De facto, não vivemos num país
honesto. Não vivemos num mundo honesto. E não venho aqui falar das
licenciaturas tipo-Relvas nem de outras parecidas desonestidades do tipo
manipulação ou brainwash (desculpe-se-me
o anglicismo, mas parece menos mal do que “lavagem ao cérebro”…) numa época em
que os fins justificam (todos) os meios.
Desde que a economia tomou o
lugar da ética dos costumes e do humanismo, vale tudo para enganar o próximo.
Pode ser imoral, mas desde que seja legal… ou pseudo-legal , tudo bem. Sabemos
bem como somos peritos em fazer interpretações paralelas da legalidade.
Um dia destes, uma operadora de
telecomunicações ofereceu-me um desconto de trinta euros mensais relativamente
à minha atual operadora com menos um serviço que de facto eu não uso. Contactei
a minha operadora, com cujo serviço estou assaz satisfeita, e informei que ia
mudar apenas porque estava a pagar muito, a não ser que eles me baixassem de
cinco serviços para quatro e fizessem o acerto devido. Passado não sei quanto
tempo, ofereceram-se para me fazer um desconto mensal de cinco euros. Fui
literalmente aos arames com semelhante oferta e perguntei se eles me tomavam
por parva! Menos um serviço e tiravam-me cinco euros?! Que não, que eu não
tinha entendido bem, que me mantinham os cinco serviços e me tiravam cinco
euros. Vociferei! Disse que não utilizava o quinto serviço e por isso mudaria
de operadora. Mais dez ou quinze minutos de espera ao telefone… Então mantinham-me
os cinco serviços e far-me-iam quinze euros de desconto e não pagaria a box.
Bom. Mas tive de dizer ao pobre do assistente do cal-centre, que não tem culpa
nenhuma, que não vivemos num país sério, que se não “negociarmos” e
vociferarmos não ganhamos nada. Se fossem sérios, não estariam à espera da
ameaça para baixarem as mensalidades.
É assim em todas as áreas. Até na
escola. Uma desonestidade geral, uma trapalhice própria de quem não é sério e
está a ver se se safa à conta dos outros. Tudo isto porque vivemos num estado
de impunidade geral. Infelizmente, não temos quem nos defenda das trapalhices,
da falta de honestidade, da indiferença, do deixa-andar, da indolência
instituída.
Pior é quando a desonestidade
implica os alunos. Que dizer daquela professora que diz aos alunos que não se
preocupem a estudar os conteúdos tal e tal porque já foram suficientemente
avaliados e depois, pelo menos um terço do teste versa esses mesmos conteúdos?
Que dizer do grupo disciplinar que adota um manual que explora determinada obra
literária e depois, nas aulas, ignora-se essa obra e estuda-se outra que não
consta do manual e que os alunos têm de comprar ou imprimir da net?
Poderia aqui apresentar mais uns
tantos “episódios” de desonestidade para cima dos alunos, mas não quero maçar
os meus leitores…
A diferença para outros países é que aqui há muitos (que está mais que provado que são desonestos), mas continuam por aí, alegremente, como se não fosse nada...
ResponderEliminarSaudações poéticas!
É isso mesmo: andam por aí alegremente como se nada fosse! A impunidade é o que mais confrange!!
EliminarGrata pela visita e pelo comentário.
Infelizmente a honestidade é um valor que parece que está em desuso :(
ResponderEliminarBeijinhos
Infelizmente, Pedro...
EliminarLendo e relembrando de momentos tristes de mestres (se diziam...) que sequer tinham o trabalho de criar novas provas a seus alunos... Guardavam e reproduziam os mesmos textos... Um horror... E, há mais... muito mais a relatar... Esse é o ônus de se coordenar a educação, como nós fizemos, Graça!
ResponderEliminarAbraço.
Tantas "histórias" tristes destas e de outras que nós guardamos nas nossa memórias, Célia!
EliminarBeijinho.
O desígnio do negócio das empresas de telecomunicações, não só, é a "manhozice".
ResponderEliminarEsta minha opinião resultou dos confrontos que tive ao pretender, por mais de uma vez, alterar o conteúdo dos serviços recebidos. São de tal forma inconvenientes que perguntei se a PIDE tinha voltado, tal foi o interrogatório e a sessão de venda de "banha da cobra" a que fui sujeito. Porque será que nos querem obrigar (o propósito é mesmo o de obrigar, não se ficam pela sugestão) a comer o que não queremos?
Beijo.
Telecomunicações, seguros, clínicas dentárias, organizações de vária ordem... etc, etc, etc.... Publicidade enganosa e agressiva pelo telefone, na porta.... enfim!
EliminarBeijinho.
Gracinha, onde assino?
ResponderEliminarBeijinhosss
Obrigada, São, pela tua compreensão e anuência.
EliminarBeijinho.
Cartão vermelho ... bem merecido!!! Bj
ResponderEliminarTambém me parece, Gracinha...
Eliminarpois é.
ResponderEliminarvários cartões vermelhos eram precisos.
beijinho
Muitos, mesmo muitos!!
EliminarNão apresentes mais casos. aumenta a minha tensão arterial ... rss
ResponderEliminare as fidelizações? um "liberalismo" da pacotilha.
beijo
e
Uma vergonha e tudo na maior impunidade neste país à beira mar plantado...
EliminarBeijinho.
Já me aconteceu o mesmo com uma operadora, ameacei-os que mudava e fizeram-me um desconto brutal.
ResponderEliminarInfelizmente neste país prima a desonestidade :(
Beijinhos Graça
Não suporto esses comportamentos das operadoras!!! Vigarice!
EliminarBeijinho.
Leio estas e outras histórias de "mundos" diferentes do meu e tristemente concluo que há desonestidade em todas as frentes!!!!
ResponderEliminarBjs
E dá cá uma raiva, não dá, papoila?! Enfim!
EliminarHá muito que o nosso país é considerado um dos mais corruptos da velha Europa...
ResponderEliminarLamentável de mais, na medida que obriga os utentes a usarem expedientes para se defenderem.
Até a DECO foi desonesta comigo! Autorizei o levantamento bancário da mensalidade que pagava a revista... Doia anos depois, fui alertada pela CGD, que a referida instituição ia juntando panfletos à revista e subindo-lhe o preço. Fiquei indignadíssima!
Depois de cancelar a revista, recebi - durante muito tempo - 'e. mails' com ofertas de aparelhos, cujo preço deveria ser superior ao que me tinham tirado indevidamente, ou seja, roubado... Uma sedução ridícula... A DECO!!
Gostei desta abordagem.
~~~ Beijinho ~~~
Com a DECO também já fui vítima de intrujice e publicidade enganosa. Até me pareceu impossível!! Enfim! É o que temos!
EliminarBeijinhos, Majo!
Não massas, partilhas a tua experiência, o que é sempre válido. Gostava de saber de mais exemplos dessa desonestidade escolar. Se bem que não me surpreende. A pesar do meu tempo de escola já estar bem no passado, já sentia essas coisas todas.
ResponderEliminarSinto a mesma tristeza e pesar por as coisas funcionarem assim. O exemplo que dás é perfeito e já o conhecia. Não está bem impregnado, mas não é desconhecido. "Quem não chora, não mama"- aprende-se vezes sem conta que estas expressões populares de origem desconhecida são como as melhores lições de vida dos grandes filósofos da antiguidade: certeiras.
Qual é a tua operadora??
Vê bem que a «minha», recusou-se a abater 5€ na conta se fosse devolvida uma das duas boxs que todos os meses custam 5€ cada. Onde já se viu? Paga-se o serviço e paga-se o equipamento, para todo o sempre! É pior do que a extinta taxa de televisão. São uns sanguessugas oportunistas e escorreguios. É mesmo preciso a pessoa zangar-se, refilar, «ameaçar» ir para outro operador, para eles apresentarem o pacote mais atractivo.
Sabias, por exemplo, que uma pessoa que adira hoje a um pacote, tem-no mais económico que a pessoa que aderiu ao mesmo há 5 anos? Eles não actualizam os antigos pelo que fica mais económico andar a mudar de pacote e de condições a cada novo ciclo de promoções. Vergonhoso.
Sei disso tudo, Portuguesinha! Vigarice e roubo descarado!! A minha operadora é a MEO, mas as outras são iguais. Lêem todos pela mesma cartilha!!
EliminarA minha também é a MEO.
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