segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Da verdade do amor



E porque estamos no mês dedicado ao amor, aqui fica a(lguma) verdade sobre ele.


Da verdade do amor se meditam
relatos de viagens confissões
e sempre excede a vida
esse segredo que tanto desdém
guarda de ser dito

pouco importa em quantas derrotas
te lançou
as dores os naufrágios escondidos
com eles aprendeste a navegação
dos oceanos gelados

não se deve explicar demasiado cedo
atrás das coisas
o seu brilho cresce
sem rumor

José Tolentino Mendonça, in "Baldios"


27 comentários:

  1. Coisas boas acontecem todos os dias... Se vc está vivo é porque Deus te deu mais uma chance de fazer a diferença... Aproveite, por que viver é uma arte e viver com amor é uma dádiva... Excelente texto... Ótima semana!

    ResponderEliminar
  2. São nas derrotas e nos naufrágios de quem navega no mar encapelado do Amor, que se ganham escoras e defesas para se conseguir sobreviver, nesse mar incerto. Penso eu, que sou marujo pouco experiente...
    Gostei muito da tua escolha para homenagear o amor, Graça.

    Já leste a minha anedota no post anterior? :))

    Beijinhos.

    ResponderEliminar
  3. Amor, uma verdade difícil de explicar, sente-se, pelo menos quando é verdadeiro.
    Gostei muito da tua escolha poética.

    Beijinhos Graça

    ResponderEliminar
  4. " pouco importa em quantas derrotas
    te lançou
    as dores os naufrágios escondidos
    com eles aprendeste a navegação
    dos oceanos gelados"

    O segredo?
    Marear aproveitando a direcção (e a força) do vento!

    ResponderEliminar
  5. O amor é de porcelana... como se vê na gravura!

    beijinhos!

    ResponderEliminar
  6. Eu e a minha mulher até já trocámos prendas de Dia de São Valentim e tudo.
    Beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ora bem!!! Um bocadinho antes do dia, mas não faz mal....

      Que o amor permaneça entre vós! Beijinho.

      Eliminar
  7. Não há S. Valentim para estes lado!!!
    A cada dia ... há amor!
    Não conhecia mas gosto ... Bj

    ResponderEliminar
  8. Já dizia o Nat King Cole: "Love Is A Many Splendored Thing" !

    ... Mas o curioso é que, sendo um sentimento tão vasto, tão alargado, tão variado, tão diferenciado, em função dos "alvos" (homem/mulher, filhos, pais, família, amigos, um bom prato, uma boa bebida, uma lembrança, um objecto, umas férias,...) temos sempre a tendência de o restringir ao homem/mulher !?...

    Por isso, não vejo que haja escândalo quando se diz :
    "Eu amo a minha amiga ! ...Eu amo o meu amigo" !
    O amor não tem mês, não tem data, o amor é "sempre" !!!

    Um grande abraço, Graça ! :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito bem, Rui!! Concordo com cada palavra!

      Beijinho, meu querido amigo.

      Eliminar
  9. Nos trambolhões é que está o ganho lol!!!
    Amar, sofrer voltar a amar e pensar que "agora é que é": cá está ele ,perfeitinho e recomeçar :)))

    ResponderEliminar
  10. Um brilho que cresce sem rumor... É muito bonito.

    ResponderEliminar
  11. Tu que te confessas uma «anti-clerical» radical, ficaste
    rendida a um poema de amor, este de pureza divina... ... ...
    ~~~ Beijinhos ~~~

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Querida Majo, o poema nada tem de clerical... senão, não estaria aqui... eh eh eh... Além de que não há nada mais radical do que o amor, seja ele de que tipo for...

      Beijinhos anti-clericais...

      Eliminar
  12. Amiga Graça.

    Uma bonita escolha, não conhecia este poema e tens razão, diz algumas verdades :)

    Para mim o amor não tem explicação, acho que só na poesia conseguimos decifrar alguma :)

    Um beijinho

    ResponderEliminar
  13. «O amor é o início. O amor é o meio. O amor é o fim. O amor faz-te pensar, faz-te sofrer, faz-te agarrar o tempo, faz-te esquecer o tempo. (...)»
    Joaquim Pessoa

    ResponderEliminar
  14. Profundamente belo este poema do Tolentino, despertador para o Amor fora dos clichês que se pintam amiúde.
    Bj.

    ResponderEliminar