segunda-feira, 10 de maio de 2010

Quem pela hera passou...



Andei a aparar as heras do meu (mini)jardim. Trouxe-as de Sintra, a minha terra do coração. E lembrei-me: havia um dito popular que uma professora de lavores (nesse tempo as meninas tinham professoras de lavores!) me ensinou que dizia assim:

“quem pela hera passou
e uma folha não apanhou,
do seu amor não se lembrou.”

E nós, pré-adolescentes do colégio, apaixonadíssimas pelos nossos colegas do dito colégio (que felizmente era misto, coisa que não acontecia com os liceus, só que liceus só havia nas cidades principais e quem queria, ou melhor, quem podia estudar, tinha de se sujeitar a ir para o colégio que era pago pelos pais porque não havia contratos de associação com o estado como há agora – e ainda dizem que dantes é que era bom!) passávamos pelas heras – que em Sintra despontam e crescem por todo o lado – e, rebentando de rubor e paixão lá arrancávamos uma folhinha de hera e fendia-mo-la pela nervura principal (e, por essa altura até já sabíamos de cor o nome de todas as nervuras dos vários tipos de folha...) com muito jeitinho porque, se a folha se rasgasse em duas direitinha pela nervura, era sinal de que ele gostava de nós...

 


3 comentários:

  1. Não tenho a certeza, mas creio que já me piquei num dos bicos desta roseira brava.

    Mas terá sido um pico daqueles que não picam. Como é que o poderia sentir e zangar-me tratando-se duma roseira, ainda que brava. E se um dia destes elas não estão por aí em plena floração!

    Quanto às heras. Tenho uma variedade bastante significativa de heras no meu jardim...e quintal...dão é muito trabalho, porque se não se controla o seu desenvolvimento invadem-nos tudo.

    Muito gosto neste primeiro contacto com mais um blogue a irradiar desde Leiria. Fiquei a gostar. Hei-de passar por aqui mais vezes.

    Um abraço
    António

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  2. Devias ter experimentado um colégio em regime de internato que foi o que me calhou e ainda por cima de freiras...
    Claro que a madre Bernardette, professora de lavores, não nos falava de heras e de amores!:-))
    Mas não deixávamos de escrever nomes de amores platónicos...na folha da hera!
    Deste-me uma ideia para o meu blogue...
    Se não sair um texto muito longo talvez o publique.
    É que estou cada vez mais preguiçosa... :-((

    Abraço

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  3. Obrigada, António, pela sua visita. Tem razão quanto às heras: crescem como o boato, só que se cortam mais facilmente....

    Rosinha, deus me livre num colégio religioso! A minha experiência em colégios religiosos foi breve, como professora, no Colégio do Ramalhão, em Sintra, no longínquo ano de 1971. Fui dispensada no final desse ano lectivo...

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