(Museu Republicano de Pedrogão Grande) |
Hoje é dia de dizer «Viva a República!»
«Viva a República!»
Pobre República porém, que tantos
reveses tem sofrido nos seus pouco mais de cem anos de vigência! Senhora das
suas verdades e das suas ideias, mas cheia de incertezas, entrou por este tristonho
e pobre país de gentes néscias e bisonhas aos repelões sem saber se iria vingar
e tornar-se forte como se tornara noutras latitudes.
E se a muito custo conseguiu –
mercê da vontade de homens bons e de mulheres de força – implantar alguns das
suas regras e doutrinas, não passaram mais de vinte anos para que fosse
arrumada na prateleira da desgraça, escondida por detrás de bustos de cónegos rubicundos
e de figuras embalsamadas para que depressa a esquecessem.
Assim esteve amarrada e de mordaça na boca
durante quase meio século. Quase anquilosada foi retirada do canto das teias de
aranha por um punhado de soldados sonhadores – de novo, os homens bons – que lhe restituiu a cor, a luz e a vida.
Mas a vida dá tantos tombos e o
que hoje é luz amanhã pode ser treva. E foi assim que esta espécie de
governantes, que bem tenebrosos são, achou por bem retirar-lhe a pompa da
celebração em dia de feriado – talvez um primeiro passo para remetê-la àquela
velha prateleira onde passou metade da sua vida.
Agora é meio-celebrada, sem a
pompa do povo na rua – porque povo preguiçoso tem de ser punido com chicote –
por uns deputados de ideias atarracadas e olhos estrábicos com a linguagem
rebuscada de quem não sabe falar a língua e por um presidente que se diz ser
dela – da República – hirto, macambúzio e maldisposto que manda recados
abstrusos a torto e a direito como quem dá tabefes aos colegas dos seus protegidos
“filhinhos” se não lhes fazem as vontadinhas.
Ai, pobre República! E este povo
que, com as forças que lhe restava, conseguiu correr com os Filipes, conseguiu destituir
a monarquia e foi capaz de apear a ditadura, não consegue levantar-se em
peso e depor estes deputados míopes, estes ministros ultra incapacitados, bem
como aquele presidente sorumbático e carrancudo?
Que, com a queda do (des)Governo,
ResponderEliminarse festeje uma nova
Oxalá, Rogerito!!
EliminarA História demora sempre tanto tempo a fazer-se...!
ResponderEliminarUm beijo
Tem a ver com a mudança das mentalidades que tão difícil e demoradamente se faz!
EliminarComemorar a República numa sala fechada, onde o ar estava irrespirável, por causa do mau hálito do Cavaco, não a prestigia. Veremos o que acontece quando voltar a ser feriado e as cerimónias voltarem a ser públicas.
ResponderEliminarDo que eu gostei da imagem do «mau hálito de Cavaco»!....
EliminarOs sinais acumulam-se de que não faltará muito tempo para que haja uma grande viragem em todo esse ambiente, Graça.
ResponderEliminarBeijinhos e votos de boa semana
Oxalá, Pedro, oxalá!!
EliminarMas alguma vez se pode festejar algo neste país com este inquilino em Belém que só sabe apontar o dedo aos outros como se não fosse ele o maior culpado do mau estado em que estamos?!
ResponderEliminarAbraço
Rosa dos Ventos
Coitado, ele não tem nada a ver com a política....
ResponderEliminarAmordaçou-se a República e a liberdade durante 48 anos e agora que se fez uma Revolução, volvidos outros 40, tudo parece estar amorfo e estagnado....
ResponderEliminarQue dizer, Graça? Onde estão os homens que cantaram que este país era uma Nação valente e imortal?
Já nem sei que diga!!
Beijinhos
Aquelas "cerimónias" parecem uma missa de defuntos.
ResponderEliminarQuem proclamará de novo a República e os seus valores da varanda, com o povo na praça?