“O que tenho é sobretudo cansaço,
e aquele desassossego que é gémeo do cansaço quando este não tem outra razão de
ser senão o estar sendo. Tenho um receio íntimo dos gestos a esboçar, uma
timidez intelectual das palavras a dizer. Tudo me parece antecipadamente
fruste.
O insuportável tédio de todas
estas caras, alvares de inteligência ou de falta dela, grotescas até à náusea
de felizes ou infelizes, horrorosas porque existem, maré separada de coisas
vivas que me são alheias...”
[Livro do Desassossego, trecho 337 (ed. lit. R. Zenith, 2009)]
(René Magritte) |
Se os há!
ResponderEliminarHá dias em que me sinto assim...e são muitos...
ResponderEliminarBjs
Desassossego é o meu estado permanente, mas tem mais a ver com o que Pessoa dizia depois desta passagem,
ResponderEliminaresta é mais de náusea do que do estado de desassossegado...
A náusea da realidade foi o que levou o Antero ao suicídio. O pobre filósofo/poeta suicidar-se-ia de novo se cá voltasse agora!
EliminarComo eu te compreendo, Gracinha!
ResponderEliminarAbraço solidário
Rosa dos Ventos
Dias melhores virão, Graça.
ResponderEliminarBeijinhos e votos de bfds
Também estou com timidez intelectual...nem mais.
ResponderEliminarM.A.A.
Quem não tem dias assim, Graça?
ResponderEliminarCansaço, inquietação e desassossego, sem que, no entanto, algo de diferente e ruim nos tenha acontecido.
Acho que é um estado de alma, que aos poucos se vai distanciando, tal como chegou...sub-repticiamente!
Um beijinho, almejando horas de sossego!
Há horas e dias em que apetece ficar sentado a um canto perante o processo de (con)formatação em curso e dizer - que se lixe!, eu é que devo estar errado, fora de moda.
ResponderEliminarMas o mundo sempre foi assim e não acaba, como diz um amigo meu, "alguma coisa há de ficar".
O Livro do Desassossego parece guardar em si, a expressão de um sentir que encontra sempre paralelo com o leitor, se não numa, noutra página.
ResponderEliminarÉ isso que o torna único.
Um beijo