A senhora Merkel, na sua sanha de
(re)ganhar pela asfixia económica a guerra marcial (passe o pleonasmo) e étnica
que o seu antepassado Hitler perdeu, lançou, conjuntamente com os povos lá bem
do Norte – certamente invejosos do esplendoroso sol e da alegre luminosidade do
sul – a patranha de que nós éramos um povo de preguiçosos, que não tínhamos
ânimo para o trabalho, e por isso não conseguíamos manter a nossa economia
acima da linha de água tudo por causa da nossa baixa produtividade.
Não tardou muito tempo para que o
polidor de sapatos ao serviço da dita senhora, o “nosso” primeiro-ministro, pegasse
nessa deixa da sua aureolada mentora e cortasse feriados centenários,
aumentasse o número de horas de trabalho semanal dos funcionários públicos ao
mesmo tempo que lhes baixava os vencimentos enquanto cortava drasticamente nas
vagas necessárias para o, não digo bom, mas pelo menos razoável funcionamento
das instituições públicas. Tudo em nome da bendita produtividade que não
conseguimos por causa da preguiça.
Partindo desta (germânica) premissa,
nem sei como explicar o meu espanto quando li, há dias, no jornal que o pessoal
médico e de enfermagem está próximo da exaustão pelo esforço despendido para conseguir
dar nos seus postos de trabalho a resposta que o público espera deles e a que
estava habituado.
Quando leio que aquela espécie de
ministro (C)rato promete aos quatro ventos que os alunos prejudicados pela
hecatombe (palavra minha, não estou a citar…) criada pelos disparates em cacho
na colocação dos professores contratados vão ter aulas de compensação, já estou
a ver daqui que quem vai ser obrigado a leccionar essas aulas vão ser os professores
que já estão a trabalhar com os seus horários completos, alguns com oito e nove
turmas de vinte e muitos alunos para reger e mais não sei quantas horas de
apoios e sei lá de que mais que as direcções lhes queiram dar.
Outros grandes preguiçosos são os
auxiliares de acção educativa – que agora de chamam assistentes operacionais –
muitos dos quais são contratados temporariamente a 2.90 euros a hora num máximo
de quatro horas por dia e que dão horas e horas do seu tempo para que os
alunos, muitos dos quais tão novinhos que não podem ser deixados sozinhos,
tenham de facto alguma assistência (nem que seja operacional…)
Com preguiçosões destes – e de
outros – que só querem esticar-se ao sol e viver de subsídios, como pode
realmente a nossa produtividade aumentar por forma a elevar a economia do país?
Sim, que a responsabilidade por
este caos não pode ser assacada às políticas do “governo”, nem aos vergonhosos
roubos de banqueiros e outros poderosos da área do “governo”, nem da inépcia e
falta de conhecimento e de saber dos nossos empresários, nem da falta de
honestidade e de visão na aplicação por parte dos governantes e dos influentes dos
milhões que jorraram da Europa desde a nossa adesão e que deveriam ter renovado
toda a indústria e desenvolvido a nossa riqueza natural!
A culpa é toda deste povo de
preguiçosos!
Um grito de revolta igual a tantos e tantos outros que se fazem de silêncio.
ResponderEliminarEntão e como é que explica o recuo da economia alemã?
ResponderEliminarPreguiça também??
Beijinhos
Já não há palavras! :(
ResponderEliminarAbraço
Adorava tê-la no meu conjunto próximo de amigas,,,iria enriquecer o conjunto,,,boa malha,,,se ouvissem as nossas " malhas "...
ResponderEliminarM.A.A.
Obrigada, querida M.A.A.. Não mereço as suas amáveis palavras! Mas, de facto, malhar é comigo!...
EliminarBeijinhos
~
ResponderEliminar~ ~ Os preguiçosos que partiam para Alemanha para desempenhar os cargos mais violentos nas fábricas de siderurgia, onde ficavam 14 anos, altura que tinham direito a meia reforma. Partiam sem saber uma palavra de alemão e, muitas vezes, para poderem economizar deixavam as famílias em Portugal onde vinham passar, apenas, as férias anuais.
~ ~ Estes preguiçosos contribuíram, desde o tempo da ditadura com o seu duro trabalho para a reerguer a Alemanha. Saíam, muitas vezes, sem passaporte e com pouco dinheiro, atravessando a fronteira em lugares inacessiveis.
~ ~ Presentemente, as regiões alemãs, com maiorias formadas pelos partidos de esquerda, aceitaram com a maior delicadeza, inúmeros engenheiros e técnicos superiores portugueses. Foi uma verdadeira sangria...
~ ~ São estes os preguiçosos do país que a detestável "Angie" perseguiu e esmagou. ~ ~
~ ~ ~ ~ ~ Beijinhos. ~ ~ ~ ~ ~
Subscrevo cada uma das tuas palavras, Majo!! Muito duro! Muito bem visto!
EliminarBeijinhos
A culpa é deste povo de preguiçosos que trabalha mais 300 horas do que os alemães e ganha menos de metade.
ResponderEliminarE de bico calado...
EliminarNunca tinha visto o problema como o vejo agora ao ler a intervenção da Majo.
ResponderEliminarA mente brilhante da mulher dos casaquinhos, laranja, cor-de-rosa, amarelos, de todas as cores, deverá ter tido uma visão "virtuosa", angelical, durante uma noite de insónia:
- Alto lá, andámos nós a pagar salário aos imigrantes durante 40 anos, durante o deboche social-democrata e até o meu paizinho Helmut Koll ingenuamente alinhou na farra, quando sabemos que a construção do império pode realizar-se, com eficiência, com mão-de-obra judia?! Vamos exigir de volta todos os marcos que lhes pagámos. Com juros
O engraxador feito ensebador tratou logo de pegar na enxada para abrir o buraco, sem perceber que ao enterrar todo um povo está a enterrar-se a ele próprio e à seita do neoliberalismo.
Oxalá esse enterro se dê com a brevidade possível. Se bem que já vá atrasado, Agostinho!
EliminarSó não compreendo é como sendo o povo português tão preguiçoso, como foi denominado pelos germânicos, ande a ser recrutada mão de obra especializada portuguesa, para trabalhar na Alemanha e outros países nórdicos.
ResponderEliminarDeve ser porque trabalhar com o cérebro seja mais fácil do que o trabalho braçal.!!
Ou será pela fama de termos brandos costumes?
Cambada de exploradores, isso sim! Desdenham para 'comprar' barato!
E quem 'nos vende' ainda lhes dá graxa?!?
:(
Boa malha, Janita!!
EliminarIrónicas verdades
ResponderEliminarfalta dizer
que esses preguiçosos
votam abaixo das suas possibilidades
Realmente foram tantos, tantos os que não votaram!! Falta de sentido de cidadania!
EliminarDeve ser por isso que os alemães procuram os nossos engenheiros, pois os deles deixam muito a desejar...
ResponderEliminarBjs
Todos os meus amigos tocaram no mesmo ponto: é que somos, de facto, queridos para trabalhar no país dos trabalhadores.... Ironia...
ResponderEliminarAcho que não somos preguiçosos mas sim parvos, por deixarmos que nos façam tudo o que querem.
ResponderEliminarbeijinho
Fê