quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Praxes II

Quando o leitor não entende o ponto de um texto é porque o autor não foi suficientemente explícito… E foi o que aconteceu com o meu texto de ontem. Por isso volto ao tema: poderia responder directamente aos vossos comentários na entrada de ontem mas, a avaliar por mim, não estou certa de que tenham o tempo ou a pachorra para aqui voltarem para lerem possíveis respostas a comentários. E desde já peço desculpas primeiro por me ter deixado toldar pela ironia e ter-vos induzido em erro; depois por, de alguma forma, poder ir contra o que expressaram nos vossos comentários.

A querida Majo – que, pelos vistos, também frequentou tal como eu o Liceu Maria Amália e isso ela não chegou a ler numa resposta minha a um comentário seu… - ainda referiu a ironia que perpassa o texto, mas parece-me que não a captou em toda a sua dimensão. A questão é que eu, ao contrário do que os meus amigos comentaram, acho ridícula esta campanha da Secretaria de Estado do MEC para avisar os “meninos” que não são obrigados a serem praxados. Por isso pus como alvo o meu neto de três anos…

Eu passo a explicar: não sou propriamente contra as praxes universitárias embora as ache ridículas e sem sentido. Atualmente não passam de atos selváticos que, muitas vezes, servem apenas de antecâmara de enormes bebedeiras de álcool e de outras substâncias mais fortes. Sou definitivamente contra o facto de podermos pensar que pessoas com 18 anos, maiores de idade, pessoas que já têm idade para que lhes sejam assacadas responsabilidades pessoais e civis, precisem que os avisem – tal qual meninos de três anos – que não são obrigados a ser praxados e que podem apresentar queixa de quem os agrida…

Por amor de Deus!! Com 18 anos quem me haveria de obrigar a sair para as ruas aos berros com um penico na mão ou na cabeça com um fulano ou uma fulana qualquer a mandar-me rebolar pelo chão ou a simular um qualquer gesto ou comportamento sexual! Isso é que era bom!! Os “meninos” dessa idade são tão independentes, tão prafrentex, sabem tanto acerca de tudo, acham que os pais, os professores e os adultos em geral são DÂ!!! E depois precisam que os avisem contra o Lobo Mau?!


Não, meus amigos, não posso aceitar!



12 comentários:

  1. caprichos do "Estado mínimo" , a velar pelo bem estar dos caloiros.

    assino teu texto - se me permites!

    beijo

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  2. Tô esclarecido
    retiro o meu dito

    mas pelas razões referidas por si
    sou mesmo contra as praxes
    e não só agora
    em 1963
    por movimento que na altura encabeço
    acabaram de vez
    na minha escola

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  3. Eu estou mais preocupada com a falta de resposta nos JIs públicos do que com a praxe...
    Só é praxado quem quer!


    Abraço

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  4. ~
    ~ ~ Olha o Rogério a tirar-me a razão! Achas bem?

    ~ ~ Não estou totalmente de acordo contigo. Nem todos os jovens são "prafrentex" como dizes, se assim fosse, não haveria acidentes e tantas queixas noticiadas.

    ~ ~ É de salientar que muitos jovens estão deslocados do seu ambiente habitual, a pressão é enorme e sujeitam-se para não ficarem humilhados, marcados e marginalizados.

    ~ ~ Não acontece só com jovens. Em 2013, um aluna de gestão de 26 anos, em Beja, teve uma paragem cardio respiratória da qual não recuperou vindo a falecer meses depois.

    ~ ~ ~ ~ Beijinhos. ~ ~ ~ ~

    ~ Ps ~
    ~ ~ Já respondi ao teu simpático comentário.
    ~ ~ Habitualmente volto sempre atrás, mas este escapou-me.

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  5. Ora nem mais, Graça!
    Eu não fui praxado.
    Porque, pura e simplesmente, não queria.
    E ninguém me podia obrigar a isso.
    Nem ninguém tinha que me avisar que podia dizer não.
    Disse não e ponto final (fui lanchar nas calmas).
    Beijinhos

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  6. Sou contra as praxes, frontalmente.

    Fiquei chocada com as mortes do Meco e com a forma como tudo , alegadamente como agora é moda dizer, tem sido conduzido....mas, com todo o respeito pela dor das famílias, não eram crianças , mas sim adultos e , portanto, a responsabilidade é sempre de quem se presta a determinados comportamentos.

    Abraço, Gracinha

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  7. Nunca passei por situações onde houvessem praxes, mas estou de acordo quando se trata de poderem alinhar de livre vontade, as consequências aí serão das suas responsabilidades.

    Beijinho e uma flor

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  8. É isso mesmo, São!!

    É isso mesmo, Pedro Coimbra! As minhas filhas são meninas na casa dos trinta e nunca admitiram ser praxadas! Também ninguém as obrigou.

    Há que ter personalidade e determinação. Se acham piada, tudo bem, mas que tenham juízo!

    O que aconteceu no Meco - que nunca se saberá ao certo o que foi - foi de uma irresponsabilidade ímpar daqueles rapazes e raparigas!

    Coitados dos pais!

    Beijinhos

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  9. Obrigada, Rogerito, por todos os seus comentários em verso. Acho de mais e sempre originais....

    Beijinhos.

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  10. Leo, o estado tem de poupar! Já foram anos de mais a vivermos acima das nossas possibilidades, por isso há que corta nas despesas! Na saúde, na educação e nos apoios sociais...

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  11. Gracinhamiga

    Estou contiga (olha, rimalhei...)

    Porque a resposta que dás aqui mesmo em cima de mim (hony soit) assenta-me que nem uma luva - mas de pelica. Há que poupar, há que poupar, há que poupar. Ou poupas ou estás obrigada a emigrar. Esta camisa aos códradinhos foi o sô Coelho que ma deu. Viva ele! E já agora, viva eu!

    Um destes temo de falar a sério sobre as moedas do idem, idem, aspas, aspas. Aqui desempregava; lá em Bruxelas vai empregar. São as voltas da vida como as do malhão. E já agora é malhar nele. Nele? Neles todos desde o labrego de Belém até à Albuquerque e outros que tais.

    Qjs

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  12. Ora aí está! Tudo esclarecido...

    Três anos!... É cedo,sim!

    Bom fim-de-semana!

    Lídia

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