terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Navio que partes...



Navio que partes para longe,
Porque é que, ao contrário dos outros,
Não fico, depois de desapareceres, com saudades de ti?
Porque quando te não vejo, deixaste de existir.
E se se tem saudades do que não existe,
Sente-se em relação a coisa nenhuma,
Não é do navio, é de nós, que sentimos saudades.



1918, “Poemas Inconjuntos”

In “Poemas Completos de Alberto Caeiro”


13 comentários:

  1. Boa escolha, num dia em que estou nostálgica...
    Bjs

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  2. Gosto. Sou uma apaixonada por Caeiro.
    Um abraço

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  3. Adoro. Adoro. Adoro. E, pronto, está tudo dito.

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  4. E se esse nós,
    se referisse a nós todos?

    Um povo a sentir saudades dele mesmo?

    Faz sentido, isso!

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  5. Já senti saudades de mim, sim!
    Senti-me perdida...
    Felizmente, voltei para mim.
    Nada nos aconchega mais que o próprio colo.

    Gosto de Alberto Caeiro, tanto quanto de Pessoa. :)

    Beijinhos, Graça.

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  6. Ter saudade é muito português, muito nosso.
    Até saudades do futuro.
    Beijinhos

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  7. Há sempre uma saudade que nos envolve.

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  8. Voltei. Em boa hora, que a Graça prendá-la com selecções felizes.
    Bj.

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    Respostas
    1. Isto de correctores... só dão disparate. Provavelmente tinha escrito "prendou-nos".

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  9. Obrigada, caros amigos, pelas palavras de apreço.
    Caeiro é sempre Caeiro! Pessoa é sempre Pessoa!

    Beijos.

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  10. Uma excelente escolha para o dia de ontem, de hoje e sempre!
    Quem gostamos não morre nos nossos corações.

    Beijinho

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