Naquele pressuposto tonto de igualar comportamentos face aos meus dois netos, ando, desde que iniciei este blog, à procura de um poeminha para dedicar ao meu neto José que inclua o seu nome, tal como dediquei o Poema para Lili à Elisa. Como é que o Fernando Pessoa não escreveu um poema para um José? Bem sei que há o belíssimo poema de Carlos Drummond de Andrade “E agora, José?” . Só que não me parece justo uma criança de ano e meio ter de carregar com aquele negativismo todo. Também há a cançãozinha “Josezito, já te tenho dito”, mas eu nunca gostei nem sequer de a trautear de tão soturna que é!
Há o lindíssimo conto “História de um Rapaz” de Matilde Rosa Araújo, mas é um conto! Longo de mais para transcrever para aqui! Até me lembrei das canções da Ana Faria que, “brincando aos clássicos” criou letras para muitos nomes de crianças e faz as delícias dos miúdos nos anos 80. E dizia assim a do José:
a miudagem gosta de andar.
Mas nem todos metem bons golos
só o Zé é que sabe chutar.
Ó Zé, ó Zé, dá um pontapé
rebola a bola, que já desliza
do meio campo para a grande área
e num segundo fura baliza.
Toca o sino para o recreio,
lá vai a malta para o futebol.
Mas a fintar ou a rematar
quem vence é o Zé, à chuva ou ao sol.
chuta e remata de várias maneiras.
Quando joga, nunca faz batota,
Nunca empurra, nem passa rasteiras.
(numa música adaptada de um trecho da ópera Carmen de Bizet)
Mas isto não é um poema; são apenas uns versos para uma canção. Se bem que me pareça que ele vai ser assim na escola... E então, esquadrinhei Cecília Meireles e Eugénio de Andrade e José Gomes Ferreira, e Manuel Bandeira, Vinícius, Sophia, Matilde Rosa Araújo, até Saramago e nada de José(s)!
Por isso aqui fica o poema “Menino Azul” de Cecília Meireles que eu dedico ao meu Josezinho.
O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.
O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
— de tudo o que aparecer.
O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.
E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.
(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)
Tão ternurento o post, quanto a canção e o poema mai'la foto dos burritos.
ResponderEliminarAcima de tudo o que aqui fica, como no meu Ti-MaMaRiSo, quando falo dos meus queridos netos, é a baba que derrama esta Querida Avó Carol.
Liiiinnnndo!
Estava eu para te falar da Tite que encontrei no post anterior mas afinal ela já se apresentou.
ResponderEliminarÉ uma avó babada como tu mas bate-te aos pontos com 4 netas e um neto!
É uma das amigas virtuais que conquistei nem eu sei bem como...
A tua escolha para o José está óptima!
As vezes que estudei este poema com os meninos do 2º ciclo!...
Eu lembrei-me do refrão daquela canção que a Maria Clara cantava:
Ó José, aperta o laço,
Ó José, aperta-o bem
Que o laço bem apertado
Ai ó José, fica-te bem!
Experimenta pôr um laço ao pescoço do José, tira-lhe uma foto e manda-ma! :-))
Passo a vida a ser "bombardeada" com as fotos dos meus sobrinhos-netos e gosto!
Abraço
Ora aqui está mais uma avó a não querer fazer discriminação entre os netos. Tem que ser assim, pois claro.
ResponderEliminarE um poema destes, vem mesmo a propósito.
Também tenho 3 netos. Hoje fez anos o Guilherme. 12 anos. O desporto favorito dele é o futebol, que até pratica com todo o empenho no GRAP (Grupo Recreativo Amigos da Paz, Pousos - Leiria). É vê-lo, volta e meia, às voltas com as xuteiras. Aquelas é que eram boas...e lá vai dizendo quais são.
Que o José tenha gostado de saber que a avó não se esqueceu dele no seu blogue!
bj
António
Oh meu deus! Quanta simpatia vossa! Nem sei como se agradece! Eu queria ver se a baba não dava muito nas vistas mas, pelos vistos, não consegui! Mas já aprendi uma coisa: os homens avôs também são cá uns babados! Olhem-me só o António com o Guilherme que já faz 12 anos! Isto para não falar no avô cá de casa que até lhe brilham os olhos com as preferências do José por ele!
ResponderEliminarParabéns ao Guilherme e ao avô também.
E boa sorte para todos os netos e sobrinhos-netos dos meus caros comentadores.
Beijos.
:-) obrigada avó Graça
ResponderEliminarBeijo do José!
Sempre belos textos....assim como o neto :)
ResponderEliminarAmiga Rosa dos Ventos,
ResponderEliminarEntão não te lembrtas que a nossa amizade virtual começou depois de umas blogolimpíadas de Geografia... ou seria de História? Por aí.
Beijossssss
Obrigada, Francisco! O neto que sai à prima...
ResponderEliminarAcho muito boa a ideia de pôr um laço ao Zézé e tirar-lhe uma foto. Também eu fico à espera dela. Beijocas
ResponderEliminarJôjô