A vizinha da frente tem muitos
gatos. Alguns passam-se para cá em busca de alguma “ascensão social”, ou melhor
dizendo, de comidinha. Faço um esforço enorme para não os adotar, mas não pode
ser.
A Rosita – uma gata preta luzidia
e esperta como um alho, que entra cá em casa quase sem darmos por isso – teve uma
ninhada há uns três meses e dois deles: um belo siamês de olhos bem azuis,
grande e comilão – o maior da ninhada – e uma gatinha quase preta, com leves
riscas cinzentas antracite e olhos bem verdes, a mais pequenina da ninhada, não
saem aqui do meu quintal. Por muito que eu os carregue ao colo, desde a mais
tenra idade, para o jardim da vizinha, eles voltam para cá quase ato contínuo. As
outras irmãs (felizmente) não adotaram o meu espaço, mas estes dois,
inseparáveis, não me perdem de vista. Um preto e um branco.
São muito meiguinhos um para o
outro. Naqueles dias de frio intenso, abrigavam-se por aí e deitavam-se um por
cima do outro para se manterem mais quentes. São inseparáveis. Um preto e um
branco.
Hoje, belo dia de Sol, estiveram
ali a lavar-se um ao outro com todo o carinho. Inseparáveis. Um preto e um
branco.
Aí lembrei-me de uma anedota
muito antiga que dizia assim:
Vinha um homem pela rua abaixo,
visivelmente furioso, repetindo sem cessar: «Fosca-se! Um preto e um branco! Fosca-se!
Um preto e um branco! Fosca-se! Um preto e um branco.» (talvez usando o vernáculo mais forte, que me escuso de utilizar aqui…)
Passa um padre por ele e diz-lhe:
«Meu filho! Vejo que vens
aperreado, mas não devias dizer esses palavrões; podes chocar as pessoas. Mas o
que te aconteceu? Será que queres desabafar?»
O homem, esbaforido, responde:
«Ó senhor padre, é que acabei de ser pai!»
«Meu filho, mas não há alegria
maior! Não entendo a tua consternação!» - responde-lhe o padre com suavidade.
«É que são gémeos!» - gagueja o
homem ainda mais desesperado.
«Mas isso é uma alegria
redobrada! Uma dádiva de Deus! Não é motivo para desespero. Tudo se cria!» -
continua o padre.
«O senhor padre não está a
entender! É que um é branco e o outro é preto!»
E o padre: «Fosca-se! Um preto e
um branco!!!»
Boa semana!
As fotos estão tão ternurentas!
ResponderEliminarQuanto à anedota... às vezes acontecem coisas estranhas. "Fosca-se".
Um abraço e uma boa semana
São uma ternura os "meninos" -tenho uma "família" assim, ternurenta :-). Boa semana, Graça
ResponderEliminarSei de uma anedota parecida.
ResponderEliminarEram trigémeos,
o terceiro era mulato
seria pardo
se fosse gato
Já hoje tinha comentado que o meu avô paterno era assim.
ResponderEliminarTinha o quintal cheio de gatos que iam lá parar porque ele os alimentava a todos.
Beijinhos, boa semana
Esses olhares são enternecedores!
ResponderEliminarNão tenho gatos mas os dos vizinhos encarregam_se de esgravatar os meus terrenos anexos à casa!
A anedota é ... o máximo!!!bj
Eu tenho uma branca e uma cinzenta :)
ResponderEliminarSaio sempre daqui a rir, Graça...
ResponderEliminarQuanto as gatos, entendo bem como podem ser irresistíveis. As fotografias são uma ternura.
Uma boa semana.
Beijos.
São lindos, os bichinhos! Uma ternura!
ResponderEliminarBeijos, Graça :)
Gatos ternurentos como estes, sempre!
ResponderEliminarCompreendo, os palavrões do pobre homem. Preto e branco, só faltava um mulato/pardo segundo o comentário do Rogério.
Desejo-te um semana muito azul.
ahahah... Fosca-se sr. Padre ! ... Nem o sr. escapou à ira originada por esta minha grande dúvida !!!
ResponderEliminar:)))
um dia seremos todos filhos da mesma Mãe...
ResponderEliminarEstou a ver que tantos dos meus queridos amigos são sensíveis à ternura dos gatinhos. (e à dúvida daquele pai de um preto e um branco também... :)))
ResponderEliminarBeijinhos e ronrons para todos.
"Ascensão social" = a comidinha, Graça? Vai lá vai!! :))
ResponderEliminarOs tarecos são uma ternura, sem dúvida.
Já a anedota pensei que fosses contar a daquele pastor serrano, a quem um turista abordou fazendo perguntas acerca dos dois rebanhos que o homem apascentava. Uma ovelhas eram brancas e outras pretas. Quantos litros de leite davam? O pastor respondia com outra pergunta: as pretas ou a as brancas? As brancas! Ah essas dão 50 litros de leite. E as pretas? As pretas, também! Depois de muitas perguntas e obtendo sempre respostas idênticas, o turista ( lisboeta ) já farto, questionou porque razão o pastor respondia sempre o mesmo. Ah, é que as brancas são minhas! Então e as pretas, amigo? As pretas, também...
Fosga-se!!!
Beijinhos, boa semana, Graça!
Os bichanos além de ternurentos são inteligentíssimos.
ResponderEliminarE o padre? Querem lá ver que tem de ir ao bispo!
Bj.
Os animais são surpreendentes. Se soubermos olhar bem e entendê-los, podemos aprender com eles. Aí está uma relação de amizade que começa no berço! :) Afinidades...
ResponderEliminarA anedota não faz muito sentido nos dias de hoje.,, talvez fizesse antes, não sei. Parte do pressuposto - imagino, que o povo do país não referido é branco. (Ou negro, mas não me parece que tenha caído aí a mancha). Ora, se a mulher for negra e o marido branco, porque não um filho de cada cor? Mas parte-se do pressuposto que o casal não é «interracial» lol. Enfim, as anedotas não têm de fazer sentido nem são para ser analisadas assim :) Não passam de engraçadas chalaças :)))