado no blog ProfAvaliação)
No 2º ciclo:
Separação da
EVT em duas disciplinas: Educação Visual e Educação Tecnológica.
Oferta
obrigatória de Apoio ao Estudo num total de 5 horas semanais. É obrigatória a
oferta de escola mas só os alunos com dificuldades são obrigados a
frequentá-la.
Manter o
caráter experimental das Ciências da Natureza.
No 3º ciclo:
Oferta de uma
segunda língua estrangeira para além da obrigatoriedade do inglês.
Mais tempo para
a História e a Geografia.
Educação Visual
obrigatória nos 7º, 8º e 9º anos com reforço de tempos no 9º ano.
TIC obrigatória
no 7º ano.
Disciplina de
opção oferecida pela escola nos 8º e 9º anos. A Educação Tecnológica passará a ser fazer parte da oferta de escola.
A Educação para
a Cidadania tanto pode ser oferecida na disciplina de História como num tempo
específico.
No ensino
secundário:
Mantêm-se duas
disciplinas na formação específica. Na proposta anteriormente divulgada, só
havia uma.
Reforço do
ensino do Português no 12º ano com maior atenção na expressão escrita e oral.
Apoio aos
alunos:
Os agrupamentos
podem utilizar professores de outros níveis de ensino para ensinarem expressões
no 1º CEB como professores coadjuvantes.
Análise superficial (minha):
Análise superficial (minha):
- Exames no final de cada ciclo e em todas as disciplinas - o ministro (C)Rato não confia na avaliação contínua realizada pelos professores.
- Exames do 4º ano - se a avaliação no 1º ciclo é qualitativa, como se vai aplicar o peso de 25% e depois 30% na nota final desse ciclo?
- A separação da EVT - constitui um retrocesso (se fosse apenas este, não estaríamos tão mal!) de anos e de luta; além de que com a introdução das TIC nesta área curricular, muitos professores ficarão sem horário.
- Estudo Acompanhado - área curricular transformada em apoio apenas para alguns alunos o que vai reduzir ainda mais horários já que o apoio sairá da componente não letiva dos professores.
- Educação para a Cidadania - dada "autonomia" aos diretores e aos conselhos pedagógicos para decidirem se será lecionada transversalmente ou como disciplina independente como oferta de escola. Uma falácia! Haverá tanto "currículo" para integrar a oferta de escola que logo logo a EC deixará de ter um tempo independente. E menos uma disciplina para incluir em horários de professores.
- Organização das turmas - ao dar aos diretores autonomia para organizar as turmas com a desculpa dos apoios a oferecer aos alunos, vamos facilmente voltar à criação (pouco decente, para não dizer abjeta) de turmas de bons alunos e turmas dos outros.
- Reduzir drasticamente a despesa com a Educação - "fazer mais gastando menos" - gostam eles de dizer. Em português mais coloquial, diremos "fazer omeletes sem ovos"!
- Reduzir o número de funcionários dependentes do Estado.
- Voltar rápida mas veladamente ao "antigamente".
Eles reformam, reformam, mas reforma verdadeira não há nenhuma. Isto assim à primeira vista parece-me apenas um retrocesso a métodos anteriores.
ResponderEliminarDe qualquer das formas, é ridículo exames obrigatórios para todos os alunos - os alunos que tinham bom aproveitamento na avaliação contínua dispensavam de exame se tinham média de 14. E então a nível do 9º ano, com tantas disciplinas, parece-me que só vai servir para se espetarem...
Mas enfim, é esperar para ver no que dá. E acredito que vá dar em menos contratações de professores e mais desemprego!
Beijocas!
Isso, de facto, não parece ser investir na educação.
ResponderEliminarEmbora não seja especialista na área de ensino reitero os comentários anteriores, parece-me uma espécie de retorno progressivo a métodos de há muitos anos.
ResponderEliminarDevagarinho, dado que assim muitos nem se apercebem, eles lá vão chegando, em diversas áreas.
Tenho apreciado muito os seus comentários críticos e bem humorados, nos sítios onde me tenho cruzado com a Graça e é através deles que aqui estou e embora o meu tempo ande escasso hei-de voltar.
Beijinhos
Teu post, para já é um alerta. Tenho estado afastado (do detalhe) destes temas... O que vejo, pelo acompanhamento dos meus netos mais velhos que os problemas deles não são resolvidos por nenhuma destas medidas... O grande problemas são os efeitos de terem passado de uma escola de pequena dimensão (130 alunos) em ambiente rural para uma outra de grande dimensão (cerca de 3000 alunos) em ambiente de cidade do interior. O resultado, em termos pedagógicos e de motivação são desastrosos... Mas confio na tua visão e experiência.
ResponderEliminarEste é um tema controverso.
ResponderEliminarUns apoiam e outros não e cada um tem as suas razões.
Parece que sempre que se mudam de governos se mudam também de políticas da educação e outras.
Nestas mudanças os prejudicados são os alunos e também os professores.
Deveria existir uma linha condutora para o ensino e não andarem sempre com mudanças conforme os partidos políticos no poder.
Lá que os Profs levem na tarraqueta,já estou habituada a ver,mas,mais uma vez os alunos ao sabor de correntes tão retrógradas,é que me preocupam e muito.Ontem,quando o Sr. Ministro da Educação,a Bem da Nação,anunciou o regresso de EXAMES para os alunos do 4º ano pensei que tinha passado pelo sono e tivera um pesadelo,mas hoje,vi que posso ter pesadelos acordada.Cada cavadela,cada minhoca.Kinkas
ResponderEliminarPor tentativas, talvez lá cheguem...
ResponderEliminarEstou convencida de que o facilitismo não ajudou, como a nós não nos terá favorecido a demasiada exigência, mas, de entre os dois, escolho o do meio, que é o mesmo que dizer, escolho o equilíbrio, aproveitando o que de bom havia no "antigamente" e o que de bom há agora... Mas, não me peçam para cumprir tão difícil missão :-)
Exames na 4ª?!
ResponderEliminarMinha nossa?!
O objectivo é começar a seleccionar o mais cedo possível e isso é muito grave...para não falar do resto que é um claro desinvestimento na educação para todos!
Abraço
Parece mais um anda que não vais... A lado nenhum! Mais do mesmo e tudo por resolver.
ResponderEliminarJá era tempo de se levar a EDUCAÇÃO a sério.
Um beijo
Eu fiz exame na 4ªclasse e não morri.Antes isso do que nivelar tudo por baixo como fez a D. Milú.
ResponderEliminarZé
Evolução apenas no ladrão.
ResponderEliminarBeijinho Carol uma flor
P.S. Graça? Não! Vais ser sempre a minha Carol.
Pedi-te amizade no FB quando é que aceitas? Ou não! Lógico.
Obrigada, Brancamar, pela confiança.
ResponderEliminarAmigo Zé, whoever you are... claro que não morreu por ter feito o exame da 4ª classe e todos os outros. O caso é que estamos a caminhar (aos poucos, aos poucos) para a escola seletiva, a escola dos bons alunos e a outra dos "coitadinhos". Por outro lado, lamento profundamente que você, como muitos muitos outros portugueses continuem a atribuir todos os males à "Milú" como você diz. Se algum mal ela fez foi aos professores (obrigou-os a trabalhar mais e a serem avaliados, coisas que muitos deles não queriam) e nunca aos alunos.
Claro, Flor, eu serei sempre a Carol. Obrigada. E vou já a correr para o Facebook aceitar a tua amizade...
Beijinhos para todos.