quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Entre Sintra e Monserrate

No reencontro com muitos dos meus amigos e colegas de escola de Sintra no passado fim de semana, recebi do meu querido amigo e velho colega de turma no Colégio José do Nascimento, a quem prefiro chamar de ZéBranco, como no tempo de escola, nado, criado e vivido na Vila e grande amante das belezas daquela sua/nossa terra, uns versinhos amorosamente naïf  que vou deixar hoje aqui ilustrados com "fotos de arquivo"...


            Cascata

(Cascata dos Pisões)


Já passados os Pisões,
Ainda antes dos Milhões
Jorra a água dos montes
Nascida em várias fontes.

                  Gotas que escorrem errante
                  Risos e lágrimas de amantes!

Ora corre murmurante
Doce entre patamares,
Ora ecoa trovejante
Até ao rio de Colares.

(Rio de Colares)

                Regaleira



Ainda murmura a ribeira
Já se avista a Regaleira
De imponente estatura
Destaca-se na verdura.

                    Do poço solta-se a magia
                    Em dança de fé e heresia.

Melodia por todo o lado,
Deuses entoam o hino
Ao perfeito rendilhado
Do esplendor Manuelino.

                        Por amor, nada me enfada
                        E a distância não me abate
            Ainda é longa a estrada
                        Entre Sintra e Monserrate.

                 Seteais


Já ficou a Regaleira
E no topo da ladeira
Ouvem-se os ecos e ais
Dos campos de Centiais.

                        Passo o arco triunfal
                        Tributo ao rei de Portugal!

No Penedo da Saudade
Descanso o meu olhar
Voando à sua vontade
Entre Sintra e o mar.

                  Monserrate


Livres escorrem as águas
Que levam as minha mágoas,
Rebolo no verde manto
E afugento o meu pranto.

                        O meu destino foi amar-te
                        Quando te vi em Monserrate!

Cruzei-me com teu olhar
Corro em busca do sabor
Que anseio a encontrar
Nos teus lábios, meu amor!

                       Por amor nada me enfada
                       E a distância não me abate.
                      Como é curta a estrada

                      Entre Sintra e Monserrate!




13 comentários:

  1. Gostei dos versos e as fotos são muito bonitas.
    Um abraço

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  2. Apresentado o roteiro com os encantos de Sintra, em jeito de sedução, que fazer?
    Esperar dias bonitos lá para os lados da primavera, calçar as alpercatas (ou gatas), e toca a andar. Sintra reune jóias que não se podem desperdiçar.E quem volta descobrirá coisas novas.
    Os senhores do (des)governo se, em vez de cortarem na gente para dar ao Maligno, promovessem o turismo - cá dentro - arrecadariam muito mais para a fazenda pública. E poderiam criar emprego na dinamização desta atividade com a afetação de professores sem colocação especialmente da área das humanidades.
    Há muito tuga que nem lhes passa pela cabeça o que é este país; conhecem as estradas, 500 mts de litoral do Algarve ou, lá fora, os paraísos dos novos ricos.

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  3. Depois de mais um magote de fotos de praxes, portarias com novos preços para actos médicos no SNS, e discursos mal alinhavados ditos por eleitos enjoados...
    arejar o olhar,
    faz bem

    Sintra é mais que Pena!

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  4. Sintra foi, é e será sempre, um local lindo e encantador. Abraço.

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  5. São rimas carinhosas cantando um grande, antigo e eterno amor.
    Que as musas sintrenses acompanhem sempre, com desvelo, ZéBranco.

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  6. Se continuasses a viver em Sintra tudo seria diferente!
    A esta hora terias livros de poemas publicados...Sintra inspira! :)

    Abraço

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  7. Este nosso amigo não verseja só, tem três livros publicados com sucesso, é um prozador exímio. Faz letras para músicas...
    O Zé é só dizer qual é o tema, seja proza ou seja verso, ele faz bem feito.
    Parabéns Zé por mais este postal da nossa terra, quem conhece parece que está a ver tudo.

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  8. É uma terra bonita , que já não visito há muitos anos. M.A.A.

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  9. Mas vale a pena lá voltar(em) M.A.A. e todos!!

    Lá para a Primavera, como diz, e bem, o Agostinho...

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  10. Obrigado Carlos pelo teu comentário.
    Obrigado Graça pela publicação dos meus versos que não têm a mínima pretensão a ser poema, mas simplesmente a letra de uma cantiga. - Um desafio do Xixó para fazermos algumas cantigas sobre Sintra, fiz 2 trabalhos, este agora apresentado e um outro sobre a Pena (palácio e parque), mas parece que ele desistiu. - Mas a poesia não é bem a minha quinta.

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  11. Lindos os versos de ZéBranco. No seu primeiro verso diz: "ainda antes dos "Milhões" Referir-se-á ao Monteiro dos Milhões, Brasileiro rico, que em certa altura comprou o Palácio da Regaleira e que tinha aquela alcunha?

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  12. É isso mesmo, caro Anónimo. É o Monteiro dos Milhões, o dono daquela maravilha de Palácio que de há uns anos para cá passou a poder ser visitada.

    Obrigada, ZéBranco, pelo teu simpático comentário. Volta sempre!

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