sexta-feira, 7 de maio de 2010

Sobre as Provas de Aferição

Tanta polémica sempre sobre o facto destas provas não contarem para a avaliação dos alunos! Eu, pessoalmente, não sou contra nem a favor. São de aferição, são de aferição e tratam-se como tal; se contassem para a avaliação, seriam provas de exame e teriam de ser tratadas como tal.

Queixam-se os “polémicos” que se gasta muito dinheiro e tempo com estas provas e que não servem para nada porque os alunos faltam, respondem de qualquer maneira, não as levam a sério.

Peço desculpa, mas essa não é a minha opinião. Lá na minha Escola (há-de ser sempre a “minha” escola) os alunos, assim como os pais, levam-nas bastante a sério porque os professores bem os preparam para que sejam levadas a sério. Já assim é desde que há provas de aferição. Os alunos sabem que se trata de mais um teste, como os outros, que testa o que foi ensinado e o que foi aprendido. E os pais dirigem-se aos Directores de Turma sempre que o seu filho não pode, por qualquer motivo, ir fazer a prova. Pode haver um ou outro aluno ou encarregado de educação que não veja as coisas assim, mas o número destes não é expressivo.

Tudo vai da forma como se trabalha com os alunos. Tudo vai da cultura de escola e da responsabilização de professores, alunos e pais. Tão simples quanto isso.

Se me disserem os "polémicos" que é absolutamente estulta a forma como o ME nos manda preparar os professores para procederem à realização das provas, aí terão toda razão! Aquele Manual do Aplicador que recebemos do ME e que temos de seguir à letra é de bradar aos céus!

A propósito do tema, deixo aqui o pequeno texto que o clarividente e sempre avisado Professor Matias Alves escreveu no seu blog Terrear (sempre tão completo em termos de informação sobre educação) e com o qual eu concordo plenamente:

“Aferição: Aprisionados na Lógica do Controlo

Ouvi hoje na rádio o presidente da Associação de Professores de Português sustentar que as Provas de Aferição são inúteis porque não contam para a avaliação dos alunos, não servem para avaliação dos professores, não são usadas para a avaliação da escola e quando os resultados chegam tratados à escola (em Outubro/Novembro) já os professores não estão lá.

Triste visão. Que pensa que a avaliação só faz sentido quando é usada para controlar e julgar. E que ainda não viu que a avaliação deveria servir, sobretudo, o propósito de ajudar a compreender o que faz com que os alunos aprendam. Seriam, decerto, melhores se fosse esta a nossa opção e visão."

(José Matias Alves, 6 de Maio de 2010)

4 comentários:

  1. Como eu gostava do que o Dr. Matias Alves escrevia...
    Já escrevo no imperfeito do indicativo!
    Mas ele continua a saber do que fala!

    Abraço

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  2. Lembras-te da primeira vez que o vimos?... Aquele olhar...

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  3. Melhor do que provas de aferição seriam exames nacionais - a várias disciplinas e não apenas a duas. E, já agora, um pouco mais exigentes que as actuais provas (...perguntar quanto é 7+2 a um aluno do 6º ano é absurdo).

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  4. De facto, uma simples continha de somar para alunos de 6º ano é, no mínimo, ridículo! Às vezes, exageram. Isto já para não falar no horror de folhas de papel que o ME gasta desnecessariamente nestas provas.

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