Nada tenho contra a jornalista
Ana Sousa Dias. Até gosto da forma serena como entrevista as pessoas, mesmo
sendo ‘comentadeiros’ como Marcelo Rebelo de Sousa. Mas quando, na 4ª feira
passada, levada pelo hábito de ir àquele rectângulo no canto superior direito
de uma das primeiras páginas centrais do DN para me deliciar com a prosa
aguerrida e quase sempre certeira das crónicas de Baptista-Bastos, e me dou com
uma cronicazinha de bairro assinada pela dita jornalista, o que senti não foi
deceção, não! Senti-me mesmo defraudada. E pensei: agora é que o DN vai passar
a ser um jornalzinho como os outros – sem grande interesse.
Exagerada como (sabem que) sou,
lembrei-me imediatamente daquele domingo de há alguns anos, em que abri a
Notícias Magazine e, ao ler o editorial, como habitualmente fazia, me deparei
com uma conversinha mixuruca, daquelas destinadas a donas de casa (não
desesperadas) de missinha ao domingo, altamente moralista e pseudo feminista
que me deixou pelos cabelos. De então para cá, nunca mais olhei para a NM com
olhos de ver porque, tirando alguns textos do escritor Gonçalo M. Tavares que
preenche a última página, todo o restante conteúdo passou a ter a ver com
restaurantes gourmet, chefs (a grande moda da pepineira),
modas, maquilhagem e formas de manter a linha.
Hoje, 6ª feira, perguntei-me:
«será que a Câncio ainda tem autorização para lá escrever?» Sim. Esta semana
ainda escreveu e com que força! A crónica chama-se «A poesia disto» mas nada
tem de lamechas que deve ser o novo estilo a dotar no DN e muito menos do
estilo yes, minister . Vale a pena
dar uma vista de olhos.
A questão será: até quando vai a
Câncio poder manter a sua crónica de «mal dizer»?
A Fernanda continua a escrever, porque é jornalista do DN, caso contrário...
ResponderEliminarJá me referi à canalhice que o André Macedo fez ao BB. Gosto e até em tempos me dei bem com ela, da Ana Sousa Dias, mas não li a crónica dela. De qq modo, hoje há uma coisa muito pior no DN. Passou a ter direito a coluna um espanhol ( versão castelhana do César das Neves) que é um saudosista do Franco e um reaça do piorio.
Bom FDS, Graça
Abomino o homem das Neves!!!!
EliminarEngraçado eu ia falar sobre a coluna no DN do espanhol, agora reparo que o Carlos já disse tudo.
ResponderEliminarBom fim de semana Gracinha.
Beijinho e uma flor
não acho que seja decadência, apenas mudança, Graça.
ResponderEliminare ainda é cedo para falar...
abraço
Crónica de "bem dizer" quer a minha amiga dizer.
ResponderEliminarClaro.... a ironia é o meu forte...
EliminarGracinhamiga
ResponderEliminarEste DN não tem nada que ver com o meu DN... E não se trata de saudosismo, pois quase nuca tenho saudades. E não há motivo para tê-las, mesmo que as quisesse ter...
Os dias vão mal para os jornais e os jornalistas, apenas escapam as revistas cor-de-rosa, que vendem à custa de escândalos e das telenovelas. Despedir jornalistas será a maneira de gerir? Não creio, mas parece que sim.
Se não for algum mecenas, como o Belmiro em relação ao Público, a coisa está realmente preta, como diz o Chico Buarque da Holanda. No DN e só nos últimos três anos despediram 47 jornalistas, alguns bons e outros muito bons. O downsizing está na moda - o que quer dizer no olho da rua.
As edições on-line parecem sobreviver. Mas, até quando? Os jornalistas - como todos os profissionais - não são bons nem maus; são jornalistas e isso diz tudo. Têm de ser... jornalistas. Recorre-se, portanto, aos estagiários normalmente à borla e saídos das universidades que formam tantos alunos o que é péssimo frente ao mercado do trabalho.
Palavra de honra que hoje não seria chefe de uma qualquer redacção de quotidianos e - quem sabe? . de alguns semanários. É com tristeza que o digo. Tenho algo de que me honre: nunca me vendi; vendi, sim, a minha força dee trabalho ao "patrão" que me pagava, Triste sorte.
Con respecto al español ése hay que tener mucho cuidado porque el franquismo, como el salazarismo están regresando en vigor! ¿Qué hacer? ¿Acabar con él? pero ¿cómo y dónde? Los periódicos en papel comienzan desapareciendo, por desgracia. Los verdaderos periodistas también. Lamentablemente esto es lo que tenemos y lo que tendremos.
Qjs tristes
Boa, Senhor Jornalista!!
EliminarBeijinhos e abraços!
Tinha lido salvo erro na terça feira que o BB tinha sido afastado do DN. A liberdade de imprensa em Portugal é cada vez mais uma frase bonita na Constituição.
ResponderEliminarUm abraço e bom Domingo.
Linda Constituição temos nós, Elvira!!
EliminarSem o BB o DN não é o que era!
ResponderEliminarTambém partilhei essa Crónica da Fernanda Câncio no FB...
Abraço
Rosa dos Ventos
pelo que se está vendo, não deverá ser por muito tempo.
ResponderEliminarAna Sousa Dias tem que ganhar para viver...e , como tu, gosto dela e do seu jeito de entrevistar.
Fica bem, linda
Nada tenho contra a Ana Sousa Dias, São!!! É mesmo contra a nova orientação do jornal.
ResponderEliminarBeijinho.
Não costumo comprar o DN, só muito esporadiacamente, no entanto, procuro on_line as crónicas do Ferreira Fernandes e lia o Batista-Bastos, que é uma pena terem suspendido.
ResponderEliminarA Ana Sousa Dias parece-me que não irá despertar grande interesse mas sempre será melhor do que a Celeste Cardona. Esta senhora apresentava umas crónicas originalíssimas. Uma delas era a exaltação da lancheira. Depois de a ler interrogava-me: como é que ela foi ministra da Justiça, administradora da CGD, EDP...?
Como ela teve esses cargos? Isso é outra conversa! Quero dizer outra política...
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