quinta-feira, 10 de março de 2016

Netices

Sabem os pais, os avós, os padrinhos e os tios e mais gente que orbita em redor das crianças como são pródigas as produtoras e as editoras em lançar jogos e joguinhos, coleções de cromos, de cartas e de bonequinhos sem trambelho e toda a espécie de artefactos que levam os miúdos a «moer o juízo» à família até os terem.

O meu neto José, que está no 1º ano, «moeu-me o juízo» para lhe comprar uma caneta que escrevia invisível – dizia ele – e que só se conseguia ler o escrito com a luz que a dita caneta trazia. «Ó avó, é que assim posso escrever o que eu quiser e só eu é que consigo ler!» - Imagine-se!

Lá fomos nós para a papelaria ver da boa da caneta que nem a senhora da loja conhecia. Valeu o José ir junto e dar as informações necessárias. Que vinha num cartão da Cartoon Network ou sei lá! (Que desembaraço o destes miúdos de agora!!)

Vai de encomendar a “coisa”, esperar ansiosamente pela sua chegada, «Ó avó, a caneta já veio?!» E no dia da chegada da encomenda, lá estava: grande cartão com revista da Cartoon, a inefável caneta e o respetivo bloquinho de escrita. Grande excitação. O rapaz saca da caneta e põe-se, de imediato a escrevinhar no bloco o que muito bem lhe apeteceu (dentro das suas ainda exíguas capacidades, claro!)


Passado um bocado, envolto em todo o seu secretismo impante, diz-me ele: «Ó avó, queres ver o que eu escrevi?» E lá me ligou a luz da caneta para eu conseguir ler os seus segredos. A primeira palavra que ele tinha escrito era – nem imaginam! O mais secreto possível que só eu podia ver e nunca o avô, era a palavra «pipi»… …




12 comentários:

  1. Eheheheh Ai, o Zézinho, que é tão marotinho!!!

    Nós avós ficamos espantados com as coisas que os miúdos agora sabem, Graça! E não, não me refiro ao "pipi", mas a todas essas engenhocas que aparecem no mercado e nós nem fazemos ideia que existem!
    Quando abri a minha página do FB, foi por insistência do meu neto e ele é que me disse como aquilo funcionava. Enfim...no nosso tempo também aprendemos algumas coisas que os avós não sabiam...:)

    Desfruta dessas experiências, que o tempo passa a correr!

    Um beijo, Graça

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  2. ~~~
    ~ Ahahahahahahah!

    Beijinhos para ambos.
    ~~~~~~~~~~~~~~~~

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  3. É verdade amiga, as coisas que eles sabem. Eu também tenho uma netinha de sete anos. E sai-se com cada uma. Pelo Carnaval queria uma camisola. Pediu-ma por mensagem de telemóvel, que a outra avó lhe ofereceu no Natal. Mas em vez de escrever de cor castanha, pediu de cor castalha. Quando lhe levei a camisola, disse-lhe:
    "Mariana, deste um erro na mensagem. Escreveste castalha em vez de castanha"
    E diz ela muito rápida:
    "Eu sei avó. Foi de propósito para ver se estavas atenta."
    Um abraço

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  4. Ele estava a referir-se à das Meias Altas, Graça!

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  5. Que cena gira
    Mas... Pipi não é uma buzina?
    Ou será que a avó
    só conhece a que faz pópó?

    (o que vale, é que ao avô
    nem importa o tom...)

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  6. Sabe qual é um dos maiores desgostos da minha vida?
    As minhas filhas estarem a crescer longe dos avós.
    Porque o carinho e o amor dos avós é único.
    Beijinhos, bfds

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  7. Os miúdos têm coisas maravilhosas !!! ...rsrsrs
    Lembro-me de estar com dois dos meus netos quase da mesma idade e um deles me vir dizer : Aí avô, o mano disse uma asneira muito grande ! Disse pata, vê lá ! :( ...
    ... mas olha que isso não é asneira ! ... Não é ?... Ó avô ele disse "pata", mas com "u", avô ! :((((

    rsrsrsrs

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  8. Realmente, a minha profissão
    e a melhor do mundo: só as crianças para nos maravilharem desta maneira !

    Beijinhos para ti e para ele :)

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  9. Tanta ingenuidade, não é, meus amigos? Uma maravilha! Tens razão, São, mas eu não aguentaria... eh eh eh...

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  10. Ganda Zé. A muidagem pega-as no ar e a gente nem vê nem cheira, nem trembelhos tem (gostei da expressão)para gerir as novidades. A chatice está no "moer o juízo" aos pais e avós estimulado pelo markting.
    Boa semana (o sol voltou).

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  11. É mesmo coisas de miudos, abençoados sejam! Eu entusiasmava-me pelas mesmas coisas com a idade dele. Uma caneta com tinta invisível era uma coisa para descobrir, sem dúvida. Mas enquanto tal não foi possível (acho que nunca chegou a ser) existia o conhecido sumo de limão. Cujas letras surgiam ao se aproximar o papel da chama de uma vela :)

    Ps: O papel da televisão e dos anúncios nas redes sociais na construção dos «desejos» de consumo é cada vez maior.

    No meu tempo usava-se sumo de limão para ter «tinta invisível» ehehe.

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