Poema de Maria Teresa
Horta foi escolhido pelo jornal britânico The Guardian para a sua secção «Poema
da Semana» do passado dia 28 de novembro. Foi publicado na sua versão original
em português e na versão traduzida em inglês por Lesley Saundres. Esta
apresentação bilingue é acompanhada por um artigo que fala do percurso da poeta
e da sua escrita, com destaque para a obra Novas Cartas Portuguesas escrita em
co-autoria com Maria Velho da Costa e Maria Isabel Barreno, nos inícios dos
anos 70, ainda no tempo do Estado Novo.
A tradução do Poema
foi distinguida com o primeiro prémio do Stephen Spender Prize 2016 que
poderá levar à publicação da obra poética de Maria Teresa Horta no Reino Unido.
Poema
Deixo que venha
se aproxime ao de leve
pé ante pé até ao meu ouvido
Enquanto no peito o coração
estremece
e se apressa no sangue enfebrecido
Primeiro a floresta e em seguida
o bosque
mais bruma do que neve no tecido
Do poema que cresce e o papel absorve
verso a verso primeiro
em cada desabrigo
Toca então a torpeza e agacha-se
sagaz
um lobo faminto e recolhido
Ele trepa de manso e logo tão voraz
que da luz é a noz
e depois o ruído
Toma ágil o caminho
e em seguida o atalho
corre em alcateia ou fugindo sozinho
Na calada da noite desloca-se e traz
consigo o luar
com vestido de arminho
Sinto-me quando chega no arrepio
da pele, na vertigem selada
do pulso recolhido
À medida que escrevo
e o entorno no sonho
o dispo sem pressa e o deito comigo(daqui) |
As três célebres e talentosas 'Três Marias'...:)
ResponderEliminarQue belo é o poema! mereceu bem a distinção.
A imagem que escolheste e igualmente muito bela.
Beijinho, Graça.
Confesso que conheço mal a obra dela. Mas este poema mereceu bem a distinção. Um abraço.
ResponderEliminarExcelente homenagem! Poema divino!
ResponderEliminarAbraço.
Não admira a distinção. É realmente um belo poema.
ResponderEliminarUm abraço
Costuma ser assim - os portugueses serem mais apreciados e reconhecidos fora do país.
ResponderEliminarÉ assim mas não devia ser.
Bjs, bfds
É belíssimo o poema por isso divulgar é sempre bom!!!
ResponderEliminarbj
Este poema, Graça, é um primor para uma noite de inverno. Ou para outra ocasião qualquer. Não é bonito, é muito belo.
ResponderEliminarAinda bem que ganhou as asas que referiu.
Bj.
E um belíssimo poema. Parabéns para a Maria Teresa Horta pela distinção. Gosto muito de tudo o que ela escreve. Obrigada pela informação que desconhecia, Graça.
ResponderEliminarUm beijo.
Absolutamente merecido :)
ResponderEliminarbeijinho Graça
Poesia para comer, beber o chorar por mais.
ResponderEliminar- sem espinhas! e poucas metáforas! (aliás belas) rss
beijo
Ai que ele ficou amargo por causa das metáforas...
EliminarBem merecido! Bem lembro do livro! Fez correr rios de tinta naqueles tempos conturbados. Infelizmente a Maria Isabel Barreno já nos deixou.
ResponderEliminarAbraço
Uma grande honra !!!
ResponderEliminarQue bem me lembro da “3 Marias” do antigamente ! … Uma “pedrada no charco” ! :))
Beijinhos, Graça ! :)
Sabia que iam gostar de ler e de saber. Eu gosto muito da escrita da Maria Teresa Horta.
ResponderEliminarBeijinhos literários.
Excelente poema e ótimas notícias.
ResponderEliminar~~~ Beijinhos poéticos ~~~