Aborrece-me que tentem vender-me
produtos e/ou serviços pelo telefone. E, infelizmente, está sempre a acontecer.
Aborrece-me por três ordens de razões (como dizia o Ângelo Correia…): Primeiro
porque se eu quiser comprar, informo-me, pergunto, vou à procura. Segundo,
porque os putativos vendedores têm de ler aquele arrazoado todo que lhes
encomendam e depois tornam-se supinamente maçadores chegando a mostrar-se
agressivos. E terceiro porque sei que se trata de assalariados de call centres que têm de alcançar objetivos
definidos de forma desmedida pelos empregadores e eu encho-me de “pena” e não
sou capaz de ser rude com eles ao ponto de responder mal ou de desligar o
telefone.
Hoje, porém, consegui irritar a “senhora”
do Círculo de Leitores. Cá em casa associámo-nos ao CL quando nos casámos, ainda
antes do 25 de Abril, tendo retomado a figura de associados nos anos 80 depois
da desorganização do Círculo que aconteceu à época da Revolução. É por isso,
pelos laços criados pelo tempo, que ainda nos mantemos ligados àquela editora
mesmo que já não nos apeteça muito comprar-lhes livros. Temos uma óptima relação
com o assistente que conhecemos há anos e ele já conhece bem os nossos gostos e
não gostos.
De vez em quando, liga-nos uma
senhora da editora como que a avaliar o trabalho do assistente e aproveita
sempre para tentar vender mais uma coleção.
Foi o que aconteceu hoje. A dita
senhora ligou, perguntou como ia o nosso contacto com o assistente afirmando à
partida que já sabia que ia bem como de costume e depois perguntou-me que género
de leituras eu preferia: «romance, cultura geral…» Como não se trata de uma call centre girl, tratei de ironizar:
«cultura geral não existe… gosto de romance, de poesia de autores portugueses…»
Então a senhora muda de estratégia e diz-me que o CL está a comemorar mais um
aniversário pelo que resolveu oferecer um grande desconto na coleção Rainhas de
Portugal, mas apenas para as pessoas sorteadas e eu tinha sido uma delas!! [Admirável
memória a minha!! Ato contínuo lembrei-me que esta senhora já tentara vender-me
as “Rainhas” noutro telefonema!...] Que a coleção era de excelente qualidade e
até tinha sido apresentada pelo Professor Marcelo Rebelo de Sousa, não sei se
sabe – dizia a senhora. «Pois, de facto, não gosto muito desse senhor, não costumava
ouvi-lo.» - respondi sobriamente. Aí, a senhora ficou furibunda e disse: «Não
estamos aqui para saber se a senhora gosta ou não gosta do Professor Marcelo!» «Claro!
Mas eu não costumava ouvi-lo e, como já conversei com o meu assistente, não tenho
vontade de fazer mais coleções» - respondi cortesmente… «Então não está
interessada nesta oferta, pois não?!» - quase vociferou a senhora… «Não, muito
obrigada.» - respondi jovialmente…
Deus do céu! Mas esta gente pensa
que somos todos uma cambada de burros?
Também recebo esses telefonemas. Não sei se é a mesma senhora mas o que irrita também é que esses vendedores nem verificam o que o sócio está a comprar. No último telefonema que recebi, a senhora apresentava-me uma magnifica proposta para a obra do Padre António Vieira, que, por sinal, ainda estou a completar.
ResponderEliminarUma enorme falta de profissionalismo!
EliminarAqui por casa, passa-se o mesmo. Quando quero comprar informo-me, pergunto, vou à procura. Não tenho paciência e despacho-os à primeira. Cabe-me sempre essa tarefa.
ResponderEliminarA mim também e não me desagrada nada...
EliminarDescobri que atendendo a chamada não é maçador mas quando começam a vender eu pouso o telefone e deixo-os a falar sozinhos. Parece mentira mas resultou.
ResponderEliminarQue bela estratégia, Luís!!!
Eliminar~~~
ResponderEliminarOu a vendedora é apaixonada pelo Marcelinho, ou é, mesmo, muito néscia. Louvo a tua calma, ainda que irónica!
Eu não tenho essa atitude paciente, vou dizendo logo que lamento, mas não estou interessada e que estou sem tempo...
Em matéria de aquisição de obras, não há nada como o deleite de percorrer uma boa livraria...
~~~ Beijinhos literários ~~~
Também me parece que tenho paciência de mais, mas que se há de fazer? Não gosto de ser indelicada. Só mesmo quando me «passo dos carretos»...
EliminarBeijinhos, Majo.
Algo a que felizmente escapamos aqui em Macau.
ResponderEliminarAs poucas promoções que aparecem, eles começam a falar chinês, eu respondo em inglês, e acaba a chamada :)))
Beijinhos
Que sorte!! E se eu me pusesse a falar em chinês? :)))
EliminarGraça, eu dependendo do excelente estado de espírito tenho duas respostas preparadas:
ResponderEliminar"no portuguese, no portuguese..." e eles desligam ou "tenho muita pena mas se me quer vender alguma coisa: eu não quero, passe um dia feliz e não perca tempo comigo, desculpe vou desligar"
Beijinhos
Essa do «no portuguese, no portuguese» é de mais!!! Eh eh eh... de mais!!!
Eliminarisso não é razão para andares triste rss
ResponderEliminardeve haver alguma outra, mas não me vou por p´ra aqui a adivinhar rss
beijo
Nem eu sei sou capaz de adivinhar, quanto mais...
EliminarBeijinho
Veja bem a graça da vendedora a usar o trufo do Professor Marcelo. Temos um presidente a subir de valor, pois. O nosso destino é sermos salvos pelo senhor professor presidente: coloca-se o activo na Bolsa de Nova Iorque.
ResponderEliminarEsta nova forma modernaça e agressiva de vendas por telefone são perigosas: somos enganados se não estivermos bem atentos. Ainda hoje estive a "ajustar contas" com uma operadora de telecomunicações por habilidades de "arredondamento" da facturação. Tendo renegociado o pacote contratado há um ano introduziram sub-repticiamente um suplemento de € 5.00 de tv. Como as facturas são pagas por desconto bancário só agora me apercebi de estar a "ser comido". Dei-me ao trabalho de ir pesquisar as facturas electrónicas. Resposta da operadora perante a minha reclamação: "realmente houve um lapso mas como o sr. usufrui do serviço há um ano vamos devolver-lhe (apenas) três meses na próxima factura".
Boa tarde.