Gosto muito de romances
históricos – já o aqui afirmei por mais de uma vez. Há uns anos, aí em 2007, quando
ainda havia uma livraria em Vilamoura que fazia uma mini Feira do Livro de verão,
o jovem e simpático livreiro recomendou-me vivamente a compra de um romance histórico
que ele considerava muito bom de um autor espanhol recém-aparecido. Comprei e,
como estava de férias, li-o quase de uma esquentada! Chamava-se «A Catedral doMar», de Ildefonso Falcones e tratava da construção pelo povo da catedral de
Santa María de la Mar em Barcelona, no século XIV. Um romance violento mas
apaixonante que não nos deixa interromper a leitura.
Dois anos mais tarde, saiu outro
romance do mesmo autor - «A Mão de Fátima» - sobre o qual me foi dito não ser
tão entusiasmante como o primeiro pelo que não o li até por falta de tempo, que
ainda trabalhava.
Este verão comprei a sua última
obra - «A Rainha Descalça» - que versa a estranha, terrível e difícil vida dos
ciganos numa Espanha cruel, intolerante, fanaticamente católica, inquisitorial dos
anos de 1700. Apesar de ter lido com bastante interesse (e rapidez: li as suas
700 páginas nas duas semanas de férias no Algarve) este novo romance histórico,
não o achei tão apaixonante como «A Catedral do Mar».
Então, para a segunda parte das
férias pelo Alentejo, resolvi levar «A Mão de Fátima» mesmo com a menção de
«algo chato»… Só vos digo que li as suas 900 páginas nestas duas últimas
semanas. Muito bom!
A narrativa decorre no Sul de
Espanha, anos de 1500, quando os muçulmanos tinham já deixado de reinar no
Al-Andalus e começaram a ser violentamente absorvidos pelos católicos com a
força da Inquisição, ou chacinados, ou expulsos, sempre à espera de uma ajuda que
nunca chegou de Argel ou do Sultão de Constantinopla, ou da rainha Isabel I,
grande vencedora sobre a Armada Invencível ou até da França para se rebelarem
contra os cristãos opressores. Entrelaçada com o cruel vaivém de milhares de
muçulmanos ferozmente massacrados (e massacrando, conforme as ondas de sorte ou
de azar) é-nos contada a vida do herói do romance, Hernando, filho de uma
muçulmana que, menina ainda, fora violada por um sacerdote cristão e que é
educado em ambas as religiões. Toda a intriga decorre entre as constantes
perplexidades de atuação religiosa e de vida que se põem ao herói e o grande
amor, a enorme paixão que nutre ao longo da vida – que coincide com o decurso
da narrativa – pela bela Fátima, uma jovem mourisca que ele salva
acidentalmente de morte certa às mãos dos cristãos. Muito empolgante! E,
infelizmente, muito actual de certa forma, já que reconhecemos nas violentas
descrições da vida dos mouriscos muitos dos comportamentos que nos são descritos
diariamente nos jornais e na televisão a propósito dos muçulmanos que reinam
nos países mais fundamentalistas do Islão.
A ler – se tiverem paciência. E
tempo, claro! São 900 páginas!
Nunca li nada dele, mas há dias também me recomendaram A Rainha descalça. Vai para a lista.
ResponderEliminarAinda não li nada deste autor mas despertou-me a curiosidade pois tb. gosto de romances históricos. Obras tão volumosas leio em e-book por ser mais fácil de transportar.Verei se está editado em e-book.
ResponderEliminarA considerar.
ResponderEliminar~ Gostei das sinopses.
ResponderEliminar~ Também aprecio este género de romances,
mas prefiro estas leituras no Inverno.
~ Grata pelas sugestões.
~ Abraço.
Leio Falcones desde o primeiro livro e já comprei "A Rainha DEscalça".
ResponderEliminarAliás, "A Mão de Fátima " li em castelhano e gostei tanto dele como de "A Catedral do Mar".
Inclusivamente, fiz um post sobre ele, porque é bom lembrar como os mouros foram expulsos de Espanha e abandonados à sua sorte no Norte de África , depois de Carlos V ter construido aquele mamarracho em Allambra com imposto exclusivamente sobre os mouros.
Resta só dizer que também adoro romances históricos.
Bons sonhos
Também são os romances históricos, os meus preferido.
ResponderEliminarGosto de perceber as referências.
Saudações poéticas!
Não conheço o autor.
ResponderEliminarVai para a lista dos autores a visitar.
Beijinhos
Tenho sete na bagagem, mas este não conheço. Seguramente uma lacuna a preencher, Graça. :):)
ResponderEliminarEntre chegadas e partidas, uns segundos para deixar um grande abraço.
Estou com uma espécie de Foto-Blog,porque o tempo não dá para mais.
Tinha que vir matar saudades.
:X D
http://acontarvindodoceu.blogspot.pt
Quando os meus dias voltarem à normalidade dum quotidiano sem netos tens de me emprestar pelo menos um deles....
ResponderEliminarDepois direi qual!
Abraço
Curioso que o Ildefonso Falcones está hoje na berlinda ! :))
ResponderEliminarVim agora mesmo de "casa" da Luisa e ela está também a ler na sua praia de Setembro azul, a Rainha descalça !
Note-se que estava descalça porque estava na praia ! rsrsrs
Beijinho, Graça ! e continuação de boas leituras ! :))
.
Autor desconhecido para mim, mas perante o teu entusiasmo - que prezo - fica na lista de leituras a fazer :-))))
ResponderEliminarNão conheço o autor, mas perante tanto entusiasmo vou acrescentá-lo à lista de livros a ver- e comprar, se puder - na Feira do Livro portuense.
ResponderEliminarObrigada pela partilha e cá fica o desejo de boas leituras, Graça.:)
Um beijinho! :))
ResponderEliminarTambém gosto muito de romances históricos, deste autor só li "Rainha Descalça" foi-me emprestado por uma amiga.
ResponderEliminarBeijinho e uma flor
Para já, vou na Rainha descalça. E estou a gostar. :)
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