Dizem que a felicidade não
existe, existem apenas momentos de felicidade – mais ou menos extensos. O mesmo
deve acontecer com a infelicidade, suponho: haverá momentos de infelicidade
mais ou menos longos.
O dia 31 trouxe consigo um momento
de infelicidade. O vizinho, que também é primo, bateu-me à porta e disse,
cuidadoso: «Prima, venho trazer-te uma notícia pouco agradável… A tua gatinha
cinzenta e branca está ali morta.»
Balbuciei: «Tenho duas quase
iguais; qual delas foi? A minha Branquinha? Foi atropelada?» Que não.
Atropelada não foi. Que estava ali caída.
E lá estava, no passeio, junto ao
muro da casa, inerte, de borco, as patinhas esticadas, a cauda desarrumada. A
minha Nikita. Sem sinais de atropelamento nem de envenenamento. Serena.
Foi no Setembro do outro ano
atrás, quando regressámos da praia. Entrou cá pela janela da frente, a fugir da
irmãs e das filhitas que lhe aborreciam a existência. Novinha, novinha e cheia
de apetite, um nico de gente a amamentar as crias – por isso lhe chamei Nikita,
por ser um nico de gente.
(A entrar) |
(A amamentar, já cá em casa) |
Adotada, tratada, esterilizada,
passou-se definitivamente para cá e por cá vivia feliz na companhia da mais
velha, igual a ela, que até lhe lambia o pelo pela manhã.
Teria uns três anos ou nem tanto
e era tão meiga, tão fofa, com um olhar tão doce. Ainda na semana passada tinha
ido renovar as vacinas e fazer a consulta anual. Estava tudo bem com ela.
Tenho tido gatos sem conto e
tenho mais dois em casa e outro que me visita na qualidade de «comensal»… mas
fica sempre uma tão grande saudade e uma tão grande tristeza de cada vez que um
deles parte…
coitadinha do bichinho! Deve haver um bocadinho do céu para os bichinhos de olhar doce:)
ResponderEliminarGosto bastante dos felinos gatos... Afeiçoamo-nos a eles e depois ao fim de alguns, bem menos que nós, eles "partem" ! :(
ResponderEliminarLamento amiga.
ResponderEliminarAbraço
Lamento. Deve ser triste.
ResponderEliminarcalculo como te deves sentir, Graça.
ResponderEliminarÉ como dizes, fica sempre uma dor imensa.
O meu abraço.
Oh... :(
ResponderEliminarLamento, Graça. Afeiçoamo-nos aos animais e depois é isto..Um beijo.
ResponderEliminarOs animais entram na nossa vida e passam a fazer parte dela. Entendo tão bem essa dor...
ResponderEliminarNem quero pensar que a minha amiga rafeira de 16 anos, cardíaca e cheia de reumático, um dia destes nos vai deixar. :(
Partilho a dor da ausência da sua gatinha. Tentei desenhar com palavras singelas esta modesta "homenagem", com ela na ideia,
ResponderEliminarno meu blog...
Do texto, sim, "momentos", são o factor comum às duas situações e fazem pender para um ou outro lado do ponto de vista da questão colocada, em função da sua frequência e do grau que se lhe atribui!
ResponderEliminarNeste caso, conhecendo-te o amor que lhes tens, uma grande perda ! Uma infelicidade, uma grande tristeza, que lamento muito, Graça !
Eles chegam a ser família ! :((
Um Abraço !
Como entendo a sua tristeza!
ResponderEliminarBeijinho
Lídia
Lamento tanto, Graça! Sei como és afeiçoada às tuas gatinhas e posso compreender o que sentes!
ResponderEliminarOs nossos amigos de quatro patas, entram na nossa vida e ficam nela para sempre! Mesmo depois de partirem...
Um abraço grande!
Grata a todos os amigos pela compreensão e pela doçura dos comentários.
ResponderEliminarBeijinhos e ronrons...
A Graça tem demonstrado neste espaço a dedicação que emprega na defesa dos bichanos. A ocorrência destes desenlaces toca sempre.
ResponderEliminarAtualmente não tenho nenhum mas aparecem-me por aqui dois "comensais". Não entram em casa mas andam pelo quintal mais tempo do que na casa do dono. Ainda ontem me foram ao peixe que tinha a grelhar nas brasas.
Também lamento muito, Graça.
ResponderEliminarProtegemos, convivemos e afeiçoamo-nos
e, subitamente, ficam eternamente ausentes, o que faz doer.
~~~ Beijinhos, querida amiga. ~~~
Lamento muito pela Nikita (enquanto crescia tivemos cães, o Fiel, o Wolf e o Tuiqui, foi sempre muito mau quando morreram).
ResponderEliminarum beijinho
Lamento muito pela Nikita (enquanto crescia tivemos cães, o Fiel, o Wolf e o Tuiqui, foi sempre muito mau quando morreram).
ResponderEliminarum beijinho
Sinto muito. Os animais são uma forma muito pura de amor e sua partida nos faz muito tristes. Nos deixam muita saudade. Beijos
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